Tuesday, 30 August 2016

Para quando o fim do conflito armado?



A quem beneficia o conflito armado que o país atravessa? Certamente, ao povo moçambicano não. Aliás, pelo andar da carruagem, tudo indica que há interesses obscuros e inexplicáveis por detrás desta guerra que tem vindo a dizimar dezenas de vidas humanas e o sonho de milhares de moçambicanos. Há, sem sombra de dúvidas, figuras, ligadas ao partido no poder, que têm vindo a “alimentar-se” desse conflito armado, razão pela qual lutam para que não haja o cessar-fogo a curto prazo.
Se a situação já era crítica, a cada dia que passa tende a piorar. Centenas de famílias, sobretudo na região Centro do país, já ambandoram as suas habitações e machambas. Centenas de crianças deixaram de ir à escola. Dezenas de viaturas foram queimadas. O trânsito entre o Norte, Centro e Sul de Moçambique é condicionado. Ainda, por causa dessa conflito armado cujo mote é até então inconfessável, o país atravessa o seu pior momento económico, com tendências catastróficas.
Quando parecia que havia luz verde no fundo do túnel, com o documento partilhado pela comissão mistade preparação do encontro entre o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, eis que a situação mudou de figura. Estava claro que havia intenções de acomodar a exigência da Renamo de governar as seis províncias onde ganhou as eleições. Porém, misteriosamente é-nos brindado com o “dito por não dito”.
Diante desses aspectos, a conclusão que se chega é de que há vários interesses fortes para que o país volte a mergulhar em mais uma violenta e sangrenta guerra cívil. Ou seja, há quem está, por detrás da logística desta guerra, a levar habilmente água ao seu moinho. Há quem está a marimbar-se da triste e penosa situação por que centenas de moçambicanos são forçados a passar.
Continuar a promover guerra, dividir e destruir a nação é, sem dúvida, uma estratégia desesperada de um regime que medra a custa do subdesenvolvimento da população e teme que esses moçambicanos descubram os seus pés de barro. Portanto, hoje parece que ninguém tem mais dúvidas de que o maior problema desta país é a Frelimo e os líderes que ampliam os seus patrimónios pessoais a custa do sangue do povo.




Editorial, A Verdade

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