Friday, 31 March 2017

Presidente sul-africano destitui ministro das Finanças e outros 19 governantes

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, destituiu ontem o ministro das Finanças, Pravin Gordhan, apesar da oposição de seus aliados e do risco de causar uma divisão no Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder.
MAPUTO - Após vários dias de tensão e boatos, Zuma anunciou, na noite de quinta-feira, uma importante reestruturação de seu governo, marcada pela destituição de Gordhan e a nomeação de 10 ministros e 10 vice-ministros.A pasta das Finanças foi entregue ao até então ministro do Interior, Malusi Gigaba, considerado um membro leal ao chefe de Estado.
Há vários meses, Zuma, envolvido em uma série de escândalos de corrupção, e Gordhan se enfrentam sobre os gastos do governo e a gestão dos recursos públicos.
A destituição de Gordhan, respeitado nos meios financeiros por seu rigor, provoca forte tensão interna no ANC.
Segundo a imprensa sul-africana, parte da direcção do ANC, incluindo seu vice-presidente, Cyril Ramaphosa, e o secretário-geral, Gwede Mantashe, condenaram a substituição de Gordhan.
Um dos principais aliados do ANC na coalizão governamental, o Partido Comunista Sul-Africano (SACP), também rejeitou a destituição de Gordhan.
“Informamos nossa objecção a esta reestruturação”, declarou um dos dirigentes do SACP, Solly Mapaila.
No poder desde a eleição de Nelson Mandela, em 1994, o ANC se encontra dividido entre os partidários de Zuma, que defende uma “transformação radical” na economia em favor da maioria negra, e uma ala mais moderada, liderada por Gordhan e Ramaphosa.


