Um dos principais mediadores do Acordo Geral de Paz de 1992 em Moçambique, Mario Raffaeli, da Comunidade de Sant´Egídio, reuniu-se hoje em Maputo com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para a busca da estabilidade política e militar no país.
No final do encontro, o conselheiro do Presidente moçambicano para os assuntos diplomáticos, Manuel Mazuze, disse aos jornalistas que Mário Raffaeli exortou Filipe Nyusi a encontrar caminhos para uma estabilidade duradoura em Moçambique.
"É um grande amigo de Moçambique, ele esteve empenhado no processo que conduziu à assinatura do Acordo Geral de Paz (em 1992) e sendo assim, ele veio nesta missão para falar com as partes com o objectivo de encontrar formas de os moçambicanos poderem falar e resolver a questão da paz", afirmou Mazuze.
A relação com Moçambique, prosseguiu Mazuze, faz com que Raffaeli, que também já ocupou cargos no Governo italiano, se sinta encorajado a ajudar na remoção de obstáculos à paz.
"Qualquer situação que configure alguma perturbação à paz que ele próprio ajudou conquistar, é natural que ele se sinta na obrigação de ajudar para que as partes conversem", declarou o assessor do Presidente moçambicano para os Assuntos Diplomáticos.
Mário Raffaeli poderá encontrar-se igualmente com o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, cujo movimento está envolvido em confrontos com as forças de defesa e segurança moçambicanas no centro do país e é acusado pelo Governo de atacar veículos militares e civis em alguns troços da principal estrada do país na região.
Mário Raffaeli foi coordenador dos mediadores do Acordo Geral de Paz, que, em 1992, encerrou 16 anos de guerra civil em Moçambique, opondo o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a guerrilha da Renamo.
O agravamento da crise política e militar levou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a dirigir uma carta convite ao líder da Renamo para a retoma do diálogo, mas Afonso Dhlakama condicionou as conversações à presença da mediação do Governo da África do Sul, Igreja Católica e União Europeia.
A Renamo ameaça tomar o poder, a partir de Março, em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
No comments:
Post a Comment