Banco Mundial sobre Moçambique
Não é necessariamente uma constatação nova. O Banco Mundial refere os avanços feitos na redução da pobreza estão a ser lentos, com metade da população a continuar na pobreza. Mas, mais do que os progressos serem lentos, o Banco Mundial alerta para que o crescimento que se está a registar não é chamado "pró-pobre".
Os pobres estão cada vez mais pobres e desprovidos de meios de subsistência, e os ricos estão cada vez mais ricos.
De resto, é um alerta que o Fundo Monetário também já havia feito. O Banco Mundial diz que a pobreza está concentrada nas zonas rurais, e as regiões da Zambézia, Sofala, Manica e Gaza registaram mesmo um aumento da pobreza a partir do ano 2000. Uma das principais razões para o quadro misto da pobreza no país é que o crescimento tem sido um impulsionador muito mais fraco da redução da pobreza do que em outros países da África subsaariana. "Considere o seguinte: para cada ponto percentual de crescimento económico entre 1996 e 2009, a pobreza diminuiu 0,26 pontos percentuais em Moçambique. Isso é apenas metade do que o crescimento em outros países da Africa subsaariana criou em termos de redução da pobreza, em média.
Talvez mais preocupante, no entanto, é que o crescimento não tenha beneficiado a todos igualmente, e esta falta de prosperidade partilhada tem mantido muitos moçambicanos pobres na pobreza. Estimativas recentes mostram que mais de dois milhões de pessoas adicionais poderiam ter sido retiradas da pobreza, se o crescimento económico de Moçambique entre 1997 e 2009 tivesse sido partilhado de modo mais igual.", refere o "Further Africa", citando o Banco Mundial.
O Banco Mundial recomenda que, para que o crescimento económico funcione melhor para os mais pobres, será fundamental igualar o acesso aos serviços básicos de educação, saneamento electricidade e saúde.
Os dados divulgados indicam que mais de metade dos moçambicanos com idade entre os 20 e os 30 anos é incapaz de ler, e apenas 8% dos agregados familiares rurais tem acesso à electricidade, e apenas 4% tem acesso ao saneamento.
O Banco Mundial considera que as pessoas têm de estar ligadas ao mercado de trabalho e aos processos económicos. "Mesmo quando as pessoas que vivem em Nampula e na Zambézia têm sido capazes de melhorar a sua educação e saúde a um ritmo mais rápido, elas têm sido incapazes de dar um bom uso às suas competências e capacidade, uma vez que estão isoladas do panorama económico mais amplo", refere o Banco Mundial. Moçambique pode continuar o seu progresso na redução da pobreza, e até acelerar o ritmo, concentrando-se em investimentos em serviços básicos, ligação com mercados de trabalho, agricultura e programas que impeçam as pessoas de caírem na desgraça, quando atingidas por uma tempestade, uma inundação ou qualquer outro tipo de calamidade.
CANALMOZ – 11.01.2017. no Moçambique para todos
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