Os novos membros são os seguintes


MINISTROS

1. Ministro da Energia, Sra. Mmamoloko "Nkhensani" Kubayi

2. Ministro dos Transportes, Joe Maswanganyi

3. Ministro das Finanças, Sr. Malusi Gigaba

4. Ministro da Polícia, Sr. Fikile Mbalula

5. O Ministro das Obras Públicas, Nathi Nhleko,

6. Ministro dos Desportos e Recreação, Thembelani Nxesi

7. Ministro do Turismo, Sra. Tokozile Xasa

8. Ministra do Serviço Público e da Administração, Faith Muthambi

9. Ministro da Administração Interna, Prof. Hlengiwe Mkhize

10. Ministro das Comunicações, Sra. Ayanda Dlodlo



VICE-MINISTROS 

1. Vice-Ministro do Serviço Público e da Administração, Dipuo Letsatsi-Duba

2. Vice-Ministro das Finanças, Sifiso Buthelezi

3. Vice-Ministro das Empresas Públicas, Ben Martins

4. Vice-Ministra das Artes e da Cultura, Maggie Sotyu

5. Vice-Ministro do Comércio e da Indústria, Gratitude Magwanishe

6. Vice-Ministro das Comunicações, Thandi Mahambehlala,

7. Vice-Ministra do Turismo, Elizabeth Thabethe

8. Vice-Ministro da Polícia, Sr. Bongani Mkongi

9. Vice-Ministro das Telecomunicações e dos Serviços Postais, Stella Ndabeni-Abrahams

10. Vice-Ministro do Desenvolvimento das Pequenas Empresas, Ms Nomathemba November.


Folha de Maputo

Thursday, 30 March 2017

África do Sul despede-se de Ahmed Kathrada, Zuma ausente a pedido da família

Centenas de sul-africanos de todas as raças, muitos deles companheiros na luta contra o apartheid, despediram-se nesta quarta-feira na capital Johanesburgo do veterano activista contra o regime segregacionista Ahmed Kathrada, que morreu na segunda-feira aos 87 anos. Jacob Zuma, o Presidente da África do Sul, criticado por "Uncle Kathy" pelos casos de corrupção e abuso de poder, não participou das exéquias a pedido da família.
Entre os presentes ao enterro no cemitério de Westpark estavam a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, e a segunda esposa do falecido presidente sul-africano, Winnie Madikizela-Mandela.
Kathrada, que dividiu cela com Mandela durante seus anos de encarceramento em Robben Island, foi lembrado por seu compromisso inquebrável com a justiça e sua beligerância contra o racismo num País marcado pela discriminação institucionalizada como a África do Sul.
Um dos momentos mais emotivos do funeral foi protagonizado pelo ex-Presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, que leu a carta em que Kathrada pediu ao actual presidente do país, Jacob Zuma, com quem também dividiu uma cela na prisão, que renunciasse pelo bem do País e de seu partido.
"Se eu estivesse na pele do Presidente, renunciaria com efeito imediato", diz uma das passagens da carta, escrita há quase um ano e na qual Kathrada lembra os casos de corrupção e abuso de poder envolvendo o Presidente.
A leitura da carta, que Zuma jamais respondeu, foi recebida com gritos contra o presidente por boa parte dos presentes, entre os quais se encontravam o actual ministro das Finanças, o vice-Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e outros integrantes de peso do governo críticos a Zuma.
Militante do Partido Comunista desde a sua adolescência, Kathrada uniu-se anos depois ao Congresso Nacional Africano (ANC), que hoje é presidido por Zuma, e passou 26 anos atrás das grades pela suas actividades contra o regime do apartheid.
Após deixar a prisão em 1989, Kathrada foi parlamentar pelo ANC e assessorou Mandela durante a sua presidência. Depois, o activista se dedicou a promover campanhas pela justiça social e contra o racismo à frente da fundação que leva o seu nome.
Kathrada morreu por complicações surgidas em uma cirurgia cerebral, após passar três semanas internado em um hospital de Johanesburgo.
Conhecido pela sua modéstia e excelente educação, Kathrada era uma das reservas morais de maior prestígio e presença na vida pública sul-africana.
Era casado com a ex-ministra e veterana da resistência contra o apartheid Barbara Hogan, que esteve no enterro junto com outro integrante histórico do ANC, Andrew Mlangeni.
Mlangeni tem agora 91 anos e foi, ao lado de Kathrada e Mandela, um dos condenados à prisão perpétua no julgamento de 1964, no qual a Justiça sul-africana os declarou culpados de terrorismo por terem fundado o braço armado do ANC.


A Verdade

Linhas Aéreas de Moçambique enfrenta situação caótica

Linhas Aéreas de Moçambique - LAM
Linhas Aéreas de Moçambique - LAM


Administração das LAM não sabe quando os serviços voltarão à normalidade
Aumenta o número de críticas em relação aos serviços prestados pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a transportadora aérea de bandeira do país, que tem atravessado uma crise caracterizada por cancelamentos constantes de voos (mesmo com passageiros no interior dos aviações) devido a avarias das aeronaves.A administração das LAM não sabe quando os serviços voltarão à normalidade e o Governo projecta uma intervenção urgente por forma responder as queixas dos passageiros.
 
Depois de dezenas de voos cancelados na última semana, na terça-feira, 28, 67 passageiros do voo Maputo-Tete viram a aeronave falhar por três vezes a decolagem, tendo 28 destes passageiros deslocaram-se ao balcão da LAM para exigirem o reembolso do valor da passagem."Não vamos aceitar, a vida é nossa, não vamos aceitar. O avião não apresentava segurança, mesmo que estivesse lá dentro não iria se sentir confortável com engenheiros ou mecânicos com as suas caixas de ferramentas. O avião tentou arrancar duas a três vezes e foi abaixo", reclamavam os passageiros junto ao balcão da LAM quando exigiam o reembolso imediato do valor da passagem.Face à insegurança e incerteza no cumprimento dos horários e datas que se tornou viajar na companhia aérea de bandeira nacional, a administração não sabe quando a situação voltará à normalidade e justifica este caos com a avaria de aeronaves da companhia."Neste momento, temos três aeronaves mobilizadas e a restante da frota está a operar", justificou o responsável pela área de manutenção na LAM.O Governo, acusado de proteger o monopólio pela LAM na operação nas rotas domésticas, não ficou impávido e sereno face a este caos.A vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, reuniu-se esta quarta-feira, 29, à porta fechada com a Direcção Comercial e de Manutenção da LAM, tendo se inteirado dos graves problemas técnicos da companhia."A LAM tem uma frota de sete aeronaves de diversas marcas das quais estão em terra quatro aeronaves neste momento, dai este problema, mas este estar em terra é a bandeira da LAM que deve ser a segurança", disse a vice-ministra.Rebelo escusou-se a revelar que soluções serão colocadas em marcha para salvar a LAM, porém reafirmou que o espaço aéreo moçambicano está aberto para companhias que querem operar ao nível doméstico."É importante de facto que as companhias ou quem esteja interessado em operar em Moçambique venham, registem-se e reúnam os requisitos exigidos para poder operar", comentou Manuela Rebelo.Nos últimos anos, a LAM tem a assistido a mudanças frequentes dos seus gestores que não têm conseguido resolver os vários problemas em que está mergulhada.Vários analistas sugerem a privatização da companhia.

