Friday, 12 August 2016

Supostos homens armados da Renamo atacam sede de distrito em Moçambique

 Homens armados da Renamo, principal partido de oposição moçambicana, atacaram na madrugada de hoje a sede do distrito de Morrumbala, província da Zambézia, centro do país, disse o administrador local, citado pela Rádio Moçambique.
Segundo Pedro Sapange, administrador de Morrumbala, durante o ataque, os alegados homens armados da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), invadiram o comando distrital da polícia, onde libertaram reclusos, e o centro de saúde, que ficou em chamas.
De acordo com Sapange, a sua residência foi atingida por tiros disparados pelos atacantes.
Durante a ação, o grupo incendiou uma viatura da polícia e roubou quatro motas e material hospitalar.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineira brasileira Vale.
A Renamo acusa por sua vez as forças governamentais de bombardeamentos na serra da Gorongosa, onde se presume que se encontre o líder da oposição, Afonso Dhlakama.
A cessação imediata das hostilidades é um dos quatro pontos de agenda em discussão entre Governo e Renamo, que retomaram na segunda-feira as negociações de paz, após uma interrupção ocorrida a 27 de julho.
A primeira fase das conversações da ronda em curso entre o executivo moçambicano e a Renamo tem sido, porém, dominada pela exigência da Renamo em governar nas seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
Na quinta-feira, o chefe da delegação do Governo nas negociações com a Renamo, Jacinto Veloso, disse que o Presidente moçambicano rejeitou um pedido da Renamo de ordenar a retirada do exército de Gorongosa, centro de Moçambique, onde se presume que esteja escondido o líder do principal partido de oposição, Afonso Dhlakama.
"Efetivamente, houve uma carta que o gabinete do presidente da Renamo enviou ao Presidente da República, propondo que as Forças Armadas que estão estacionadas na Gorongosa se deslocassem, fazendo uma retirada para um certo número de pontos", disse, em entrevista à emissora pública Rádio Moçambique, Jacinto Veloso.
A carta enviada pela Renamo, prosseguiu Veloso, foi respondida verbalmente no sentido de que as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas não vão sair de Gorongosa, centro do país, mas podem parar os ataques, caso o braço armado da Renamo cesse as suas incursões.
"A resposta é; as Forças Armadas de Defesa de Moçambique não vão mover-se do lugar onde estão, o Presidente da República já deu garantias, já falou, que logo que a Renamo pare com as suas ações armadas, com todos os seus atos terroristas e de outro tipo que está a realizar, o Presidente manda imediatamente parar, como comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, toda e qualquer ação armada contra os locais onde a Renamo esteja estacionada", acrescentou Veloso.



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