Saturday, 6 April 2013

Vida regressa à normalidade em Muxúnguè

A VIDA está a voltar à normalidade na vila de Muxúnguè, distrito de Chibabava, em Sofala, depois do tiroteio de quinta-feira última que provocou a morte de cinco pessoas e ferimentos de outras dezasseis, entre graves e ligeiros.
A evolução positiva do ambiente de normalidade geral da região foi-nos confirmado pelo administrador distrital, Arnaldo Machoe, acrescentando que os serviços públicos e outros estão a reabrir ainda que de forma gradual.
O regresso da vida à normalidade deve-se em parte ao reforço da segurança na vila, o que propicia o regresso da população que havia se refugiado em locais mais seguros, incluindo as cidades da Beira e Chimoio.
Entretanto, fontes hospitalares na cidade da Beira asseguraram que nove pacientes que resultaram do ataque dos homens armados da Renamo a uma unidade da Força de Intervenção Rápida encontram-se num estado clínico controlável, muito embora uma das vítimas se encontre sob cuidados intensivos devido a lesões contraídas na região do fígado. Uma outra parte de feridos em número não especificado encontra-se internada na ortopedia e na cirurgia, enquanto quatro assistidos no Hospital Rural de Muxúnguè já regressaram às origens após terem recebido alta.
O ataque ao Posto Policial de Muxúnguè provocou reacções de vários sectores da sociedade. Por exemplo, líderes políticos ouvidos pelo “Notícias” apelaram à necessidade de os partidos políticos desenvolverem as suas actividades através da educação cívica dos cidadãos, privilegiando a estabilidade do país e o diálogo para a superação das diferenças.
Raul Domingos, do PDD entende que o presente cenário político caracterizado pela concentração de homens da Renamo e pela acção policial ao dispersá-los sob protesto de manutenção da lei e ordem resulta em grande medida da intolerância política, da exclusão e da ausência do diálogo.
A comunidade religiosa, por seu turno, condenou vigorosamente o recurso à violência e o preconizar do uso da força para alterar a ordem política e social do país. Marcos Macamo, do Conselho Cristão de Moçambique disse, por exemplo, que tudo o que possa perigar a paz deve ser irremediavelmente rejeitado.
Os jornalistas são igualmente defensores de que nada justifica o regresso às hostilidades numa altura em que Moçambique caminha a passos largos rumo à melhoria da qualidade de vida do povo. Tomás Vieira Mário, jornalista e analista político, entende que quer o Governo quer a Renamo devem basear as respectivas posturas nos princípios emanados da Constituição, interpretados sobretudo no espírito de promoção e defesa do pluralismo de pensamento, o qual implica a tolerância e respeito pela opinião do outro.

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