Declarações mediatizadas vendem jornais mas não repõem a verdade…
Soluços de “veteranos” como medo da derrota democrática
Beira (Canalmoz) – Está por demais conhecida a fórmula de repetir que os outros eram agentes do imperialismo e dos regimes racistas da região austral de África.
Na verdade, quem assim se pronuncia, ...desde sempre, são os acólitos de uma internacional comunista moribunda e em muitos casos já sepultada. Nem Vladimir Putin quer ouvir falar desse tipo de gente.
Maputo já foi o paraíso de uma esquerda revolucionária que preenchia os corredores do poder.
Depois da eclosão do conflito armado entre o governo socialista da Frelimo e a Renamo – Resistência Nacional Moçambicana, muitos foram os pronunciamentos de académicos, pesquisadores encomendados e de governos que esperavam tirar dividendos em Moçambique.
Hoje alguns majores generais e coronéis na reserva derrotados militarmente continuam sem ter a sensatez e coragem de reconhecer que nem sempre estiveram do lado certo da história. Quando alguém se configurou de marioneta, de lacaio e defensor de uma situação que colocava Moçambique como satélite da URSS e depois quer vir a público acusar outros de lacaios de regimes racistas e outros nomes é caso para se ficar preocupado. É a continuação da mentira que antes era oficial. Hoje só continuam falando de teses gastas com o tempo, aquelas pessoas que não encontram espaço nas hostes governamentais e de seu partido de suporte.
O estilo acusatório característico de uma campanha de contra-informação já posto em prática pelas mesmas pessoas no passado é revelador dos objectivos pretendidos.
Gente habituada a mandar e a distribuir cartas e funções muitas vezes inquisitoriais não se vê numa posição subalterna ou simplesmente de ostracismo efectivo.
Avançar pelo desprezo e insulto daqueles que se bateram contra a ditadura antes reinante em Moçambique revela uma vontade firme de contrariar a democracia e a reconciliação nacional.
Não há surpresas e dos pronunciamentos vilipendiando concidadãos fica a imagem clara de uma derrota mal digerida. Gente que comandando contingentes de forças militares e policiais se viu na eminência de uma derrota militar demolidora e que agora se vê confrontada com forças políticas ganhando e espaço território não poderia deixar de estar preocupada. É uma mudança de regime que avança inexoravelmente.
Responder só ao que convém e esquecer o inconveniente, dizer que uns matam civis e inocentes, relembra massacres cometidos e atribuídos a outros num passado recente em Moçambique. Realisticamente falando em guerras não há santos e disso reza a sabedoria popular.
“Enterrar o machado de guerra” requer comprometimento e não safadeza intelectual.
Os palcos que antes eram monopolizados e de onde se lançavam ordens e orientações hoje já não são mais acessíveis para alguns actores inveterados.
Uma atitude de aparente obediência e disciplina partidária, de respeito pela liderança do partido a que alguns falcões pertencem esconde sentimentos inconfessáveis. Não conseguem manifestar o seu ódio figadal para com quem se recusa a aceitar suas recomendações e presença nos círculos do poder por onde circulavam antes. Não há pretensão de negar papéis históricos desempenhados só que isso não coloca tais pessoas num panteão único dos libertadores de Moçambique.
Diga-se a verdade, alguns são e estão cheios de complexos de superioridade de origem quanto a nós desconhecida pois seus feitos não conjugam com o estatuto perpétuo que reivindicam.
Chamar uma alegada “vingança pela independência” para a mesa do debate constitui um artifício elaborado com vista a desviar a atenção do fundamental. Democracia política e económica é que está em causa e em jogo em Moçambique. Os moçambicanos querem o fim dos cidadãos especiais, intocáveis, impunes.
Uma doença que não é nova mas que só agora se revela, chama-se, exclusivitite e elitite. Para quem padece deste mal é difícil senão mesmo impossível conceber e aceitar que outros brilhem.
