Polícia fala da existência de “elementos fortes de actividade ilícita”
- A sua casa foi cercada, vasculhada e, depois de uma detenção por algumas horas, o “empresário de sucesso” foi libertado supostamente por “ordens de cima”
Publicamente já se questionava. Nos mercados, nos chapas- 100, nas paragens, em pequenos nichos empresariais se perguntava, sempre em surdina, afinal quem é esse Silvestre Bila, o empresário (negro) moçambicano que conseguiu juntar fortuna em circunstâncias não muito bem claras.
O poderio empresarial de Silvestre é formalmente desconhecido, mas em termos populares, o empresário está na boca do povo pelo facto de ter conseguido “desmontar” uma série de famílias no bairro T3 para dar espaço de montagem à sua mansão residencial.
Aquando da última campanha para as eleições gerais, o empresário também ocupou várias páginas de jornais pelo facto de ter feito parte da nata empresarial que comparticipou e participou nos jantares de angariação de fundos para assegurar uma campanha robusta e triunfante do candidato da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, actual Presidente da República.
Considerado pivô da elite política próximo do antigo chefe de Estado Armando Guebuza, Silvestre Bila foi há pouco menos de três semanas visitado pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção e pela Polícia da República de Moçambique. A operação incidiu sobre uma das suas casas localizadas no centro da cidade de Maputo.
A Polícia confirmou a operação de vasculha à casa de Silvestre Bila, na manhã desta terça-feira. O assunto continuava em segredo, mas os jornalistas “apertaram” o porta-voz do Comando-Geral da Polícia para dizer algo em relação ao assunto.
Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral, acabou falando do assunto, confirmando a incursão policial à residência do empresário, também apontado como tendo estado por trás da eleição do actual president da Federação Moçambicana de Futebol, Alberto Simango Junior.
Inácio Dina assegurou que a rusga à casa de Silvestre Bila não aconteceu só por acontecer. Ela é resultado de investigação detalhada, daí que a vasculha só aconteceu depois de autorização de “entidade competente” e mediante evidências do que chamou de “actividade ilícita”.
“Quando a Polícia faz este tipo de operação é que há elementos fortes. Temos informação de suspeita de uma actividade ilícita. Há elementos bastantes fortes que nos conduziram a esta operação”, disse Inácio Dina.
Questionado sobre os resultados da rusga, Inácio Dina optou por um discurso mais reservado, não dizendo, no concreto, o que efectivamente se conseguiu retirar da casa do empresário.
Entretanto, o mediaFAX soube que as autoridades policiais encontraram na casa do empresário várias malas contendo dinheiro em várias moedas, com destaque para o dólar norte-americano, randes e meticais. Ao que apurámos, o Gabinete Central de Combate à Corrupção quer explicações sobre a proveniência da fortuna de Silvestre Bila. Soubemos que no processo constam acusações de exportação ilegal de capitais e fuga ao fisco.
O empresário, que é membro da Frelimo e gaba-se de ter financiado a candidatura presidencial de Filipe Nyusi, detém vários contratos de fornecimento de medicamentos ao Ministério de Saúde. Grande parte dos contratos foi conseguida no consulado de Armando Guebuza.
Não se conhecem formalmente empreendimentos empresariais concretos das áreas exploradas por Silvestre Bila. Publicamente diz-se simplesmente que o homem de negócios é um grande lobista. Nas redes sociais já se escreveu que ele detinha um grande poder no seio do partido Frelimo, no governo e, por essa via, no Estado. Com este poder, diz-se, ele ganha diversos concursos públicos, do ponto de vista de fornecimento de bens e serviços.
Em uma recente entrevista à revista Ídolo, o “empresário de sucesso” negou o controlo do Estado, mas deixou claro que era membro da Frelimo e estava disposto a fazer dotações orçamentais ao seu grupo partidário, isso se ele estivesse em condições para tal.
