Beira (Canalmoz) - O presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, até é bom de discurso. Recentemente, afirmou que o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, deve fazer política convencional e abandonar as armas. Isso é bem-vindo do ponto de vista discursivo, mas continua muit...
o longe de espelhar aquele tipo de pronunciamento que os moçambicanos esperam de seu PR.
É que vistas as coisas de um modo pragmático, estamos perante o discurso de uma pessoas que faz parte do grupo daquelas que negociou o AGP e que sempre esteve presente na política moçambicana. Mais do que ninguém AAEG sabe o que falhou e o que faltou para que a Renamo não fosse desarmada e que a Frelimo não possuísse o monopólio do controlo das forças de defesa e segurança do país.
Convém que nossos políticos comecem a ganhar um sentido prático no que fazem e nas suas pretensões. Por mais bonitas e estruturadas que sejam os pronunciamentos as pessoas são levadas a descrer quanto tal não tem consequências visíveis, palpáveis, vividas.
É preciso promover a confiança entre as partes desavindas e isso faz-se através de acções de integração, de reconciliação, de abertura, de transparência, de justiça célere, de democracia genuína e desenvolvimento endógeno.
Nenhum moçambicano está esperando que o estado seja distribuidor de riqueza, de dinheiro ou de casas. Mas também é verdade e visível que os governantes e suas conexões familiares e partidárias enriquecem à custa do nepotismo e da impunidade judicial que progridem a olhos vistos sem que surjam alguém que trave estes verdadeiros cancros políticos e sociais.
Quando os moçambicanos questionam a situação política que se vive são confrontados com procedimentos claramente díspares e construídos no sentido de favorecer quem esteja ligado ao partido no poder.
Quando se fala de política convencional temos de ter a honradez de colocar as pedras na mesa de maneira equilibrada e justa. Não se pode jogar com o tabuleiro inclinado para um dos lados. Não se pode advogar aquilo que não se faz nem se tem vontade política de fazer. A política das vantagens unilaterais, da dualidade de critérios e da primazia forçada tem contribuído para apimentar de maneira negativa o ambiente político nacional.
Há que reconhecer que os desenvolvimentos políticos e económicos são algo evolutivo e que surgem cronologicamente mas não se pode em boa-fé que milhões de pessoas vegetem esperando melhores dias enquanto alguns “eleitos e especiais” banqueteiam todos os dias. Concordamos com o PR quando este afirma que a riqueza produz-se com trabalho mas já não podemos estar de acordo com ele quando sua corte enriquece através do tráfico de influências.
O mais alto magistrado da nação tem de ultrapassar a visão estreita de que política seja um exercício para servir seu partido. A partir da altura em que jurou cumprir com o constitucionalmente previsto como obrigações do PR espera-se dele equidistância e comprometimento real com a causa nacional.
Acreditamos e queremos um Moçambique uno e indivisível mas isso não deve ser produto de discursos circunstanciais. Algo deve mostrar aos moçambicanos que existe cometimento e responsabilidade por parte de políticos e governantes. Ao PR exige-se qualidade na sua acção todos os dias. Ele não se pode esconder por detrás de estratégias auto-servis nem delegar suas responsabilidades a porta-vozes. Sua comunicação com os seus compatriotas que somos todos nós, independentemente da filiação partidária, deve ser fluida e inequívoca.
“O exemplo vale mais do que mil palavras”.
Por favor e com sua permissão de todos julgo ser claro que o senhor PR não precisa ou necessita de tantos intermediários para fazer sua mensagem e disposição ser conhecida pelo líder da Renamo.
Parece que existem constrangimentos de natureza partidária que prendem o PR a ditames que efectivamente não interessam aos moçambicanos.
Denota-se um receio figadal de equilibrar e nivelar o campo de actuação política por questões que se prendem a manutenção do poder e das vantagens unilaterais antidemocráticas.
Vivemos tempos atribulados e conducentes a derrapagens inesperadas.
Existe um único caminho e esse é o do diálogo insuspeito, o do engajamento construtivo, adulto e consequente.
Promover a paz e estabilidade política no país deve passar necessariamente por uma visão diferente do conceito de governar. Não se pode construir um estado forte e uma nação de progresso quando se faz política suja de encobrimento de ilicitudes. O governo não deve jamais ser um arquivo de uma elite parasita nem fonte de enriquecimento sem trabalho.
Os sacrifícios que os cidadãos consentem e que estão dispostos a consentir, criando condições especiais de salários e regalias para seus governantes devem ter como resposta trabalho de qualidade por parte dos governantes.
Ao PR é de recomendar e encorajar que se liberte de empecilhos e de conselheiros improdutivos. Concentre-se nas suas funções e encontre vias de comunicação directa com seus adversários políticos.
Liberte-se de uma fauna acompanhante que sabe que sairá a perder com a normalização do país.
Um país, um governo, um exército, um parlamento, pluralismo político só se tornarão realidade quando houver vontade política que ultrapasse estratégias partidárias de manutenção do poder sem observância dos preceitos democráticos.
Ainda há tempo de corrigir o curso no nosso barco, evitar a colisão com rochas submersas e chegar a bom porto.
