A Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, reiterou hoje que só aceitará dialogar com o Governo para o fim da crise político-militar no país se governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
"A Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] está disponível para dialogar com a Frelimo [partido no poder], mas exige, em primeiro lugar, a governação das seis províncias onde ganhou as eleições, por conseguinte, todo o diálogo a ser feito no futuro deverá acontecer quando a Renamo estiver a governar efectivamente naquelas províncias", diz um comunicado de imprensa da maior força de oposição, distribuído hoje à imprensa.
A posição da Renamo surge em resposta ao Conselho Nacional de Defesa de Moçambique, que, na Quarta-feira, manifestou o seu apoio aos apelos do chefe de Estado, Filipe Nyusi, para o diálogo com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Na nota que divulgou hoje, o partido de Afonso Dhlakama reitera ainda que apenas aceitará negociar com o Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), com "uma mediação séria".
"Para a Renamo, um diálogo verdadeiro e sério só é possível se a Frelimo aceitar uma mediação séria, posição já manifestada publicamente", diz o movimento, numa alusão ao seu pedido às autoridades moçambicanas para que um eventual reatamento do diálogo seja mediado pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e pela Igreja Católica.
Hoje, falando numa cerimónia de graduação de quadros superiores da polícia moçambicana, o Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou a sua disponibilidade para dialogar "sem pré-condições" com o maior partido de oposição, apelando "a todos amigos de Moçambique" para não encorajarem o uso de armas. "Reiteramos a nossa abertura para o diálogo sem pré-condições", disse o chefe de Estado moçambicano.
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