Friday, 12 February 2016

A (tão desejada) Guerra!

Parece que não, mas a situação que vivemos hoje, eufemisticamente denominada por tensão político-militar, é, na verdade, o resultado de uma acção terrorista zelosamente planeada, nos seus mínimos detalhes, pelo Governo da Frelimo.
Ora vejamos: enquanto entretia os moçambicanos com os seus discursos enfadonhos sobre a consolidação da Paz e outras trapaças, o ex-Presidente Armando Guebuza investia milhares de milhões de meticais no exército. A título de...
exemplo, entre 2011-2014, as despesas do Ministério da Defesa, dirigido na altura pelo actual Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, cresceram mais do que o investimento nos sectores de Educação e Agricultura. Grande parte desse investimento foi efectuado violando a Lei Orçamental, para além de não ter tido a devida autorização da Assembleia da República.
Dito sem metáfora: o Governo da Frelimo investiu em material bélico, hipotecando o sonho de milhares de moçambicanos, razão pela qual presentemente assistimos à falta de vontade política para se colocar um ponto final nesse conflito que tem vindo a tirar o sossego do povo. Centenas de moçambicanos perderam a vida e outras milhares buscam refúgio nos países vizinhos por conta dessa guerra silenciosa na qual subjaz interesses económicos de meia dúzia de pessoas ligadas ao partido no poder.
Os acontecimentos dos últimos tempos, diga-se em abono da verdade, seriam motivos mais do que suficientes para um Chefe de Estado pôr a mão na consciência e reunir-se urgentemente com o líder da Renamo. Mas parece que o senhor Nyusi, apoiado por uma horda de seguidores esquizofrénicos, prefere assobiar para os lados e continuar a proferir os seus vazios discursos naquele tom fúnebre e cínico que o caracteriza.
Actualmente no poder, o Presidente Nyusi está a fazer nada mais nada menos do que seguir os passos do seu antecessor. Esporadicamente, ele simula estar deveras preocupado com a situação que se vive no país e, por outro lado, permite os ataques militares cuja principal vítima é o povo.
Na verdade, Moçambique vive, hoje, a segunda Guerra Civil. Mas há interesse de fazer de conta de que nada está a acontecer, enquanto centenas de moçambicanos estão a ser usados como carne para canhão, devido à falta de escrúpulos de uma corja de gananciosos, que se vão tornando senhores de guerra. Em suma, o que temos vindo a assistir nos dias que correm é um conflito armado desejado e diligentemente planificado por Guebuza, Nyusi e os seus sequazes.

Editorial, A Verdade

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