“Quando Maleaine foi a Londres e indicou as dificuldades fiscais que o país enfrenta”
Ari Aisen aponta as dificuldades fiscais que Adriano Maleiane (ministro da Economia e Finanças) revelou aquando da visita que efectuou ao Fundo Monetário Internacional em Londres, ano passado, como sinal claro de que Moçambique não ia mesmo pagar a dívida nos termos inicialmente acordados entre o país e os credores. “A posição do Governo pareceu-me consistente desde o início, quando o ministro da Economia e Finanças foi a Londres e indicou as dificuldades fiscais que o país enfrenta.
Portanto, parece natural que Moçambique não tenha conseguido efectuar este recente pagamento”, disse Aisen, para quem o incumprimento do país no pagamento da prestação mais recente da dívida da Ematum terá consequências, entretanto espera que não sejam profundas. “As implicações serão claras ao longo do tempo, mas esperamos que não sejam muitas. O que é importante é que as discussões, entre os credores e o Governo moçambicano, possam levar a uma solução que traga a posição da dívida moçambicana para uma situação sustentável”, disse o representante do FMI em Moçambique.
O Fundo Monetário Internacional aguarda ainda pelo esclarecimento das polémicas dívidas da Ematum, ProIndicus e Mozambique Asset Management (MAM), para poder retomar o apoio a Moçambique. Ari Aisen reafirmou, ontem, que é interesse do FMI voltar a apoiar Moçambique, mas tem que haver transparência. “Queremos apoiar para que o Governo de Moçambique possa realmente levar adiante esse processo de trazer a dívida do país para uma situação sustentável. Temos um bom relacionamento com o Governo de Moçambique a todos os níveis e temos estado em contacto todos os dias e queremos, como parceiros do país, contribuir para que o país mantenha a estabilidade macroeconómica e que possa ter um crescimento inclusivo e que beneficie toda a população de Moçambique”, disse.
FMI DESMENTE NOVAS DÍVIDAS OCULTAS
Ainda ontem, o Fundo Monetário Internacional enviou um comunicado à nossa redacção, no qual desmente informações sobre a existência de outras dívidas escondidas, de acordo com informações que circulam em alguns órgãos de comunicação social, atribuídas ao vice-director do FMI em Washington. “Nos seus comentários, o Sr. Nolan simplesmente fez declarações factuais sobre a ausência de uma tendência generalizada de situações de dívida insustentável em países em desenvolvimento de baixa renda. No entanto, ele também apontou que a situação da dívida piorou em alguns países, incluindo Moçambique. Apesar de o Sr. Nolan confirmar que as prévias dívidas ocultas contribuíram para piorar a situação da dívida em Moçambique, não afirmou que dívidas ocultas ainda existem”, diz o comunicado, que explicava o conteúdo de uma conferência de imprensa havida nos Estados Unidos de América, e que teria sido mal interpretado pela imprensa.
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