Os empurrões que aconteceram nos túneis do estádio de Alvalade após o jogo Sporting-Arouca já ocupam mais espaço televisivo que a eleição de Donald Trump para a Casa Branca. Convenhamos que o assunto não só não vale isso, como as televisões e os comentadores prestam um mau serviço ao futebol português ao mostrarem as imagens até à náusea e debaterem horas a fio algo que é completamente irrelevante.
Primeiro ponto: Bruno de Carvalho está pran...tado em sossego, a fumar um cigarro eletrónico, quando o presidente do Arouca irrompe e vai direto a ele com modos ameaçadores. Segundo ponto: o presidente do Sporting não se intimida e sopra o fumo na direção do presidente do Arouca. Terceiro ponto: os dois são separados. Ponto final.
Ora o que é que isto interessa? O que é que isto importa? Como é possível que desde há uma semana se ande a discutir tão irrelevante acontecimento? Será que o futebol torna os responsáveis televisivos e os comentadores completamente irresponsáveis? Será que para ganhar audiências vale tudo, mesmo passar um atestado de estupidez aos telespectadores, que obviamente não atribuem ao pequeno desacato a relevância que televisões e comentadores lhe querem dar?
Como alguém disse e muito bem: se isto fosse no campo de futebol, o árbitro quando muito advertiria verbalmente os dois contendores. Nem sequer lhes mostraria cartão amarelo. Os únicos que merecem cartão vermelho são as televisões e os comentadores televisivos (com relevo para Rui Gomes da Silva e os disparates bastante disparatados que disse a propósito) que se enfronham durante longas horas a escalpelizar tal assunto.
Contudo, que não fiquem dúvidas. Pelas imagens, não é o presidente do Sporting que provoca o presidente do Arouca (terá havido algo antes? Não sabemos) mas este que investe sobre Bruno de Carvalho; e este não cospe para cima do presidente do Arouca, mas solta o fumo que tem na boca.
Ponhamos, portanto, uma pedra sobre este assunto que não vale nada nem acrescenta nada ao futebol português. O que importa é o que se passa dentro das quatro linhas. É difícil perceber isto?
Nicolau Santos, Tribuna Expresso
Nicolau Santos, Tribuna Expresso
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