Wednesday, 29 March 2017

Mosca diz que Moçambique é difícil para os investidores mas também há oportunidades

O economista moçambicano João Mosca traçou hoje um retrato negro da economia do país, salientando as dificuldades na criação de um ambiente de negócios encorajador, mas apontando também as muitas oportunidades que Moçambique oferece para os investidores.
"É preciso uma política económica estável, há desequilíbrios essenciais e é preciso tornar os investimentos menos vulneráveis", disse o economista durante a sua intervenção no ciclo de conferências da Fundação AIP sobre 'África lusófona, uma visão prospetiva', hoje sobre 'Moçambique, entre a crise financeira e uma nova economia'.
"O professor acabou por nos dar muitas razões para não investir em Moçambique", comentou um empresário que assistia ao debate, resumindo boa parte da intervenção do economista moçambicano, que salientou as muitas dificuldades para os investidores.
Na resposta, João Mosca explicou o pessimismo: "Torna-se difícil para mim fazer um discurso muito otimista porque as condições não permitem isso; eu sou sério, não posso fazer um discurso contrário, não posso fazer uma gestão otimista, mas fui razoavelmente ponderado e esperançoso; há coisas boas a acontecer e o futuro pode ser muito bom, porque Moçambique tem esse potencial, o Governo atual está muito recetivo a investimento e a sociedade moçambicana é muito plural" em termos políticos, religiosos, étnicos e sociais.
Desde os serviços públicos pouco eficientes, passando pelas dificuldades no acesso ao crédito, pela "corrupção a todos os níveis", até aos serviços aos cidadãos de baixa qualidade, e terminando na crítica ao "Estado frágil e ineficiente, com forte centralização das decisões nos órgãos centrais", João Mosca continuou elencando os principais riscos para os investidores estrangeiros.
"Há instabilidade macroeconómica, as políticas públicas são muitas vezes incoerentes e os serviços públicos pouco eficientes", sintetizou o economista.
"Há a possibilidade de conflitos políticos e sociais, o cidadão vive 40% subsidiado na sua vida, houve uma gestão fictícia do banco central, que susteve o metical para evitar a inflação e proteger a importação", elencou João Mosca, apontando também que a sociedade civil está a tornar-se cada vez mais forte.
João Mosca exemplificou com o caso do projeto Prosavana, um megaprograma agrícola financiado pelo Brasil e Japão e que é executado em províncias do norte e centro de Moçambique.
O objetivo deste projeto é converter a agricultura de subsistência em produção de mercado.
"O projecto Prosavana foi paralisado por causa da reivindicação e das redes sociais, coisa que não existe seguramente em Angola, que são crescentemente influentes e atuantes, reivindicativas", concluiu.