Se as contas do AGP saíram furadas e se exige o seu cumprimento integral preocupa a alguns porque seu status sofreria uma alteração profunda. De cavaleiro a peão, posição em que alguns já se encontram procuram a todo o custo “puxar a brasa para a sua sardinha”.
E quando a comunicação social lhes dá espaço esgrimem as únicas armas que conhecem, a altivez, o desprezo tácito pelos outros.
Moçambique e os moçambicanos não vão parar só porque coronéis na reserva já derrotados no campo de batalha e preteridos por seus partidos se recusam a aceitar a realidade diferente de hoje.
Talvez o maior erro cometido por certas pessoas tenha sido pensarem que tinham o exclusivo no que respeita à capacidade de pensar.
Aceitem a reforma e gozem pacificamente seus dias. Não continuem com uma agenda cultora do ódio e da intolerância nacional.
Se estão magoados com a forma com que vosso partido de sempre vos trata, resolvam vossos diferendos internamente e não espalhem “baba ranhosa com hidrofobia” para o ambiente.
Requer-se serenidade e sensatez para pensar para além dos interesses individuais e de pequenos grupos.
O contributo de todos para a paz é necessário mas só pode concretizar-se despedindo a arrogância, a altivez, o sentido de elite predestinada a gerir e governar Moçambique.
Razoabilidade e humildade são o que se procura entre os interlocutores.
Ninguém pretende o regresso das “caravelas” e os cidadãos que elegeram partidos da oposição em pleitos eleitorais passados fizeram-no por convicção do que queriam.
Uma juventude que corajosamente abraçou o combate político contra os históricos partidos que resumiam a cena política nacional claramente que assusta e faz temer que edifícios antes julgados inexpugnáveis se destruam.
Coloque-se Moçambique acima dos interesses de cada um de nós e cultive-se a concórdia no lugar do ódio visceral…
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
Soluços de “veteranos” como medo da derrota democrática
Beira (Canalmoz) – Está por demais conhecida a fórmula de repetir que os outros eram agentes do imperialismo e dos regimes racistas da região austral de África.
Na verdade, quem assim se pronuncia, ...desde sempre, são os acólitos de uma internacional comunista moribunda e em muitos casos já sepultada. Nem Vladimir Putin quer ouvir falar desse tipo de gente.
Maputo já foi o paraíso de uma esquerda revolucionária que preenchia os corredores do poder.
Depois da eclosão do conflito armado entre o governo socialista da Frelimo e a Renamo – Resistência Nacional Moçambicana, muitos foram os pronunciamentos de académicos, pesquisadores encomendados e de governos que esperavam tirar dividendos em Moçambique.
Hoje alguns majores generais e coronéis na reserva derrotados militarmente continuam sem ter a sensatez e coragem de reconhecer que nem sempre estiveram do lado certo da história. Quando alguém se configurou de marioneta, de lacaio e defensor de uma situação que colocava Moçambique como satélite da URSS e depois quer vir a público acusar outros de lacaios de regimes racistas e outros nomes é caso para se ficar preocupado. É a continuação da mentira que antes era oficial. Hoje só continuam falando de teses gastas com o tempo, aquelas pessoas que não encontram espaço nas hostes governamentais e de seu partido de suporte.
O estilo acusatório característico de uma campanha de contra-informação já posto em prática pelas mesmas pessoas no passado é revelador dos objectivos pretendidos.
Gente habituada a mandar e a distribuir cartas e funções muitas vezes inquisitoriais não se vê numa posição subalterna ou simplesmente de ostracismo efectivo.
Avançar pelo desprezo e insulto daqueles que se bateram contra a ditadura antes reinante em Moçambique revela uma vontade firme de contrariar a democracia e a reconciliação nacional.
Não há surpresas e dos pronunciamentos vilipendiando concidadãos fica a imagem clara de uma derrota mal digerida. Gente que comandando contingentes de forças militares e policiais se viu na eminência de uma derrota militar demolidora e que agora se vê confrontada com forças políticas ganhando e espaço território não poderia deixar de estar preocupada. É uma mudança de regime que avança inexoravelmente.
