Wednesday, 11 September 2013

Dhlakama volta a impor condições para encontro com Guebuza

afonsodhlakama renamoO bispo anglicano da Diocese dos Libombos exortou o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a encontrar-se com o Presidente moçambicano, em Maputo, o que o dirigente da oposição aceitou, mas mantendo as exigências para se deslocar à capital.Num encontro em Santundjira, no centro de Moçambique, onde Afonso Dhlakama reside há mais de um ano, Dinis Sengulane sugeriu que o líder do maior partido da oposição moçambicana viaje para Maputo para se encontrar com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
"Quero o encontro. É urgente, desde que retirem todos os elementos das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique e agentes da Força de Intervenção Rápida que cercam a minha base", contrapôs Afonso Dhlakama, em declarações aos jornalistas.
O líder da Renamo disse que podia encontrar-se com Armando Guebuza "em qualquer parte do país ou do mundo".
Mas, avisou: "Se não retirarem estes militares, jamais sairei daqui para uma reunião com Guebuza, ou então ele que venha até aqui em Sandjundjira. Os militares que cercam a minha base não vieram para festejar comigo. Querem eliminar-me fisicamente. E, para evitar que isso aconteça, não abandonarei esta base".
Há quase 10 meses, as autoridades governamentais e a Renamo discutem a paridade nos órgãos eleitorais, o principal dos quatros pontos exigidos pela oposição para a participar nas eleições municipais de 20 de novembro em 53 autarquias.
A falta de consenso neste ponto tem impedido a passagem para outros três também agendados em dezembro pelas delegações governamental e da Renamo, nomeadamente, a despartidarização do aparelho de Estado, do exército e as questões económicas.
O líder do maior partido da oposição do país disse que, para o encontro com Armando Guebuza, está disposto a levar apenas dois pontos para simplificar as negociações:
"Eu levaria para esse encontro apenas dois pontos, embora na agenda das negociações, que decorrem no Centro de Conferências Joaquim Chissano (em Maputo) estejam em causa quatro. Com os meus especialistas iríamos discutir com o Presidente da República questões palpáveis. Estou a falar do pacote eleitoral e da questão da Defesa", afirmou Afonso Dhlakama.
O dirigente da Renamo reiterou que não vai participar nas quartas eleições e ameaçou boicotá-las, o que a acontecer seria a segunda vez, depois de recusar participar nas primeiras autárquicas de 1998, porque as suas reclamações sobre as alegadas falhas no processo de recenseamento não estavam a ser ouvidas.

"Nós não participamos no recenseamento e nem estamos nos órgãos eleitorais. Vamos esquecer as eleições. Se a Frelimo (partido no poder) quiser criar mais problemas no país, pode avançar com as eleições. Eu não tenho forças para dizer ao Governo para não realizar as eleições e nem forças para bater o Presidente Guebuza. Ele pode ordenar a realizações das eleições, mas terá a reacção do povo", avisou Afonso Dhlakama.

(RM/Lusa)

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