Lusa 

Monday, 27 March 2017

Queda de avioneta provoca cinco mortos no centro de Moçambique

Chimoio, Moçambique, 27 mar (Lusa) - Uma avioneta com seis tripulantes despenhou-se hoje nas montanhas de Machipanda, a principal fronteira terrestre entre Moçambique e Zimbabué, e fez cinco mortos, disse à Lusa fonte policial.
O único sobrevivente da queda é um dos dois pilotos.
A avioneta, com o registo C9-ADV, despenhou-se cerca das 09:00 na zona de Chiujo, no posto administrativo de Machipanda, distrito e província de Manica, no centro de país, numa cordilheira montanhosa, quando fazia a ligação entre a cidade da Beira (Moçambique) e a capital zimbabueana, Harare, disse Gelindo Vumbuca, comandante distrital da Polícia de Manica.
"Ainda estamos a fazer trabalho no terreno", precisou Gelindo Vumbuca, adiantando que estão em curso investigações para análise das causas da queda.
A aeronave, que descolou do aeroporto internacional da Beira cerca das 08:00, é operada por privados e transportava da Beira para Harare quadros da direção da empresa Cornelder Moçambique, que opera o porto da Beira.
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação Civil, João de Abreu, confirmou a queda e prometeu declarações sobre o assunto para o final do dia.

Lusa

Sunday, 26 March 2017

Polícia moçambicana alarga a todo o país investigação de desaparecimento de empresário português

O português está desaparecido há oito meses, depois de ter sido levado por desconhecidos para parte incerta, no distrito de Gorongosa, uma área que, durante muito tempo, foi marcada por confrontações entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana

A polícia moçambicana anunciou este domingo que estendeu as investigações do desaparecimento do empresário português desaparecido há oito meses a todo o país inteiro e conta agora com o apoio de autoridades de países vizinhos.
Em entrevista à Lusa, Inácio Dina, porta-voz da Polícia de Moçambique, afirmou que o caso que estava circunscrito ao centro do país - local do seu desaparecimento - é agora uma das prioridades nacionais das autoridades.
"Nós estendemos as investigações a nível do território nacional e também contamos com alguma ajuda de países vizinhos", disse Inácio Dina, lembrando que o país faz parte da Organização de Policias da África Austral e da Interpol, entidades que têm "contribuído bastante" para o esclarecimento de crimes complexos.
O empresário português está desaparecido há oito meses, depois de ter sido levado por desconhecidos para parte incerta, no distrito de Gorongosa, uma área que, durante muito tempo, foi marcada por confrontações entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.
Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, na sua última edição, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, acusou membros das Forças de Defesa e Segurança de terem raptado o empresário português, considerando que a imputação do caso ao braço armado do movimento é "propaganda barata".
"Segundo os relatos, aquele cidadão chegou ali às bombas [de combustível], parece que para abastecer o carro, chegaram as forças da FADM [Forças de Defesa Segurança e FIR [Forças de Intervenção Rápida] e pegaram-no, como se fosse brincadeira. Todas as pessoas assistiram", afirmou Afonso Dhlakama.
Questionado sobre as declarações da Renamo, Inácio Dina disse que a principal preocupação da polícia neste momento é garantir que o cidadão português volte ao conviveu familiar, lembrando que há "equipas especializadas no terreno e são estas que se devem pronunciar".
"Que todo cidadão, nacional ou estrangeiro, que tenha alguma informação significativa para o esclarecimento de um determinado crime que apresente às autoridades competentes", declarou o porta-voz do Comando Geral da PRM, que lembra que, no âmbito de uma investigação, as autoridades "não descartam qualquer hipótese".
"É desejo do Estado ver este crime esclarecido", concluiu Inácio Dina, apelando à calma e para que se evite declarações que possam "atrapalhar a investigações".
No início do mês, em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse que as autoridades portuguesas estão "muito preocupadas" com a falta de informação sobre a localização do cidadão português.
"As autoridades portuguesas - o Presidente da República e o Governo - estão muito preocupadas, como é seu dever, em relação às condições do desaparecimento de um nosso concidadão numa região de Moçambique, sobretudo ao facto de, vários meses depois de se ter verificado, não termos nenhum elemento concreto que os permita conhecer a sorte, o destino, a localização desse concidadão", afirmou Augusto Santos Silva, à margem da inauguração da chancelaria do principado do Mónaco.
Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português havia informado que o ministro do Interior moçambicano "deu conta", em Lisboa, ao Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa, "de que prosseguem as investigações das autoridades moçambicanas tendentes a apurar a situação do cidadão português.


