Maputo, 10 jun (lusa) - O Governo moçambicano admite a participação de mediadores nas negociações com a Renamo para o fim da crise política e militar no país, aceitando a exigência do principal partido de oposição, indicou a delegação negocial do executivo.
"O Governo não está contra a participação de terceiras partes, sejam nacionais ou estrangeiras", afirmou Jacinto Veloso, membro da delegação do Governo, citado hoje pelo Notícias, principal diário em Moçambique.
Na quarta-feira, o Governo e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), anunciaram ter chegado a consenso sobre a agenda do encontro entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder do principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, destinado a um acordo para o fim do conflito militar no centro do país.
Mas as duas partes admitiram que prevalecem divergências em relação aos termos de referência, nomeadamente sobre a formação de grupos de trabalho que vão discutir aspetos concretos dos pontos de agenda.
De acordo com o Notícias, o Governo defende que os grupos de trabalho que vão implementar as decisões que serão tomadas pelo chefe de Estado e pelo líder da Renamo devem ser formados após a reunião entre os dois dirigentes.
Por seu turno, a Renamo entende que as referidas equipas têm de ser constituídas antes do encontro, para enviarem propostas a Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama.
Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o maior partido da oposição, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
A polícia moçambicana responsabiliza a Renamo por emboscadas a viaturas civis em vários troços da principal estrada do país, na região centro.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
O Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando falta de progressos.
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