Maputo, 09 nov (Lusa) - A Renamo pediu ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a retomada do diálogo com o Governo sobre a crise política no país, com mediação internacional, disse hoje à Lusa o porta-voz do principal partido de oposição em Moçambique.
"Endereçámos uma carta ao gabinete do Presidente da República e à Igreja Católica a sugerir a retomada do diálogo, com a participação de mediadores internacionais, porque a crise em curso no país já não é uma questão meramente doméstica", disse António Muchanga a propósito do desejo do seu partido de envolvimento de entidades estrangeiras nas negociações, uma ideia já afastada pelo Presidente moçambicano.
O porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) adiantou que o movimento defende o envolvimento da comunidade internacional na mediação das negociações em torno da crise política prevalecente no país, porque "a equipa de mediadores nacionais já não reúne condições morais para manter a sua participação no processo negocial".
"Depois da vergonha que se passou no ataque à casa do presidente Afonso Dhlakama (líder da Renamo), não há dúvidas de que aquela equipa de mediadores já não tem condições para continuar o seu papel", afirmou António Muchanga.
Afonso Dhlakama viu a sua residência na Beira, centro do país, invadida por forças especiais da polícia moçambicana, no dia 09 de outubro, que desarmaram e detiveram por algumas horas a guarda do líder da Renamo, poucas horas após ter saído do lugar incerto onde se refugiara, depois de a sua caravana se ter envolvido num incidente com as forças de defesa e segurança moçambicanas no dia 25 de setembro, na província de Manica, centro do país.
Dhlakama reapareceu na Gorongosa, de onde saiu acompanhado por membros da equipa de mediadores nacionais, que incluem o bispo anglicano Dinis Sengulane e o reitor da universidade A Politécnica, Lourenço do Rosário.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse no domingo que pretende dialogar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para devolver a estabilidade ao país, "mas não está a ser possível".
"Estou a fazer o esforço de conversar com ele [Afonso Dhlakama], mas não está a ser possível", declarou o chefe de Estado, citado pela Agência de Informação de Moçambique, durante um encontro em Maputo com bispos da Conferência Episcopal moçambicana.
O líder da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, não é visto em público desde o incidente de há mês na sua residência na Beira, província de Sofala, que visava a recolha de armas e após vários outros incidentes entre a sua guarda e as forças de defesa e segurança na província de Manica.
No encontro com os líderes religiosos, que apelaram ao Governo e à Renamo para o abandono das armas e início imediato do diálogo, Nyusi rejeitou um cenário de mediação internacional.
"Acho que este é um assunto que pode ser resolvido dentro de casa. É uma conversa de quarto. Não vejo motivo para se escolher um país para resolver isso. Estou a fazer tudo para ter o diálogo", afirmou.
Moçambique vive momentos de incerteza política, provocada pela recusa da Renamo em reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e pela sua proposta de governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
As últimas semanas têm sido marcadas por confrontos entre as partes, estando a decorrer uma operação policial de recolha de armas da Renamo em vários pontos do país, num dos momentos de maior tensão política e militar desde o Acordo Geral de Paz, que selou, em 1992 em Roma, 16 anos da guerra civil, então sob mediação da organização católica Comunidade de Santo Egídio.
"Endereçámos uma carta ao gabinete do Presidente da República e à Igreja Católica a sugerir a retomada do diálogo, com a participação de mediadores internacionais, porque a crise em curso no país já não é uma questão meramente doméstica", disse António Muchanga a propósito do desejo do seu partido de envolvimento de entidades estrangeiras nas negociações, uma ideia já afastada pelo Presidente moçambicano.
O porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) adiantou que o movimento defende o envolvimento da comunidade internacional na mediação das negociações em torno da crise política prevalecente no país, porque "a equipa de mediadores nacionais já não reúne condições morais para manter a sua participação no processo negocial".
"Depois da vergonha que se passou no ataque à casa do presidente Afonso Dhlakama (líder da Renamo), não há dúvidas de que aquela equipa de mediadores já não tem condições para continuar o seu papel", afirmou António Muchanga.
Afonso Dhlakama viu a sua residência na Beira, centro do país, invadida por forças especiais da polícia moçambicana, no dia 09 de outubro, que desarmaram e detiveram por algumas horas a guarda do líder da Renamo, poucas horas após ter saído do lugar incerto onde se refugiara, depois de a sua caravana se ter envolvido num incidente com as forças de defesa e segurança moçambicanas no dia 25 de setembro, na província de Manica, centro do país.
Dhlakama reapareceu na Gorongosa, de onde saiu acompanhado por membros da equipa de mediadores nacionais, que incluem o bispo anglicano Dinis Sengulane e o reitor da universidade A Politécnica, Lourenço do Rosário.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse no domingo que pretende dialogar com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para devolver a estabilidade ao país, "mas não está a ser possível".
"Estou a fazer o esforço de conversar com ele [Afonso Dhlakama], mas não está a ser possível", declarou o chefe de Estado, citado pela Agência de Informação de Moçambique, durante um encontro em Maputo com bispos da Conferência Episcopal moçambicana.
O líder da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, não é visto em público desde o incidente de há mês na sua residência na Beira, província de Sofala, que visava a recolha de armas e após vários outros incidentes entre a sua guarda e as forças de defesa e segurança na província de Manica.
No encontro com os líderes religiosos, que apelaram ao Governo e à Renamo para o abandono das armas e início imediato do diálogo, Nyusi rejeitou um cenário de mediação internacional.
"Acho que este é um assunto que pode ser resolvido dentro de casa. É uma conversa de quarto. Não vejo motivo para se escolher um país para resolver isso. Estou a fazer tudo para ter o diálogo", afirmou.
Moçambique vive momentos de incerteza política, provocada pela recusa da Renamo em reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e pela sua proposta de governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
As últimas semanas têm sido marcadas por confrontos entre as partes, estando a decorrer uma operação policial de recolha de armas da Renamo em vários pontos do país, num dos momentos de maior tensão política e militar desde o Acordo Geral de Paz, que selou, em 1992 em Roma, 16 anos da guerra civil, então sob mediação da organização católica Comunidade de Santo Egídio.
Lusa
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