Lusa/Expresso

Thursday, 23 March 2017

Acusação de que Renamo raptou português é propaganda - líder da oposição moçambicana

 O líder da Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, considerou propaganda do Governo a acusação de que elementos do seu partido raptaram o cidadão português desaparecido em meados do ano passado no centro do país.
"Nós já sabíamos dessa propaganda [de que a Renamo raptou o cidadão português]. O ministro do Interior [de Moçambique] quando lá chega [em Portugal], ao invés de pedir desculpas, foi meter água, como propaganda", declarou Afonso Dhlakama, em entrevista telefónica ao semanário Canal de Moçambique, publicada hoje.
O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que falava a partir do seu esconderijo no centro do país, afirmou que o braço armado do seu partido não faz raptos, assinalando que "os portugueses estão bem informados sobre aquilo que aconteceu aos seus concidadãos".
Citando relatos de populares do distrito de Marínguè, província de Sofala, centro de Moçambique, Afonso Dhlakama afirmou que a vítima terá sido raptada por membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Força de Intervenção Rápida (FIR), numa estação de serviço em Nhamapadza.
"Segundo os relatos, aquele cidadão chegou ali às bombas [de combustível], parece que para abastecer o carro, chegaram as forças da FADM e FIR e pegaram-no, como se fosse brincadeira. Todas as pessoas assistiram", frisou Afonso Dhlakama.
Os familiares da vítima, continuou, já sabem que a Renamo não está envolvida no rapto e a imputação do caso ao braço armado do movimento "é propaganda barata".
Em declarações à Lusa este mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse que as autoridades portuguesas estão "muito preocupadas" com a falta de informação sobre a localização do cidadão português.
"As autoridades portuguesas - o Presidente da República e o Governo - estão muito preocupadas, como é seu dever, em relação às condições do desaparecimento de um nosso concidadão numa região de Moçambique, sobretudo ao facto de, vários meses depois de se ter verificado, não termos nenhum elemento concreto que os permita conhecer a sorte, o destino, a localização desse concidadão", afirmou Augusto Santos Silva, à margem da inauguração da chancelaria do principado do Mónaco.
Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português havia informado que o ministro do Interior moçambicano "deu conta", em Lisboa, ao Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa, "de que prosseguem as investigações das autoridades moçambicanas tendentes a apurar a situação do cidadão português.
O empresário português está desaparecido há oito meses, depois de ter sido levado por desconhecidos para parte incerta, no distrito de Gorongosa, uma área com forte presença das Forças de Defesa e Segurança, envolvidas em confrontos com o braço armado da Renamo.

No início deste mês, o presidente da Renamo anunciou a prorrogação da trégua - em vigor desde dezembro - nos confrontos com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas por mais 60 dias, manifestando confiança num acordo definitivo. 



Partilhar onde está “agora” a partir do Google Maps



“Por onde andas?" vai passar a ser uma pergunta fácil de responder e "mostrar" para quem usa os mapas da Google. Isto porque a gigante tecnológica se prepara para acrescentar localização em tempo real ao serviço.
Seja a partir da aplicação para Android ou para iOS, seja na versão para desktop, muito em breve vai poder mostrar a amigos e familiares onde está em determinado momento e quando vai chegar ao seu destino a partir do Google Maps.
Sempre que quiser que alguém saiba onde está, basta abrir o menu lateral ou clicar o ponto azul que mostra a sua localização. Depois é clicar em “partilhar localização” e selecionar com quem quer partilhar tais dados e por quanto tempo.
Poderá partilhar a sua localização em tempo real com os seus contactos Google ou mesmo partilhá-la com os seus amigos e familiares através das suas apps de messaging favoritas, usando o link.
Quando estiver a partilhar a sua localização, as pessoas escolhidas poderão vê-lo no mapa delas. E o utilizador verá um ícone no seu próprio mapa a lembrá-lo que a partilha da sua localização está ativa. A qualquer momento poderá cancelar a partilha da sua localização.





