O terceiro maior partido moçambicano, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), disse hoje que é um erro fatal a exclusão de outras forças vivas da sociedade no diálogo para a restauração da paz, defendendo um processo negocial nacional e inclusivo.
"O diálogo político tem que ser nacional e inclusivo. Ignorar outras forças vivas neste processo será um erro fatal", afirmou o chefe da bancada parlamentar do MDM, Lutero Simango, no discurso de encerramento da III Sessão Ordinária da VIII Legislatura da Assembleia da República.
A metodologia do atual processo negocial, continuou Simango, arrisca-se a criar condições para um novo ciclo de violência por apenas incluir o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.
"Não podemos aceitar que o futuro de Moçambique seja hipotecado a um grupo de indivíduos que se colocam acima dos interesses de uma nação que luta pela inclusão e desenvolvimento inclusivo", declarou o chefe da bancada parlamentar do MDM.
Para Simango, a revisão da Constituição da República para tornar o poder político mais próximo dos cidadãos e libertar o sistema judicial das amarras do poder político é um imperativo nacional.
O MDM, prosseguiu, continuará firme na defesa da sua visão política para o país e da vontade popular.
O chefe da bancada parlamentar do terceiro maior partido moçambicano referiu-se igualmente às chamadas dívidas ocultas, contraídas secretamente pelo anterior Governo, assinalando que esses empréstimos tornaram Moçambique num país indesejável.
"As dívidas ocultas fizeram com que o nosso país fosse incluso numa lista de indesejáveis e está sendo um fator negativo na vida das nossas populações, reduzindo o seu poder de compra e alternando o seu modo de vida", sublinhou.
Na perspetiva do MDM, a Assembleia da República deu um passo importante ao criar uma comissão parlamentar de inquérito para o esclarecimento dos contornos das dívidas escondidas.
O Governo moçambicano e a Renamo reataram em maio passado as negociações para a restauração de paz, visando encerrar mais um ciclo de violência armada opondo as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição, que assola sobretudo o centro do país, onde o movimento reativou algumas das suas antigas bases.
A Renamo contesta os resultados das eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude, e exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória no escrutínio.
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