A economia de Moçambique continuará a ser desestabilizada por uma crise de liquidez, criada por uma dívida pública impossível de gerir e pela suspensão das ajudas internacionais, escreveu a Economist Intelligence Unit (EIU).
MAPUTO - No seu mais recente relatório sobre o país refere que o governo vai procurar controlar as políticas fiscal e monetária a fim de reatar as relações com o Fundo Monetário Internacional e resolver os problemas de liquidez mas acrescenta que a resistência a ser desenvolvida pela elite política e pelo eleitorado vai fazer com que essa determinação venha a ser pouco consistente.
A taxa de crescimento real da economia manter-se-á baixa no biénio 2017-2018, devido à fraca procura interna e ao reduzido investimento, prevendo-se que nos anos seguintes haja uma evolução mais robusta, “à medida que a confiança dos investidores se fortalece.”
A prioridade do governo de Moçambique é, de acordo com a EIU, recuperar a estabilidade macroeconómica, tendo por cenário uma dívida pública insustentável, uma quebra substancial no influxo de capitais e um crescimento económico diminuto, quando comparado com as taxas de crescimento obtidas num passado recente.
A revelação dos empréstimos com o aval do Estado contraídos à margem da lei em vigor por empresas públicas conduziu à suspensão do programa de apoio com o Fundo Monetário Internacional e pouco tempo depois com o grupo de países e organismos internacionais que apoiavam o Orçamento de Estado e projectos adicionais de desenvolvimento.
O país entrou oficialmente em incumprimento em Fevereiro de 2017, quando falhou o pagamento do primeiro cupão da emissão de obrigações da Empresa Moçambicana de Atum, depois disso já falhou mais um pagamento, este relacionado com a Proindicus, com o governo a afirmar mesmo não ter capacidade para honrar os seus compromissos financeiros.
A EIU afirma neste documento citado pela agência Macauhub que a saída mais provável para as três emissões de dívida venha a ser a sua reunião num instrumento único, com os tomadores de dívida pública de Moçambique a terem de aceitar um corte de grande dimensão, com os pagamentos da restante dívida a serem adiados para depois de 2020.[CC]
Fonte: Macauh
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