Wednesday, 22 March 2017

Quatro mortos em ataque junto ao Parlamento britânico


WILL OLIVER



Quatro pessoas morreram esta quarta-feira num ataque junto ao Parlamento britânico, em Londres. Os mortos foram dois civis, atropelados na ponte de Westminster, um polícia e o suspeito, que foi abatido pelas autoridades. Em declarações aos jornalistas, um porta-voz da polícia disse que as autoridades acreditam que apenas um atacante esteve envolvido no atentado.Quem avança com o número de mortos é a agência France Press. Até ao momento, não se sabe se o polícia morto é o que foi atacado com uma faca pelo suspeito.
Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas no atentado, em que o suspeito abalroou os peões no passeio da ponte de Westminster.
De acordo com as fotos oficiais, uma mulher foi retirada do rio Tamisa, em estado grave.
Um agente da Polícia Metropolitana de Londres informou que o ataque junto ao Parlamento fez "vários feridos, incluindo polícias". Contudo, o mesmo agente não avançou com números nem com a gravidade dos ferimentos. O comandante B.J. Harrington confirmou ainda que o incidente está a ser tratado como um ato terrorista e adiantou que as autoridades estão a reforçar a sua presença na cidade.
O ataque começou por volta das 14:40, quando um veículo atropelou vários peões que circulavam no passeio da ponte de Westminster, junto ao Parlamento britânico. Uma testemunha disse que o atropelamento foi muito rápido e que o carro atingiu várias pessoas, indiscriminadamente.
O carro embateu depois num gradeamento junto ao Parlamento, mas o suspeito ainda conseguiu entrar pelo edifício e atacar um polícia com uma faca. Contudo, as autoridades conseguiram abater o suspeito.

África do Sul prepara reformas na política de migração






O DEPARTAMENTO sul-africano de Assuntos Internos desenhou um projecto para ambiciosas reformas no sistema de migração da África do Sul, para conter a imigração económica, ao mesmo tempo que procura atrair competências.
O departamento deve apresentar esta semana o documento oficial sobre o assunto.  Entre as propostas estão a desvinculação da residência e da cidadania e a introdução de vistos de longo prazo com base num sistema de pontos e competências.
O departamento também quer a remoção do direito automático do requerente de asilo para trabalhar ou estudar na África do Sul. A instituição insiste que 95% dos requerentes de asilo são migrantes económicos.
Para separar estes de outros tipos de migrantes, as autoridades projectam estabelecer nas fronteiras centros de triagem para requerentes de asilo.
Estes planos foram anunciados semana passada pelo ministro sul-africano do Interior, Malusi Gigaba, durante uma conferência sobre migração internacional, em Sandton, Joanesburgo.
O ministro justificou a reforma afirmando que se tornou imperativa a lógica política e económica para "gerir estrategicamente" a migração.
O departamento espera que as reformas propostas levem a mudanças até as legislativas de 2018, para substituir a actual legislação de 1999, vista como "desactualizada".
As propostas incluem novos vistos de prazo mais longo e sistemas de quotas para mão-de-obra não qualificada, com a finalidade de enfrentar o problema de migrantes económicos que se apresentam como requerentes de asilo.
O projecto de reforma da política migratória deverá ser debatida no Parlamento em Maio próximo, segundo disse o ministro Gigaba ao jornal “Business Day”.
Chris Landsberg, presidente da Comissão de Diplomacia Africana e Política Externa da Universidade de Joanesburgo, diz que as propostas parecem terem atingido um equilíbrio entre as obrigações do Estado de proporcionar segurança interna e externa, priorizar o bem-estar dos cidadãos e honrar os acordos regionais e internacionais.
Mas Achille Mbembe, professor do Instituto de Pesquisa Social e Económica da Universidade de Witwatersrand, diz que para o cidadão comum as propostas não parecem ser suficientemente flexíveis. – BUSINESS DAY


Notícias

Desenvolvimento Humano: Moçambique entre os oito países com o mais baixo índice


Moçambique está entre os oito países do mundo com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando o 181.º lugar da classificação de 2016, indica o Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, divulgado hoje em Estocolmo.

