Um juiz sul-africano recomendou hoje a revisão da decisão do ministério público, em 2009, de abandonar as acusações de corrupção contra o chefe de Estado, Jacob Zuma.
"A decisão de abandonar as acusações contra Zuma é irracional e deve ser revista (...) Zuma deve ser julgado sobre estas acusações", indicou o juiz Aubrey Ledwaba.
As acusações foram retiradas em 2009 por erros formais, algumas semanas antes da eleição de Jacob Zuma para a presidência sul-africana.
Na época, os advogados de Jacob Zuma usaram registos de escutas telefónicas entre o antigo chefe do ministério público e um polícia de alta patente para convencer a justiça de que o seu cliente tinha sido vítima de uma conspiração e conseguir que as acusações fossem retiradas.
No termo de uma longa batalha judiciária, o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), obteve estes registos em setembro de 2014. Depois de chegar à conclusão que as acusações foram retiradas por razões políticas, a DA recorreu à justiça, que recomendou a revisão da decisão.
Esta decisão do Supremo Tribunal de Pretoria abre a possibilidade de restabelecer as acusações contra Zuma e fragiliza um pouco mais o chefe de Estado sul-africano, enfraquecido por vários escândalos nas últimas semanas.
Em março, a mais alta jurisdição do país reconheceu Zuma culpado de violação da Constituição por não ter reembolsado parte de 20 milhões de euros de fundos públicos usados para renovar a sua residência privada.
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