O país está a viver uma paz ameaçada pelas armas e isso preocupa bastante o povo porque deseja produzir e trabalhar na tranquilidade. Os que almejam a guerra – os que compram armas, tanques de guerra, canhões, carros de assalto e visitam mercados internacionais de armamentos - não imaginam quanto custa a liberdade. Eles não sabem quanto o povo ama a paz e deu a preciosa vida dos seus filhos por ela!
Os que mandam soldados fazerem emboscadas contra os seus opositores politicos, cercando-lhes a residência e violando os entendimentos, como aconteceu, na Beira, a 09 de Setembro de 2015, com o líder da Renamo, são amantes da guerra. A lei diz que manter alguém em prisão domiciliária compete apenas aos tribunais. Nem o Presidente da República tem poderes para ordenar a prisão domiciliária de quem quer que seja.
Enquanto o povo espera que a solução do conflito seja encontrada na mesa de um diálogo honesto, Nyusi e a sua equipa acredita numa solução militar, por isso a corrida desenfreada aos armamentos. A visita a Angola para aprender como se sufoca a oposição. Nyusi como Samora Machel e Armando Guebuza enganaram-se ao apostarem na via das confrontações militares.
As emboscadas que a FADM/FIR fazem ao líder da Renamo são um atentado à paz. O governo ao invés de se empenhar na construção da paz, está engajado na uerra. A recente entrada de carros de assalto, em Maputo, na noite de 10 de Novembro, é um sinal de que Nyusi quer guerra.
Os únicos interessados na guerra são os não têm parentes em frentes de combates. Não têm parentes expostos a perigos. Eles atiram filhos dos pobres para guerra, sem a chance de estar estudar em universidades de renome ou de estar associados a uma multinacional.
Basílio Monteiro, ministro do Interior, e Jorge Khalau, comandante-geral da Polícia, defensores do desarmamento à força da Renamo, não devem ter familiares envolvidos em combates. Nyusi contradiz-se sempre e foi denunciado pelos bispos católicos por dizer uma coisa e fazer outra, totalmente contrária. Enganam-se os que esperam que a solução do país venha da Frelimo porque o problema do povo é o próprio governo, por isso, é uma necessidade histórica a sua remoção.
O saque dos nossos recursos pelas elites politico-económicas da Frelimo, em conluio com empresas estrangeiras, conduzem-se à pobreza. A roubalheira da energia da Cahora Bassa e o gás da SASOL pela África do Sul são sinais perigosos da neocolonização. O abate das nossas florestas seguido de um silêncio sepulcral do governo. Só agora o governo interditou a exportação da madeira em toro, depois da desertificação do país. A criação clandestina da EMATUM – Empresa Moçambicana de Atum – devia ser considerada um crime económico e os seus mentores punidos.
O Presidente Filipe Nyusi mandou suspender o pretensioso desarmamento coercivo dos homens da Renamo. Ainda não estão claras as razões que forçaram Nyusi a proceder de tal modo, mas, avança-se algumas hipóteses:
1. A crise económica é tão profunda e aguda que o país não tem dinheiro suficiente para aguentar com mais uma guerra;
2. A reunião dos antigos movimentos de libertação nacional deve ter chamado a atenção ao governo de Nyusi para não se enveredar pela via armada como forma da resolução de um problema político interno;
3. A visita a Maputo do antigo secretário de estado norte-americana para os Assuntos Africanos, Chester Crocker, de Quett Masire, ex-estadista do Botswana, figuar amuito respeitada em Moçambique; e do ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeir, deve ter pesado para o recuo de Nyusi, e, por último,
4. Nyusi deve estar a fingir para tentar convencer a Dhlakama a fim de este sair das matas, assim como aconteceu na Beira. Deixou as matas e foi encostado à parede com a arma apontada à cabeça, aparentemente com o beneplácito dos mediadores.
Apesar da aparente boa vontade de Nyusi, contingentes militares continuam a ser enviados para as zonas da influência da Renamo, para provar de que se trata de uma mera diversão.
Edwin Hounnou, MAGAZINE INDEPENDENTE de 01.12.2015.
Edwin Hounnou, MAGAZINE INDEPENDENTE de 01.12.2015.
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