Segundo o relatório da autoria do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), na avaliação do IDH, Moçambique alcançou 0.418 valores, face a uma cotação máxima de 0.949 valores obtida pela Noruega, que está em primeiro lugar da tabela, com o Desenvolvimento Humano mais elevado.
Moçambique perdeu no total 33% na avaliação dos indicadores analisados no IDH e registou 0.390 valores no Índice de Pobreza Multidimensional, 0.574 pontos no Índice de Desigualdade do Gênero e 0.879 no Índice de Desenvolvimento do Género.
Com a pontuação obtida, Moçambique é o pior colocado no IDH entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontrando-se três lugares abaixo da Guiné-Bissau, o segundo pior da comunidade, no lugar 178 do quadro.
O país também é o pior no contexto da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), encontrando-se, em termos regionais, atrás da RDCongo, o segundo pior colocado na África Austral, com 0.435.
A nível global, a Noruega ocupa o primeiro lugar do índice e a República Centro-Africana o último.

Monday, 20 March 2017

Hotel Polana, uma das 'jóias de África', abre em maio com nova cara

“Um espelho da nação” - assim chamava Samora Machel, ex-presidente de Moçambique, ao hotel Polana
D.R.

O hotel em Maputo com 95 anos de história, onde fica sempre Marcelo Rebelo de Sousa quando vai a Moçambique, foi renovado e vai passar a ter 'villas' junto à praia

Conhecido como “a grande dama de África”, o Hotel Polana, em Maputo, está a ser alvo de uma profunda remodelação e vai reabrir em maio já com nova cara. A intervenção está a ser feita no Polana Mar, junto aos jardins e à piscina, numa obra que decorre desde junho do ano passado e que envolve investimentos de 4 milhões de dólares (cerca de 3,7 milhões de euros) por parte do grupo Serena Hotels, cujo principal acionista é o Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico, e ao qual pertence o Hotel Polana desde 2013.
O hotel Polana tem 153 quartos no edifício principal, incluíndo serviço personalizando de mordomo
O hotel Polana tem 153 quartos no edifício principal, incluíndo serviço personalizando de mordomo
O 'novo Polana' vai ser apresentado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), feira nacional de turismo que começa hoje na FIL e decorre até 19 de março, enfatizando o facto de os portugueses representarem a maioria dos hóspedes do hotel em Maputo, onde Marcelo Rebelo de Sousa, gosta de ficar nas suas delocações a Moçambique.
A piscina é um 'ex-libris' do hotel em Maputo. “Muita gente aprendeu a nadar na piscina do Polana”, diz o diretor-geral
A piscina é um 'ex-libris' do hotel em Maputo. “Muita gente aprendeu a nadar na piscina do Polana”, diz o diretor-geral
As obras do Polana não incidem no edifício principal, cuja fachada foi objeto de requalificação em 2011, mas na unidade junto aos jardins, o Polana Mar, que vai ser ampliada de 55 para 66 quartos, e que ao nível da decoração terá uma “renovação integral, resultando num produto diferente”. Com serviço personalizado de mordomo, o Polana Mar vai também passar a ter um 'Kids Club', equipado com brinquedos e jogos para os 'clientes' mais novos.
Os portugueses representam a maioria da clientela do hotel Polana, conhecido como 'a grande dama de África
Os portugueses representam a maioria da clientela do hotel Polana, conhecido como 'a grande dama de África
“O Polana é muito mais que um hotel, é uma instituição com 95 anos de história, onde passaram muitos reis, rainhas e presidentes, além de figuras públicas, há quem lhe chame um Estado dentro do Estado e Samora Machel até dizia que o Polana é o espelho da nação”, faz notar Miguel Afonso dos Santos, diretor-geral do Hotel Polana, que veio à BTL apresentar o projeto da requalificação desta unidade.
O responsável do hotel frisa que qualquer intervenção nesta unidade é crítica e adquire grande visibilidade, tendo em conta “a relação emocional que o hotel desperta nas pessoas, todos pensam que é um pouco seu, e há muita gente que aprendeu a nadar na piscina do Polana”.
De arquitetura colonial, o Polana remonta a 1922 e faz hoje parte da Serena Hotels, que pertence ao Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico
De arquitetura colonial, o Polana remonta a 1922 e faz hoje parte da Serena Hotels, que pertence ao Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico
A par da renovação que está a ser feita no Polana Mar, o grupo Serena Hotels vai investir mais 5 milhões de dólares (cerca de 4,7 milhões de euros) na contrução de seis 'villas' com 170 metros quadrados cada e vista para o mar, que resultará na unidade Polana Villas, e ascendendo assim o investimento global do grupo a 9 milhões de dólares nesta intervenção.
Os novos quartos do Polana Mar vão manter a “inspiração africana” mas a ideia é ficarem com uma decoração “mais leve”
Os novos quartos do Polana Mar vão manter a “inspiração africana” mas a ideia é ficarem com uma decoração “mais leve”
“Moçambique neste momento gera um 'mix feeling', é um país onde agora já não se fala em conflito e onde muita coisa se esta a passar”, enfatiza Miguel Afonso dos Santos, chamando a atenção para o potencial do turismo num país “com dois mil e setecentos quilómetros de costa, um povo com um sorriso único e que nos dá lições de humildade todos os dias”.