Responder só ao que convém e esquecer o inconveniente, dizer que uns matam civis e inocentes, relembra massacres cometidos e atribuídos a outros num passado recente em Moçambique. Realisticamente falando em guerras não há santos e disso reza a sabedoria popular.
“Enterrar o machado de guerra” requer comprometimento e não safadeza intelectual.
Os palcos que antes eram monopolizados e de onde se lançavam ordens e orientações hoje já não são mais acessíveis para alguns actores inveterados.
Uma atitude de aparente obediência e disciplina partidária, de respeito pela liderança do partido a que alguns falcões pertencem esconde sentimentos inconfessáveis. Não conseguem manifestar o seu ódio figadal para com quem se recusa a aceitar suas recomendações e presença nos círculos do poder por onde circulavam antes. Não há pretensão de negar papéis históricos desempenhados só que isso não coloca tais pessoas num panteão único dos libertadores de Moçambique.
Diga-se a verdade, alguns são e estão cheios de complexos de superioridade de origem quanto a nós desconhecida pois seus feitos não conjugam com o estatuto perpétuo que reivindicam.
Chamar uma alegada “vingança pela independência” para a mesa do debate constitui um artifício elaborado com vista a desviar a atenção do fundamental. Democracia política e económica é que está em causa e em jogo em Moçambique. Os moçambicanos querem o fim dos cidadãos especiais, intocáveis, impunes.
Uma doença que não é nova mas que só agora se revela, chama-se, exclusivitite e elitite. Para quem padece deste mal é difícil senão mesmo impossível conceber e aceitar que outros brilhem.
Se as contas do AGP saíram furadas e se exige o seu cumprimento integral preocupa a alguns porque seu status sofreria uma alteração profunda. De cavaleiro a peão, posição em que alguns já se encontram procuram a todo o custo “puxar a brasa para a sua sardinha”.
E quando a comunicação social lhes dá espaço esgrimem as únicas armas que conhecem, a altivez, o desprezo tácito pelos outros.
Moçambique e os moçambicanos não vão parar só porque coronéis na reserva já derrotados no campo de batalha e preteridos por seus partidos se recusam a aceitar a realidade diferente de hoje.
Talvez o maior erro cometido por certas pessoas tenha sido pensarem que tinham o exclusivo no que respeita à capacidade de pensar.
Aceitem a reforma e gozem pacificamente seus dias. Não continuem com uma agenda cultora do ódio e da intolerância nacional.
Se estão magoados com a forma com que vosso partido de sempre vos trata, resolvam vossos diferendos internamente e não espalhem “baba ranhosa com hidrofobia” para o ambiente.
Requer-se serenidade e sensatez para pensar para além dos interesses individuais e de pequenos grupos.
O contributo de todos para a paz é necessário mas só pode concretizar-se despedindo a arrogância, a altivez, o sentido de elite predestinada a gerir e governar Moçambique.
Razoabilidade e humildade são o que se procura entre os interlocutores.
Ninguém pretende o regresso das “caravelas” e os cidadãos que elegeram partidos da oposição em pleitos eleitorais passados fizeram-no por convicção do que queriam.
Uma juventude que corajosamente abraçou o combate político contra os históricos partidos que resumiam a cena política nacional claramente que assusta e faz temer que edifícios antes julgados inexpugnáveis se destruam.
Coloque-se Moçambique acima dos interesses de cada um de nós e cultive-se a concórdia no lugar do ódio visceral…
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
2 comments:
Faz já algum tempo que venho lendo as suas publicações neste espaço. Sinceramente, para além de escrever bem, traz uma nova forma de pensar.
Vá, prociga, eu gosto...
A abordagem que trazes para este debate enrIquece o entendimento e alarga a visao do passado,do presente e futuro. Venho acompanhando as suas cronicas, logo no primeiro paragrafo vou imaginando o autor... Muitas vezes acerto! Continue com essa abordagem apelativa ao bom senso... Mocambique e os Mocambicanos agradecem!
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