Friday, 15 July 2016

União Europeia indica Mario Raffaelli e Angelo Romano para negociar a paz no país

Mario Raffaelli foi mediador-chefe do AGP, assinado em 1992
 
A União Europeia (UE) indicou Mario Raffaelli e Angelo Romano, da Comunidade de Santo Egídio, a instituição que mediou, em 1992, em Roma, o Acordo Geral de Paz, para as novas negociações entre Governo e Renamo.
Fonte da UE confirmou à Lusa os nomes da instituição católica como os mediadores indicados pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em resposta a um pedido formulado pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi, ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Mario Raffaelli foi o mediador-chefe do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992 por Joaquim Chissano e por  Afonso Dhlakama, encerrando 16 anos de guerra que deixou cerca de um milhão de mortos.
O político italiano visitou o país em Fevereiro e manteve conversações com as partes, deixando um apelo para a paz, num momento em que o país assistia a uma nova escalada de confrontações entre as Forças de Defesa e Segurança e a Renamo.
O padre Angelo Romano avistou-se por sua vez com o Presidente português em Maio, em Roma, dias antes de Marcelo Rebelo de Sousa realizar a sua primeira visita ao paí.
Em declarações à Lusa, a partir de Roma, o padre Angelo Romano, da Comunidade de Santo Egídio, afirmou, na ocasião, que o encontro com o Presidente português teve como objectivo a procura de "um caminho para o diálogo" no paí.
O Chefe de Estado e o líder da Renamo indicaram em Junho terem chegado, por telefone, a um consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações para o fim dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da oposição.
A Renamo colocava como condição para voltar às negociações o envolvimento de mediadores da UE, da Igreja Católica e do Presidente sul-africano, Jacob Zuma.

Apesar de as duas partes terem reatado as negociações, os ataques de supostos homens armados da Renamo a veículos civis e militares em vários troços do Centro do país não têm cessado e o movimento acusa as Forças de Defesa e Segurança de intensificarem os bombardeamentos na serra da Gorongosa, onde se presume encontrar-se Afonso Dhlakama.



O País

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