O antigo jogador do Benfica, Eusébio da Silva Ferreira, morreu na madrugada deste domingo, em Lisboa, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorespiratória.
O antigo jogador já vinha dando sinais de saúde debilitada, tendo estado internado em junho de 2012 no Hospital da Luz, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC), que sofreu na Polónia.
O antigo jogador já vinha dando sinais de saúde debilitada, tendo estado internado em junho de 2012 no Hospital da Luz, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC), que sofreu na Polónia.
PERFIL
Eusébio nasceu em Maputo, Moçambique, a 25 de janeiro de 1942, mas foi em Lisboa, onde chegou a 15 de dezembro de 1960, que se tornou uma estrela do futebol, ao serviço do melhor Benfica de sempre, dentro e fora das fronteiras.
Em 294 jogos no campeonato, Eusébio marcou 316 golos, aos quais se juntam 97 na Taça de Portugal. Pelo Benfica, foi campeão europeu em 1961/62 e representou a Selecção em 64 ocasiões, tendo apontado 41 golos.
Eusébio foi eleito o melhor jogador da Europa em 1965 (Bola de Ouro), "coroando-se" um ano depois melhor marcador do Mundial de 1966, com nove golos. Ao 'Pantera Negra' só faltou conduzir Portugal ao título de campeão mundial nesse ano, ficando para a posterioridade as suas lágrimas no jogo em que a Inglaterra afastou os 'Magriços'.
Nas últimas décadas converteu-se num embaixador do Benfica e da Selecção Nacional.
HISTÓRIA DA CHEGADA AO BENFICA
Eusébio chegou a Lisboa a 15 de dezembro de 1960. Na altura, os bastidores do futebol do Benfica fervilhavam de actividade. Sem saberem, nem por estimativa, o que isso haveria de representar para o futuro do clube e até do desporto nacional, os dirigentes encarnados de então tomavam uma das decisões mais importantes, quiçá a mais importante, do historial da águia: "Contrate-se Eusébio. Ele que venha para Portugal. Já!"
Eusébio da Silva Ferreira tinha 17 anos e um talento fora do comum. Jogava no Sporting de Lourenço Marques, clube da capital de Moçambique, então território português. O Sporting, de cá, já sabia que estava ali, na filial, um diamante por lapidar. Mandou-o vir para a metrópole, por intermédio de Hilário, já jogador dos leões e amigo de infância de Eusébio. Um erro histórico: o jogador recusou vir para a Europa sem contrato assinado. À experiência, como foi sugerido, nem pensar. Órfão de pai desde tenra idade, foi a mãe, Elisa, que assumiu as despesas de criar oito filhos, três deles de um segundo casamento.
O Benfica percebeu que a chave do negócio passava pela figura tutelar da mãe de Eusébio. Dois emissários bateram à porta de Dona Elisa, no bairro pobre de Xipamanine, na Mafalala. Na mão levavam 250 contos (1250 euros) e isso foi o bastante para convencer uma mãe de oito bocas a dar autorização para o filho pródigo se comprometer com o Benfica.
O Natal já não estava longe, e Eusébio queria passar a quadra solene perto dos entes queridos. A viagem para Lisboa ficou marcada para depois da festa natalícia. Poucos dias depois, o alarme soa no Benfica, ao saber que o Sporting fazia diligências para desviar Eusébio. Surge então a decisão: o jogador deveria embarcar imediatamente. Tudo teria de decorrer sem falhas. Uma operação digna de filme secreto. Eusébio até teve nome de código: Ruth. No dia 15 de Dezembro de 1960, embarcava para Lisboa, rumo ao Benfica.
Após a chegada a Lisboa, um imbróglio administrativo retardou a estreia de Eusébio pelo Benfica. Uma novela que meteu altas instâncias do futebol nacional: o passe do jogador pertencia ao Sporting de Lourenço Marques... filial do Sporting... de Portugal.
No comments:
Post a Comment