O desarmamento do maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, depende da incorporação dos seus guerrilheiros nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM), anunciou, recentemente, em Nampula, o líder desta formação política, Afonso Dhlakama.
A deposição de armas por parte da Renamo é uma das matérias que consta no rol de assuntos sobre a mesa do diálogo em curso, entre as delegações deste partido e o Governo, com vista ao alcance da almejada paz efectiva.
Dhlakama, que falava numa teleconferência para centenas de militantes do seu partido no maior círculo eleitoral, disse que ainda não está seguro para se apresentar publicamente, devido a inúmeras tentativas de assassinato de que foi alvo, em 2016, em Manica e Sofala.
O líder da Renamo acusou igualmente o regime de mandar assassinar alguns membros e simpatizantes dos partidos da oposição, bem como todos aqueles que pensam diferente do partido no poder.
"Depois de assinarmos, em definitivo, o acordo da trégua e houver a reintegração dos nossos homens armados nas fileiras das FADM e da PRM”, tudo fica supostamente resolvido, de acordo com Dhlakama.
“Não precisarei de seguranças, porque teremos uma polícia única que defenda os interesses do povo moçambicano, enquanto isso não acontecer, vou continuar rodeado pelos meus guardas, à semelhança do que acontece com as empresas de segurança privadas espalhadas por todo Moçambique", disse.
O outro assunto em debate na mesa do diálogo político diz respeito à aprovação da lei atinente à eleição de governadores províncias, no âmbito da descentralização e desconcentração de poderes em curso no país.
“Não gostaria que houvesse retorno à guerra, porque retarda os investimentos, morrem inocentes. Mas tudo vai depender das negociações em curso. Queremos que o processo seja célere e que antes do final do ano se aprovem os instrumentos em debate para que possamos seguir as outras etapas”, acrescentou Dhlakama.
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