Olá, Alfredo
Como vai a tua saúde e da tua família? Do meu lado as coisas vão razoavelmente.
O mesmo já não posso dizer do país, infelizmente.
Quem nos prometeu paz a todo o custo lançou- -nos, mais uma vez, na guerra. Na internet circulam imagens de material militar pesado a ser descarregado no porto de Maputo à noite, às escondidas, e a seguir para o Centro e Norte do país.
Circula também um pequeno filme em que se podem ver muitas centenas de militares das forças governamentais a deslocarem-se, em fila indiana,
dos dois lados de uma estrada, infelizmente não identificada.
Parece claro que o diálogo que todos exigimos foi substituído pela atracção pelas armas, por uma solução militar, seguindo o exemplo (reconhecido como tal) de Angola.
Só que a situação política e militar de Moçambique e de Angola são completamente diferentes e o que resultou num sítio pode não resultar no outro e o tiro vir a sair pela culatra. O apoio popular à Renamo no Centro e Norte do país é muito grande e isso é o ingrediente fundamental para alimentar uma guerrilha com sucesso.
Depois vem a questão económica. Num país em que não há dinheiro para que todas as crianças estudem sentadas em carteiras, onde se vai buscar
dinheiro para a compra de quantidades enormes de armamento?
Recentemente o país foi bater à porta do Fundo Monetário Internacional pedindo um empréstimo de 250 milhões de dolares norte-americanos. Será
para comprar mais armas? Ou para pagar as que já foram compradas?
No meio disto tudo os barcos da EMATUM continuam parados e a apodrecer no cais de Maputo, sem qualquer rendimento para o país. O único movimento que se vê nesse assunto é a saída de quantias fabulosas do nosso Orçamento do Estado, anualmente, para pagar a gigantesca dívida assumida. Quem terá ganho com este negócio não custa
adivinhar. Quanto terá ganho é coisa que espero um dia iremos descobrir. Um dia que não se sabe quando será porque a actual Procuradoria-Geral
da República parece ainda não se ter apercebido de que aconteceu alguma coisa de errado nesta questão.
E eu diria que aqueles que nos empurraram para a grave crise económica são os mesmos que nos empurram agora para a guerra, com o único objectivo de continuarem a mamar nas tetas do Estado sem nunca serem chamados às suas responsabilidades.
Como vamos sair disto? Não sei. As soluções que eu proporia parecem ter sido totalmente afastadas por quem tem o poder de tomar decisões.
Mas não tenho grandes dúvidas de que vamos sair muito pior do que estamos agora, com muito luto e sofrimento misturados.
Esperemos que eu esteja enganado.
Como vai a tua saúde e da tua família? Do meu lado as coisas vão razoavelmente.
O mesmo já não posso dizer do país, infelizmente.
Quem nos prometeu paz a todo o custo lançou- -nos, mais uma vez, na guerra. Na internet circulam imagens de material militar pesado a ser descarregado no porto de Maputo à noite, às escondidas, e a seguir para o Centro e Norte do país.
Circula também um pequeno filme em que se podem ver muitas centenas de militares das forças governamentais a deslocarem-se, em fila indiana,
dos dois lados de uma estrada, infelizmente não identificada.
Parece claro que o diálogo que todos exigimos foi substituído pela atracção pelas armas, por uma solução militar, seguindo o exemplo (reconhecido como tal) de Angola.
Só que a situação política e militar de Moçambique e de Angola são completamente diferentes e o que resultou num sítio pode não resultar no outro e o tiro vir a sair pela culatra. O apoio popular à Renamo no Centro e Norte do país é muito grande e isso é o ingrediente fundamental para alimentar uma guerrilha com sucesso.
Depois vem a questão económica. Num país em que não há dinheiro para que todas as crianças estudem sentadas em carteiras, onde se vai buscar
dinheiro para a compra de quantidades enormes de armamento?
Recentemente o país foi bater à porta do Fundo Monetário Internacional pedindo um empréstimo de 250 milhões de dolares norte-americanos. Será
para comprar mais armas? Ou para pagar as que já foram compradas?
No meio disto tudo os barcos da EMATUM continuam parados e a apodrecer no cais de Maputo, sem qualquer rendimento para o país. O único movimento que se vê nesse assunto é a saída de quantias fabulosas do nosso Orçamento do Estado, anualmente, para pagar a gigantesca dívida assumida. Quem terá ganho com este negócio não custa
adivinhar. Quanto terá ganho é coisa que espero um dia iremos descobrir. Um dia que não se sabe quando será porque a actual Procuradoria-Geral
da República parece ainda não se ter apercebido de que aconteceu alguma coisa de errado nesta questão.
E eu diria que aqueles que nos empurraram para a grave crise económica são os mesmos que nos empurram agora para a guerra, com o único objectivo de continuarem a mamar nas tetas do Estado sem nunca serem chamados às suas responsabilidades.
Como vamos sair disto? Não sei. As soluções que eu proporia parecem ter sido totalmente afastadas por quem tem o poder de tomar decisões.
Mas não tenho grandes dúvidas de que vamos sair muito pior do que estamos agora, com muito luto e sofrimento misturados.
Esperemos que eu esteja enganado.
Um abraço para ti do
Machado da Graça
Correio da manhã, 17/11/2015
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