Thursday, 8 June 2017

Recessão na África do Sul tem consequências regionais

Secretário-geral do ANC defende investigação às denúncias de corrupção


Moçambique e outros países vizinhos da África do Sul são as primeiras vítimas externas da recessão da economia sul-africana anunciada pelo Instituto de Estatística da África do Sul.


Gwede Mantashe, secretário-geral do ANC, partido no poder, considera que o impacto imediato afecta Botswana, Lesotho, Namíbia e Suazilândia que têm paridade monetária e partilham rendimentos aduaneiros com a África do Sul.
Mantashe diz que os rendimentos partilhados estão a baixar por causa do atrofiamento da actividade económica de produção de bens, serviços e da sua procura por consumidores.
Ao falar com jornalistas estrangeiros em Sandton nesta quarta-feira, 7, o secretário-geral do ANC analisou vários assuntos basicamente dominados pela tensão política interna, seu impacto na economia e no futuro do partido no poder e da África do Sul em geral.
Para o ANC, a recessão foi provocada por vários factores externos à economia, global e internos, que incluem a questão da liderança do Presidente Jacob Zuma, acusada de ser muito influenciada pela família milionária Gupta, de origem indiana e de corrupção generalizada.
Mantashe afirmou que o ANC, como marca política nacional e internacional, sofreu enormes danos, tais como a perda do controlo das cidades de Pretória e de Joanesburgo nas recentes eleições municipais.
O ANC, defendeu Gwede Mantashe, quer uma investigação judicial às alegações da captura do Estado e da corrupção generalizada para clarificar o assunto o mais cedo possível.
Gwede Mantashe revelou que as candidaturas para substituir o Presidente Jacob Zuma na liderança do ANC vão ser anunciadas em Setembro próximo.
Para Mantashe, as pessoas que anunciaram Cyril Ramaphosa e Nkosazana Zuma como seus candidatos cometeram indisciplina.
O Presidente Zuma endossou publicamente o nome da sua antiga esposa Nkosazana Dlamini, facto que embaraça o secretário-geral do ANC.
Gwede Mantashe considera que na cultura africana não existe antiga esposa, então Jacob Zuma endossou a sua mulher para lhe substituir no comando do ANC depois do Congresso do partido marcado para Dezembro.


VOA

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