Mário Esteves Coluna e Eusébio da Silva Ferreira. Juntos, lado a lado, em Maputo, num encontro que tem tanto de históricos como de simbólico. E de nostálgico. Como jogadores, estão entre a elite dos melhores de sempre do Mundo. E apesar de terem brilhado com as camisolas de Benfica e Portugal, foi em chão moçambicano que nasceram e cresceram estes dois diamantes eternos e é de Moçambique que também se fala na imprensa mundial quando os dois são evocados.
Cúmplices na glória dos eternos, Mário Coluna e Eusébio são muito mais do que dois ex-gigantes jogadores de futebol. São amigos, compadres, numa relação que começou quando a mãe do Pantera Negra escreveu uma carta ao Monstro Sagrado para que este cuidasse do seu filho em Lisboa. E Mário Coluna cuidou. Primeiro como pai, depois como irmão mais velho. E juntos, nos relvados, entusiasmaram e elevaram o futebol à condição de desporto dos deuses.
Honra e Mérito
O encontro entre ambos realizou-se a pretexto da homenagem que o Governo de Portugal prestou a Mário Coluna, no Instituto Camões, em Maputo. Aos 77 anos, recebeu o Colar de Honra e Mérito Desportivo. Não só pelo riquíssimo currículo em termos de número de jogos, golos e internacionalizações por Portugal, como pelo contributo ao futebol moçambicano, quer como ministro do Desporto, quer como presidente da Federação Moçambicana de Futebol ou mentor da escola de talentos, batizada com o seu nome, na Namaacha.
África afirma Portugal
Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, realçou a justeza da atribuição do Colar de Honra e Mérito Desportivo ao luso-moçambicano.
«Portugal deve homenagear as grandes figuras que o serviram, é um orgulho estar com ídolos da minha juventude», declarou, referindo-se também a Eusébio.
Para o governante português, «quando Portugal entrou na Comunidade Europeia já tinha sido dominador na Europa», referindo-se aos feitos do Benfica na década de 60 e ao Mundial de 1966, disputado na Inglaterra. «O Benfica e Portugal foram o que foram no futebol com jogadores africanos ao leme». Aliás, «foi com o contributo de africanos que Portugal se afirmou no Mundo».
Coluna honrado
Mário Coluna mostrou-se grato pela homenagem que mereceu por parte do Governo de Portugal. Ouviu atentamente cada uma das razões para esta distinção, foi acenando com a cabeça a cada um dos seus feitos, como quem confere a contabilidade de tantos títulos e se mostra orgulhoso por os ter alcançado.
«É uma honra receber esta distinção de Portugal, que servi com toda a dedicação, mas também fico sensibilizado por esta homenagem ser igualmente pelo meu contributo ao desenvolvimento do futebol e do desporto moçambicano», revelou. Muito «feliz por estar com o Eusébio», encontros bem menos frequentes do que o desejado, já que vive em Maputo e o Rei em Lisboa.
Jorge Pessoa e Silva, A Bola
Jorge Pessoa e Silva, A Bola
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