Primeira Comissão da AR escalou local onde foram encontrados 11 corpos
A Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade da Assembleia de República trabalhou no último fim-de-semana na província de Manica no prosseguimento das averiguações para se apurar sobre a existência de vala comum e possíveis casos de violação dos Direitos Humanos.
Na audição que manteve com o Governador da província e titulares dos órgãos que administram a justiça, nomeadamente, a Procuradoria e Polícia, a comissão foi informada que naquela província não existem focos de informação relativa à existência de vala comum.
O Governador Alberto Mondlane disse que o Governo tomou conhecimento da “informação segundo a qual no distrito de Macossa, localidade de Tropa, junto à Estrada Nacional Número 1 (EN1) existem corpos humanos sem vida numa clara e evidente violação dos Direitos Humanos”.
A Procuradora-Chefe provincial disse que foi instaurado um processo contra desconhecidos, estando em fase secreta de instrução. Questionada das razões que levaram às autoridades a enterrarem os corpos antes de se finalizarem as investigações que causaram as mortes, a guardiã da Legalidade em Manica justificou que os corpos estavam em estado de decomposição, abrindo a hipótese de virem a ser exumados, para se prosseguir com trabalhos de perícia.
Já Adrissa Napovo, Director Provincial da PIC em Manica, disse de pés juntos que a sepultura observou todos rituais que conferem uma dignidade humana e a sua equipa estava a trabalhar com vista a encontrar os autores do “massacre”.
Na manhã de hoje, a primeira comissão da Assembleia da República escalou o local onde foram encontrados os 11 corpos sem vida e em estado de decomposição, tendo, na pessoa de Edson Macuácua, admitido que “houve uma grave violação dos Direitos Humanos no caso dos 11 corpos sem vida sepultados debaixo de uma ponte no povoado de Tropa, distrito de Macossa”.
No terreno, as imagens de crânios e diversa ossada humana veio desmentir por completo as informações prestadas pelos titulares dos órgãos da administração da justiça.
Já a deputada Sílvia Cheia, que integra a referida comissão, entende que a forma que os corpos foram sepultados configura uma vala comum, que para já não interessa se é de 120 corpos.
A comissão orientou que deverão ser criadas condições para que em breve as ossadas humanas sejam removidas debaixo da ponte e realizem-se sepulturas noutro lugar distante.
O País
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