O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse hoje que a comissão mista que congrega o Governo e a Renamo está a definir o roteiro para trazer o conteúdo do diálogo ao público, considerando que há passos significativos para uma paz definitiva.
"Estamos, neste momento, a definir o roteiro para trazer os conteúdos do diálogo para o conhecimento de todos os moçambicanos", disse o chefe de Estado moçambicano.
Filipe Nyusi falava durante as celebrações do 25.º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz, que pôs fim a guerra civil de 16 anos entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência, e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.
Para Nyusi, a paz é a principal conquista do povo moçambicano e é tarefa de todos garantirem a manutenção da mesma.
"[A paz] é um dos mais nobres valores da independência nacional", observou o chefe de Estado moçambicano.
Lamentando pelos recentes episódios que "perturbaram a paz", em alusão às confrontações entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, Nyusi garantiu que tudo está ser feito para que haja uma paz definitiva, destacando os contactos que tem mantido com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
"A paz é única alternativa para o desenvolvimento do país", acrescentou o chefe de Estado moçambicano.
O Presidente moçambicano aproveitou a ocasião para agradecer o apoio da Comunidade de Sant'Egidio e ao Governo italiano, que tiveram um papel importante na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.
"Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir a manutenção desta paz", acrescentou o Presidente moçambicano.
O 25.º aniversário do Acordo Geral de Paz é celebrado num momento em que Moçambique assiste desde maio a uma trégua por tempo indeterminado, na sequência de contactos entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Paralelamente à trégua em vigor, o Governo e a Renamo estão em negociações em torno da descentralização do Estado, despartidarização das FDS e desarmamento do braço militar do principal partido da oposição.
Entre 2015 e Dezembro do ano passado, o país voltou a ser palco de confrontos na sequência da recusa do principal partido da oposição em aceitar a derrota nas eleições gerais de 2014.
A vaga de violência incluiu ataques a alvos civis que o Governo atribuiu à Renamo e assassínios políticos de membros do principal partido da oposição e da Frelimo.
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