Expresso

Moçambique: Donativos não chegam a afetados pelo ciclone Dineo

Um mês depois do ciclone Dineo ter afetado o sul de Moçambique, residentes queixam-se que donativos são canalizados para apoiantes da FRELIMO. INGC promete investigar as denúncias. 


Os residentes da província de Inhambane estão a reclamar falta de apoio depois da passagem do ciclone Dineo que assolou a região a 15 de fevereiro, tendo provocado sete vítimas mortais e desalojado centenas de pessoas, segundo o último relatório do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
Donativos enviados por pessoas, Organizações Não-Governamentais e pelo próprio Governo estão a ser entregues para apoiar as vítimas da tempestade mas, segundo Fernando Guta, residente no bairro de Macupula, na cidade da Maxixe, há várias comunidades onde ninguém está a ser beneficiado. O cidadão dá como exemplo comunidades nas cidades de Maxixe e Inhambane.
Mosambik Ein Monat nach Zyklon Dineo (DW/L. da Conceição)
Ainda são visíveis os estragos causados pelo ciclone Dineo











Em declarações à DW África, Guta nota que as "pessoas não estão satisfeitas com a distribuição que é feita”.
"O que funciona muito é a cor partidária. O mais grave ainda é que só falta ao partido no poder exigir o cartão de militante para poder distribuir as ajudas. Se for pelo sofrimento causado pelo ciclone, é para toda gente. Não há quem não tenha sofrido", acrescenta.



Promessa de investigação 

Os apoios para os afetados pela tempestade estão a ser distribuídos pelo INGC, através de vários parceiros. Segundo Elsa Macul, residente na cidade de Inhambane, só os familiares do organismo estão a ser ajudados.
"É lógico, distribuem-se os apoios entre as famílias. Primeiro consideram os netos, as filhas, os filhos e por aí adiante e só no fim pensam na população. O que a população ganha neste caso? Só ganha aquelas migalhas de meio copito, um copito. Em que país estamos? ”, questiona Elsa Macul.
Face a estas críticas, o porta-voz do INGC, João Nhatitima, admite que são situações que podem "estar a acontecer no terreno” e promete investigar essas denúncias.
"Neste momento, o que se sabe é que em cada ponto onde os produtos são distribuídos tem um sistema de controlo. Provavelmente podem existir alguns casos isolados e o INGC terá que fazer uma avaliação para perceber o que de fato terá ou estará a acontecer”, afirma.  




DW