Movimento Democrático de Moçambique, MDM, realizou hoje, 2 de Novembro, uma conferência de imprensa para falar das eleições na Tanzania, Elias Impuiri, Chefe de Formação e Projectos do MDM, que chefiou a delegação do partido de galo à Tanzânia para acompanhar o pleito eleitoral, comecou por apelar a União Europeia “ não pode continuar a financiar governos ditadores sob o pretexto de que querem organizar eleições quando na verdade o que eles querem é aumentar o seu poderio militar e enganar o povo africano”
IMPUIRI disse ainda “ a Missão de Observação da SADC era dirigida por Moçambique, esperávamos que íamos assistir alguma melhoria no sistema em relação ao que tem acontecido por cá mas, as eleições que decorreram recentemente na Tanzânia foram um total fiasco, aquilo não pode acontecer. O que fomos assistir pareceu-nos ser pior do que ocorre em Moçambique, pior do que ocorre em Angola, pior do que ocorreu muito recentemente no Zimbabwe...” - é assim como Elias Impuiri classifica, pelo seu partido, estas eleições da Tanzânia.
Adiante, chamou a atenção aos africanos, principalmente os académicos e a sociedade civil, que a deixar-se as coisas neste estágio, a continuarem assim como elas estão acontecendo, estará a matar-se a democracia.
“ vimos aviões militares no dia seguinte as eleições a sobrevoar a Tanzânia para ameaçar a população. E aquela população como é por si naturalmente pacifica, não são como outros povos africanos que eventualmente são muito agressivos, ficaram em casa e calaram-se. Mas, uma SADC feita por pessoas conscientes, vai para ali assistir aquela eleição e diz que foi livre, justa e transparente...” - disse o conferencista,
Continuando, acrescentou que desta forma não convém que se fale que “vamos buscar dinheiro na Europa para financiar eleições, maçar as populações, deixando de ir ao campo fazer as suas machambas para ir a uma eleição em que depois não é valorizada. A democracia em si só, ela dita e diz que o poder tem que provir da população, provir daquele que foi votar. Mas o que acontece é o contrario. A população vai, vota mas aquilo que é a sua vontade expressa pelo voto não é respeitada”.
Sempre de improviso, o Chefe de Formação e Projectos do MDM ainda disse: “Estamos a dizer que estamos a gastar dinheiro, foram pessoas que foram pagas e foram sentar lá e aqueles papeis que eles foram trazer lá com designação de editais não foram considerados, não pode ser discutido. O Chadema, por exemplo, viu - porque tinha cinco centros de processamento de dados paralelos - 102 colegas seus, entre académicos e estudantes, presos, pura e simplesmente com a alegação de que estavam a fazer vistos de entrada para estrangeiros e estavam a traficar pessoas. Sinceramente...”.
Desta forma, o MDM acha que a “União Europeia, que financia esses ditadores africanos, deve repensar no que devem fazer, porque pensamos que o melhor caminho é dizer que não à eleições em África, não à democracia. Se é um governo que está no poder porque ganhou a independência ou porque trouxe a independência, que fique ele a governar eternamente, do que dizermos que há democracia e a vontade do povo no fim do dia não é respeitada. É melhor que a população (europeia) que contribui com os seus impostos, que manda para África financiar ditadores, que o parem de fazer... (...) ...quando tiram dinheiro deles para África, esse dinheiro transforma-se em fogo, em ferro, porque o que vai acontecer nos próximos dias na Tanzânia não sabemos o que pode ser, porque aquela população pode revoltar-se. Aquele governo está lá de forma ilegítima, embora seja legal, mas é ilegítimo porque o poder da população decidiu o contrario aquilo que foi proclamado”, finalizou Elias Impuiri.
Conforme as declarações da comissão eleitoral da Tanzânia, John Magufuli, candidato do CCM, que ocupa o poder no país desde a independência em 1961, venceu as eleições presidenciais com 58 por cento dos votos, enquanto que o candidato da oposição, Edward Lowassa, ficou com 40 por cento dos votos expressos nas urnas.
Na corrida eleitoral, participaram John Magufuli, candidato do partido no poder Chama Chá Mapinduzi (CCM, Partido Revolucionário) e ministro cessante, e Edward Lowassa, candidato pela aliança oposicionista Ukawa e que foi primeiro-ministro entre 2005 e 2008, tendo-se demitido por envolvimento num caso de corrupção. Recordando, desertou para a oposição (Chadema) há alguns meses.
A comissão eleitoral rejeitou as queixas apresentadas pela oposição e recusou o pedido de recontagem de votos por alegadas irregularidades. Lowassa, antigo primeiro-ministro, continua a não aceitar os resultados e exige ser nomeado chefe de Estado.
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