“Sou membro da Frelimo e se tivesse mais dinheiro poderia injectar para que o partido fosse ainda mais forte, a favor do bem de todos moçambicanos, portanto, não controlo nada disso de que sou acusado”, disse o empresário falando à Idolo.
O poderio empresarial de Silvestre é formalmente desconhecido, mas em termos populares, o empresário está na boca do povo pelo facto de ter conseguido “desmontar” uma série de famílias no bairro T3 para dar espaço de montagem à sua mansão residencial.
Aquando da última campanha para as eleições gerais, o empresário também ocupou várias páginas de jornais pelo facto de ter feito parte da nata empresarial que comparticipou e participou nos jantares de angariação de fundos para assegurar uma campanha robusta e triunfante do candidato da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, actual Presidente da República.
Considerado pivô da elite política próximo do antigo chefe de Estado Armando Guebuza, Silvestre Bila foi há pouco menos de três semanas visitado pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção e pela Polícia da República de Moçambique. A operação incidiu sobre uma das suas casas localizadas no centro da cidade de Maputo.
A Polícia confirmou a operação de vasculha à casa de Silvestre Bila, na manhã desta terça-feira. O assunto continuava em segredo, mas os jornalistas “apertaram” o porta-voz do Comando-Geral da Polícia para dizer algo em relação ao assunto.
Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral, acabou falando do assunto, confirmando a incursão policial à residência do empresário, também apontado como tendo estado por trás da eleição do actual president da Federação Moçambicana de Futebol, Alberto Simango Junior.
Inácio Dina assegurou que a rusga à casa de Silvestre Bila não aconteceu só por acontecer. Ela é resultado de investigação detalhada, daí que a vasculha só aconteceu depois de autorização de “entidade competente” e mediante evidências do que chamou de “actividade ilícita”.
“Quando a Polícia faz este tipo de operação é que há elementos fortes. Temos informação de suspeita de uma actividade ilícita. Há elementos bastantes fortes que nos conduziram a esta operação”, disse Inácio Dina.
Questionado sobre os resultados da rusga, Inácio Dina optou por um discurso mais reservado, não dizendo, no concreto, o que efectivamente se conseguiu retirar da casa do empresário.
Entretanto, o mediaFAX soube que as autoridades policiais encontraram na casa do empresário várias malas contendo dinheiro em várias moedas, com destaque para o dólar norte-americano, randes e meticais. Ao que apurámos, o Gabinete Central de Combate à Corrupção quer explicações sobre a proveniência da fortuna de Silvestre Bila. Soubemos que no processo constam acusações de exportação ilegal de capitais e fuga ao fisco.
O empresário, que é membro da Frelimo e gaba-se de ter financiado a candidatura presidencial de Filipe Nyusi, detém vários contratos de fornecimento de medicamentos ao Ministério de Saúde. Grande parte dos contratos foi conseguida no consulado de Armando Guebuza.
Não se conhecem formalmente empreendimentos empresariais concretos das áreas exploradas por Silvestre Bila. Publicamente diz-se simplesmente que o homem de negócios é um grande lobista. Nas redes sociais já se escreveu que ele detinha um grande poder no seio do partido Frelimo, no governo e, por essa via, no Estado. Com este poder, diz-se, ele ganha diversos concursos públicos, do ponto de vista de fornecimento de bens e serviços.
Em uma recente entrevista à revista Ídolo, o “empresário de sucesso” negou o controlo do Estado, mas deixou claro que era membro da Frelimo e estava disposto a fazer dotações orçamentais ao seu grupo partidário, isso se ele estivesse em condições para tal.
“Sou membro da Frelimo e se tivesse mais dinheiro poderia injectar para que o partido fosse ainda mais forte, a favor do bem de todos moçambicanos, portanto, não controlo nada disso de que sou acusado”, disse o empresário falando à Idolo.
(Eduardo Conzo)
mediaFAX, 25.11.2015
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