O carnaval para os lugares da Sociedade Civil na futura Comissão Nacional de Eleições (CNE) continua. O actual presidente João Leopoldo da Costa que se candidatou à sua própria sucessão, proposto pela Sociedade Civil, e apesar das suas conhecidas ligações com partido Frelimo, foi selecionado entre os 29 candidatos iniciais para a shortlist de 16 candidatos de onde serão eleitos os três membros da CNE provenientes sociedade civil moçambicana.
Pateguana, para os mais próximos, nos círculos familiares sobretudo, é medico de profissão. Simultaneamente, exerce a função de reitor do Instituto Superior de Ciências Técnicas de Moçambique (ISCTEM), facto que se configura anti-ético a vários níveis.
Efectivamente, a lei, naquela altura, especificava que nenhum membro da CNE poderia ter outro emprego e salário estranhos ao órgão. Leopoldo manteve, até hoje, o seu posto de trabalho académico e disse que outros membros da CNE também poderiam desempenhar outras funções remuneradas – em total violação da lei.
Leopoldo da Costa dirige os destinos da CNE desde o período que antecedeu os últimos pleitos eleitorais no país. Carrega um rol de controvérsias na sua folha de serviços, com destaque para as ultimas eleições nas quais excluiu mais de metade da lista de candidaturas do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um acto que ficou baptizado na opinião pública como um favor ao partido no poder.
O timoneiro da CNE foi figura destacável no IX Congresso do Partido no Poder, a Frelimo, realizado em Quelimane, na Zambézia em Novembro de 2006, aonde foi flagrado vestido com uma camiseta daquela formação partidária.
Greve dos doadores
Fontes próximas ao processo indicam que a arrogância de Leopoldo da Costa despoletou, em 2009, a greve dos doadores. Efectivamente, foi um protesto contra a má conduta por parte da CNE e, especialmente, de Leopoldo.
Da Costa recusou-se a publicar informações sobre as decisões da CNE, as quais, diga-se, deveriam estar disponíveis pelo facto de estarem investidos de carácter público.
Sociedades
Pelo que consta do Boletim da República n 2, III Série de 14 de Janeiro de 2004, João Leopoldo da Costa está ligado à Clínica Listen and Smile, Limitada, aonde é sócio de um cidadão italiano de nome Maurizio Lacopo.
O seu parceiro de negócios na área da saúde foi objecto de extensas reportagens inquisitivas em 2005, as quais davam conta de que Maurizio Lacopo estava a ser procurado no Quénia, estando ele em Moçambique a trabalhar para o Estado e numa clínica privada (de que era sócio).
Na época dos factos constava que ele detinha um diploma de medicina, quando na verdade o mesmo era falso. As denúncias sobre o sócio do presidente da CNE tiveram seguimento da Procuradoria Geral da República (PGR), por parte da senhora Isabel Rupia. O referido “médico” acabou por fugir do país deixando o empreendimento nas mãos de João Leopoldo da Costa...
Confira em seguida os 16 candidatos da Sociedade Civil, seleccionados pela comissão Ad doc do Parlamento:
Associação Ordem dos Advogados –Delfim de Deus Júnior
Associação Luta Contra Pobreza – Rabia Zauria Ibraimo Valigy
Confederação Nacional dos Sindicantos Independentes e Livres - Jeremias Duzenta Timana
Instituto Martin Luther King - José Belmiro Eugénio Samuel
Conselho Cristão de Moçambique - Leonardo David Massango
Associação para a Conservação e Desenvolvimento da Natureza - Benedito Marime
Sindicato Nacional dos Professores - João Leopoldo da Costa
Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento -Adbul Carimo Nordine
Observatório Eleitoral - Salomão Azael Moyana; João Carlos Trindade; Gilles Cistac; Alfiado Laita Zunguza; Anastácio Diogo Chembeze; Júlio Gonçalves Cunela; Benilde dos Santos Nhalivilo; Paulo Isac Cuinica.
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