O desaparecimento do Presidente da Renamo abre um processo de luta pela
sua sucessão. Dhlakama preparou alguém? Quem se prepara para avançar? O
partido quer um civil ou um militar?
O político e ex-guerrilheiro moçambicano Afonso Dhlakama, líder da
Renamo há quase 40 anos, morreu esta quinta-feira na sequência de uma
crise diabética, confirmaram ao PÚBLICO duas fontes que acompanham de
perto o processo de paz e a política de Moçambique. Dhlakama terá
morrido a bordo de um helicóptero que o transportava para tratamento
médico urgente.
"Há
40 anos que a Renamo é Dhlakama, Dhlakama, Dhlakama, Dhlakama. Vai ser
um processo interno difícil e complicado", disse ao PÚBLICO um
observador da política moçambicana que pediu para não ser identificado.
Não é claro quem vai ser o seu sucessor no partido.
Um dos nomes apontados é o de Ivone Soares, sobrinha de Dhlakama e líder da bancada parlamentar da Renamo na Assembleia da República, em Maputo. Outro nome forte é Manuel Bissopo, secretátio-geral da Renamo. "Mas Moçambique não é uma monarquia e a Renamo tem estatutos muitos claros", alerta numa conversa com o PÚBLICO por telefone um político moçambicano. "Depois do luto, haverá um congresso e as bases é que vão eleger o novo líder."
Um dos nomes apontados é o de Ivone Soares, sobrinha de Dhlakama e líder da bancada parlamentar da Renamo na Assembleia da República, em Maputo. Outro nome forte é Manuel Bissopo, secretátio-geral da Renamo. "Mas Moçambique não é uma monarquia e a Renamo tem estatutos muitos claros", alerta numa conversa com o PÚBLICO por telefone um político moçambicano. "Depois do luto, haverá um congresso e as bases é que vão eleger o novo líder."
São muitas as questões em aberto. Não se sabe se Dhlakama, estando
doente há muito tempo, preparou um sucessor durante os últimos três anos
na Gorongosa. "Será que Dhlakama preparou um general no mato?",
pergunta o mesmo político moçambicano. Independentemente de o futuro
líder vir a ser civil ou militar, homem ou mulher, é seguro dizer que
"começa hoje uma nova era", diz outro analista político que estuda a
política africana há anos.
Este será um processo praticamente
inédito na história da Renamo, uma vez que, para além de Dhlakama, o
partido só teve um outro líder: André Matsangaíssa foi comandante da
Renamo entre 1975 e 1979. Após a sua morte, durante a guerra civil, de
Matsangaíssa foi sucedido por Dhlakama, então com 29 anos.
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