Um mês depois do ciclone Dineo ter afetado o sul de Moçambique, residentes queixam-se que donativos são canalizados para apoiantes da FRELIMO. INGC promete investigar as denúncias.
Os residentes da província de Inhambane estão a reclamar falta de apoio depois da passagem do ciclone Dineo que assolou a região a 15 de fevereiro, tendo provocado sete vítimas mortais e desalojado centenas de pessoas, segundo o último relatório do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
Donativos enviados por pessoas, Organizações Não-Governamentais e pelo próprio Governo estão a ser entregues para apoiar as vítimas da tempestade mas, segundo Fernando Guta, residente no bairro de Macupula, na cidade da Maxixe, há várias comunidades onde ninguém está a ser beneficiado. O cidadão dá como exemplo comunidades nas cidades de Maxixe e Inhambane.
Em declarações à DW África, Guta nota que as "pessoas não estão satisfeitas com a distribuição que é feita”.
"O que funciona muito é a cor partidária. O mais grave ainda é que só falta ao partido no poder exigir o cartão de militante para poder distribuir as ajudas. Se for pelo sofrimento causado pelo ciclone, é para toda gente. Não há quem não tenha sofrido", acrescenta.
"O que funciona muito é a cor partidária. O mais grave ainda é que só falta ao partido no poder exigir o cartão de militante para poder distribuir as ajudas. Se for pelo sofrimento causado pelo ciclone, é para toda gente. Não há quem não tenha sofrido", acrescenta.
Promessa de investigação
Os apoios para os afetados pela tempestade estão a ser distribuídos pelo INGC, através de vários parceiros. Segundo Elsa Macul, residente na cidade de Inhambane, só os familiares do organismo estão a ser ajudados.
"É lógico, distribuem-se os apoios entre as famílias. Primeiro consideram os netos, as filhas, os filhos e por aí adiante e só no fim pensam na população. O que a população ganha neste caso? Só ganha aquelas migalhas de meio copito, um copito. Em que país estamos? ”, questiona Elsa Macul.
Face a estas críticas, o porta-voz do INGC, João Nhatitima, admite que são situações que podem "estar a acontecer no terreno” e promete investigar essas denúncias.
"Neste momento, o que se sabe é que em cada ponto onde os produtos são distribuídos tem um sistema de controlo. Provavelmente podem existir alguns casos isolados e o INGC terá que fazer uma avaliação para perceber o que de fato terá ou estará a acontecer”, afirma.
DW
Face a estas críticas, o porta-voz do INGC, João Nhatitima, admite que são situações que podem "estar a acontecer no terreno” e promete investigar essas denúncias.
"Neste momento, o que se sabe é que em cada ponto onde os produtos são distribuídos tem um sistema de controlo. Provavelmente podem existir alguns casos isolados e o INGC terá que fazer uma avaliação para perceber o que de fato terá ou estará a acontecer”, afirma.
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