Há um ditado popular segundo o qual “nem tudo que reluz é ouro”. Este adágio é tão elucidativo quanto verdadeiro, sobretudo quando olhamos para os últimos acontecimentos que temos vindo a testemunhar no país. Um mero olhar sobre as notícias que correm pelo país, a sensação é de que tudo está a entrar pelos carris. A imagem que nos deixa transparecer é de que finalmente o Governo de turno descobriu o caminho para a prosperidade e os próximos dias serão de fartura para todos.
As “melhorias” anunciadas são de diversas ordens. Desde a trégua definitiva dada pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, passando pela descida dos preços da gasolina e gasóleo e a robustez do metical face ao dólar, até à retirada da lista negra da União Europeia das companhias aéreas que operam em Moçambique.
Diante dessas supostas melhorias, é importante que os moçambicanos não se empolguem e embarquem na falsa ideia de que o país está a sair do abismo no qual fomos empurrados pelo Governo incompetente da Frelimo que tem vindo a postergar o desenvolvimento da população. Ou seja, os moçambicanos não se podem deixar enganar por esse sol de pouca dura, pois é sabido que algumas dessas situações que nos são apresentadas como conquistas do Executivo de Nyusi não passam de manobras para distrair os moçambicanos dos reais problemas que apoquentam o povo.
É importante que os moçambicanos não embarquem em tudo que reluz como sinal de desenvolvimento do país. Essas mudanças cosméticas não passam disso mesmo. É paliativo. Não nos vamos espantar se dentro de um mês as coisas voltarem a piorar, até porque uma mera olhada para as estatísticas nacionais nota-se que o custo de vida tende a agravar- -se, deixando os consumidores moçambicanos mais pobre do que já estão.
É importante que os moçambicanos não se deixem distrair com esses supostos avanços, pois o mais imperioso neste momento são os resultados da auditoria internacional feita pela Kroll às contas das empresas Proindicus, Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e Mozambique Asset Management (MAM). É importante que os moçambicanos saibam para onde foi o dinheiro e quem usou o Estado para interesses pessoais.
Portanto, não nos deixemos distrair com esses teatros meticulosamente encenados por um bando de políticos que fingem que trabalham, quando na verdade estão a levar água para os seus moínhos, enquanto o povo definha de fome e morre de doenças curáveis por falta de medicamentos e assistência médica.
Editorial, A Verdade
Editorial, A Verdade
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