Centenas de residentes das regiões de Tazaronda, Mucodza, Nhataka, Tambarara, Nhankuco, Kanda e Vunduzi, no distrito de Gorongosa, na província de Sofala, abandonaram, há alguns dias, as suas residências como forma de escaparem da morte e perseguição encetada pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, as quais são acusados de deter arbitrariamente cidadãos, sobretudo jovens e adultos do sexo masculinos que se dedicam à agricultura, supostamente por serem guerrilheiros da Renamo.
Informações em poder do @Verdade, porém, não confirmadas pelas autoridades que gerem as forças militares, dão conta de que foram milhares de pessoas das zonas em alusão que fugiram, desesperadamente, das suas casas por ter as acções malévolas protagonizadas pelas Forças de Defesa e Segurança.
Para além de relatos que dão conta de que alguns camponeses foram encontrados nas suas machambas, presos e levados para uma parte incerta, outros foram executados sumariamente pelas tropas governamentais. Do grupo constam crianças, adolescentes e mulheres. Destas, algumas foram estuporadas e desconhecem o paradeiro dos seus maridos ou pais.
Aliás, esta semana, pelo menos 100 famílias fugiram da situação de guerra que se vive em Vunduzi, Tazaronda, Mucodza e Tambarara, procuraram refúgio em Gorongosa e foram alojadas em salas de aula da Escola Primária Completa de Mapombue, onde vivem graças ao apoio da Acção Social.
Ainda em Gorongosa, há indicação de que Forças de Defesa e Segurança enfrentam grandes dificuldades para atacar as posições de homens armados da Renamo, por estes terem montado um perímetro de defesa que permite desbaratar antecipadamente quaisquer acções de ataque ensaiadas pelas forças governamentais.
Refira-se que não é a primeira vez que, por exemplo, a região de Macodza, a cerca de sete quilómetros da vila sede do distrito de Gorongosa, é atacada pelas Forças de Defesa e Segurança. Uma situação idêntica aconteceu a 17 de Outubro do ano passado, quando uma força governamental e agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) atacaram uma posição da Renamo, por volta das 13 horas, na mesma data em que a Perdiz recordava os 34 anos da morte do seu fundador, André Matsangaíssa. Houve vítimas mortais e feridos em ambos lados.
No mesmo mês, em Vunduzi, numa estrada que liga Santhundjira – base da Renamo tomada pelas Forças de Defesa e Segurança, a 21 de Outubro de 2013 – à vila de Gorongosa, numa picada de 30 quilómetros viram-se camionetas carregadas e pessoas apinhadas com seus pertences, tais como animais e alimentos, devido aos ataques armados e pilhagem pelas forças governamentais.
A Verdade
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