Friday, 22 April 2016

O país vai a pique, qual Titanic

Chorar é o que nos resta fazer como um povo, como moçambicanos. Até porque nunca, em tão pouco tempo, coincidiu tanta notícia má para o sofrido povo moçambicano que, de Janeiro à Janeiro, é obrigado a viver à intempérie. O que já era díficil para a população moçambicana, agora piorou. E, pelo andar da carruagem, tudo indica que os tempos que se avizinham serão de terror, de duros golpes na mesa dos moçambicanos. Serão tempos de apertar o cinto mais do que já está apertado.
Estamos mergulhados numa crise. Aliás, é uma crise que não vem apenas das dívidas de EMATUM, Proindicus e quejandos. É uma crise provocada pela corrupção, nepotismo e trocar de favores que sempre abundaram neste rochedo à beira do Índico. É uma crise causada por 40 anos de incompetência mórbida. As principais vítimas dessa crise causada pelos bandidos de sempre continuam sendo os mesmos: os moçambicanos que vivem nas províncias, os moçambicanos que vivem longe da capital do país, moçambicanos que vivem onde as assimetrias são de bradar aos céus.
Se na capital do país a crise começou a se fazer sentir com a descoberta das avultadas dívidas contraída ilegalmente pelo Governo da Frelimo, o mesmo não se pode dizer do resto do país. Há anos que o resto de moçambicanos, que contribuem para a construção de circulares e pontes em Maputo, vive a pão e água, e sem saber o que vai comer no dia seguinte.
É importante que se diga que, ao longo desses anos no poder, o Governo da Frelimo, em particular o Executivo de Nyusi, já provou ser um bom exemplo de incapacidade e incompetência. Todos os dias, com as suas atitudes obscuras, a mensagem que o Governo da Frelimo transmite aos moçambicanos é: “agarrem-se, ó bando de povo-parvo! Pois, vão cair. O país vai a pique qual titanic”. Só não dizem ao que o povo se deve agarrar.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, e os seus títeres da corte estão metidos a especialistas na arte de vender peixe podre no estrangeiro, junto ao seu verdadeiro patrão. Querem convencer aos moçambicanos de que estão preocupados com a precaridade em que estes se encontram, quando, na verdade, é sabidio que o país caminha alegremente para o abismo.
Portanto, os tempos que se seguem são de fome, embora o Governo da Frelimo desdobra-se em desdramatizar o problema e a fazer crer que a situação vai-se normalizar. Só nos resta chorar. Choremos, compatriotas!
Editorial, A Verdade

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