Basta de manobras de entretenimento e de adiamento do inevitável.
Sairemos todos a ganhar se o PR abraçar o engajamento construtivo e directo…
É que vistas as coisas de um modo pragmático, estamos perante o discurso de uma pessoas que faz parte do grupo daquelas que negociou o AGP e que sempre esteve presente na política moçambicana. Mais do que ninguém AAEG sabe o que falhou e o que faltou para que a Renamo não fosse desarmada e que a Frelimo não possuísse o monopólio do controlo das forças de defesa e segurança do país.
Convém que nossos políticos comecem a ganhar um sentido prático no que fazem e nas suas pretensões. Por mais bonitas e estruturadas que sejam os pronunciamentos as pessoas são levadas a descrer quanto tal não tem consequências visíveis, palpáveis, vividas.
É preciso promover a confiança entre as partes desavindas e isso faz-se através de acções de integração, de reconciliação, de abertura, de transparência, de justiça célere, de democracia genuína e desenvolvimento endógeno.
Nenhum moçambicano está esperando que o estado seja distribuidor de riqueza, de dinheiro ou de casas. Mas também é verdade e visível que os governantes e suas conexões familiares e partidárias enriquecem à custa do nepotismo e da impunidade judicial que progridem a olhos vistos sem que surjam alguém que trave estes verdadeiros cancros políticos e sociais.
Quando os moçambicanos questionam a situação política que se vive são confrontados com procedimentos claramente díspares e construídos no sentido de favorecer quem esteja ligado ao partido no poder.
Quando se fala de política convencional temos de ter a honradez de colocar as pedras na mesa de maneira equilibrada e justa. Não se pode jogar com o tabuleiro inclinado para um dos lados. Não se pode advogar aquilo que não se faz nem se tem vontade política de fazer. A política das vantagens unilaterais, da dualidade de critérios e da primazia forçada tem contribuído para apimentar de maneira negativa o ambiente político nacional.
Há que reconhecer que os desenvolvimentos políticos e económicos são algo evolutivo e que surgem cronologicamente mas não se pode em boa-fé que milhões de pessoas vegetem esperando melhores dias enquanto alguns “eleitos e especiais” banqueteiam todos os dias. Concordamos com o PR quando este afirma que a riqueza produz-se com trabalho mas já não podemos estar de acordo com ele quando sua corte enriquece através do tráfico de influências.
O mais alto magistrado da nação tem de ultrapassar a visão estreita de que política seja um exercício para servir seu partido. A partir da altura em que jurou cumprir com o constitucionalmente previsto como obrigações do PR espera-se dele equidistância e comprometimento real com a causa nacional.
Acreditamos e queremos um Moçambique uno e indivisível mas isso não deve ser produto de discursos circunstanciais. Algo deve mostrar aos moçambicanos que existe cometimento e responsabilidade por parte de políticos e governantes. Ao PR exige-se qualidade na sua acção todos os dias. Ele não se pode esconder por detrás de estratégias auto-servis nem delegar suas responsabilidades a porta-vozes. Sua comunicação com os seus compatriotas que somos todos nós, independentemente da filiação partidária, deve ser fluida e inequívoca.
“O exemplo vale mais do que mil palavras”.
Por favor e com sua permissão de todos julgo ser claro que o senhor PR não precisa ou necessita de tantos intermediários para fazer sua mensagem e disposição ser conhecida pelo líder da Renamo.
Parece que existem constrangimentos de natureza partidária que prendem o PR a ditames que efectivamente não interessam aos moçambicanos.
Denota-se um receio figadal de equilibrar e nivelar o campo de actuação política por questões que se prendem a manutenção do poder e das vantagens unilaterais antidemocráticas.
Vivemos tempos atribulados e conducentes a derrapagens inesperadas.
Existe um único caminho e esse é o do diálogo insuspeito, o do engajamento construtivo, adulto e consequente.
Promover a paz e estabilidade política no país deve passar necessariamente por uma visão diferente do conceito de governar. Não se pode construir um estado forte e uma nação de progresso quando se faz política suja de encobrimento de ilicitudes. O governo não deve jamais ser um arquivo de uma elite parasita nem fonte de enriquecimento sem trabalho.
Os sacrifícios que os cidadãos consentem e que estão dispostos a consentir, criando condições especiais de salários e regalias para seus governantes devem ter como resposta trabalho de qualidade por parte dos governantes.
Ao PR é de recomendar e encorajar que se liberte de empecilhos e de conselheiros improdutivos. Concentre-se nas suas funções e encontre vias de comunicação directa com seus adversários políticos.
Liberte-se de uma fauna acompanhante que sabe que sairá a perder com a normalização do país.
Um país, um governo, um exército, um parlamento, pluralismo político só se tornarão realidade quando houver vontade política que ultrapasse estratégias partidárias de manutenção do poder sem observância dos preceitos democráticos.
Ainda há tempo de corrigir o curso no nosso barco, evitar a colisão com rochas submersas e chegar a bom porto.
Basta de manobras de entretenimento e de adiamento do inevitável.
Sairemos todos a ganhar se o PR abraçar o engajamento construtivo e directo…
(Noé Nhantumbo, Canal)
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