O Estado detêm 100 por cento do capital nalgumas empresas.
Vários economistas argumentam que só reformas efectivas e transparentes é que poderão fazer com que Moçambique saia da crise económica em que se encontra mergulhado e recupere a confiança dos doadores.
A economia moçambicana está sujeita a medidas de choque, que incluem um processo de reestruturação de pelo menos 20 empresas públicas, para minimizar os problemas que o país enfrenta do ponto de vista orçamental.
O economista António Francisco diz ser fundamental que esse processo seja efectivo e que o Governo indique, de forma transparente, qual o lugar das empresas públicas e como é que o Executivo vai lidar com o crédito interno.
Para o economista, tem que haver, da parte do Governo, uma atitude positiva em relação às reformas, que devem ser feitas nessas empresas, em muitas das quais o Estado detêm 100 por cento do capital social.
No Orçamento de Estado para este ano, o subsídio aos preços e empresas públicas é superior a dois mil milhões de meticais, cifra considerada bastante elevada por alguns economistas.
O plano de reestruturação das empresas públicas tem sido recebido com certa resistência por alguns gestores e funcionários dessas empresas, mas o economista Francisco considera que as reformas têm que ser feitas, para recuperar a confiança dos doadores.
Refira-se que alguns parceiros abandonaram a cooperação com Moçambique, após a revelação de dívidas que tinham sido ocultadas das contas públicas.
Uma das empresas abrangidas pelo processo de reestruturação é o Aeroporto de Nacala, na província nortenha de Nampula, cuja gestão vai ser confiada a um privado.
O economista Ragendra de Sousa afirma que os gestores desta e de outras empresas públicas, incluindo a EMATUM, deveriam preocupar-se com mercados para os seus negócios, de modo a torná-las sustentáveis.
VOA
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