Posto Administrativo de Muxúnguè viveu momentos de terror.
Tal como avançámos na nossa edição de ontem, a zona centro do país está a conhecer uma radicalização de posições. Em consequência, forças de defesa e segurança enfrentaram os homens da Renamo. morreram cinco pessoas: quatro da FIR e um da Renamo.
“Se continuar a prevalecer a tendência da absolutização dos partidos políticos e o culto da personalidade dos próprios dirigentes, não será garantida a paz em Moçambique”. Estas palavras parecem ter sido escritas ontem em jeito de reacção ao cenário de guerra aberta entre as forças de defesa e segurança e elementos da Renamo no posto administrativo de Muxúnguè, na província de Sofala. O facto é que as mesmas vem contidas na Carta Pastoral dos Bispos Católicos, datada de 6 de Agosto do ano passado. Aliás, ontem, este jornal alertava para a radicalização de posições entre a Renamo e as forças de defesa e segurança na região centro do país. Em consequência desta radicalização de posições, elementos da Força de Intervenção Rápida invadiram, na quarta-feira, a sede da Renamo no posto administrativo de Muxúnguè, alegadamente com objectivo de dispersar cerca de 250 homens da Renamo que ali se encontravam concentrados.
A PRM alega que os homens da Renamo não se podiam concentrar em grande número naquele espaço partidário sem autorização prévia das autoridades. Ou seja, na óptica da polícia, são proibidas concentrações de membros de partidos nas suas sedes sem autorização prévia das autoridades!
Neste assalto à sede da Renamo, a FIR deteve 15 elementos da Renamo e encarcerou-os no posto policial local.
Pesa sobre os detidos a acusação de desacato às autoridades, alegadamente por se terem recusado a abandonar o local.
Ora, na madrugada de ontem e num claro acto de retaliação e demonstração de força, um grupo não quantificado de homens da Renamo assaltou o posto policial onde se encontravam aquarteladas as Forças de Defesa e Segurança, com especial destaque para elementos da FIR. Tratou-se de um ataque relâmpago, que encontrou totalmente desprevenida a Força de Intervenção Rápida.
José Belmiro e Francisco Raiva, O País
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