Saturday, 13 October 2018

Comunicado de Imprensa da RESISTÊNCIA NACIONAL MOÇAMBICANA


O processo eleitoral para as quintas eleições autárquicas no nosso País, foi caracterizado por inúmeras irregularidades desde o recenseamento eleitoral em que o Partido Frelimo transportou cidadãos residentes fora da área autárquica para serem recenseados, situação que a Renamo denunciou tempestivamente. Infelizmente, nem da Sociedade Civil Moambicana nem da Comunidade Internacional nao houve nenhum pronunciamento de condenação.
A exclusão do nosso Cabeça de Lista para o Município da Cidade de Maputo, a proibição da realização da pre-campanha, espancamentos, detenções e baleamentos mortais dos nossos membros e simpatizantes como aconteceu na Cidade de Tete durante a campanha eleitoral é um verdadeiro terrorismo de Estado a que fomos sujeitos no dia de votação e do apuramento parcial também não mereceram nenhuma condenacao da Sociedade Civil Mocambicana e nem da Comunidade Internacional.
O que mais preocupa a Renamo é o silêncio cúmplice do Presidente da Republica de Moçambique na sua qualidade do mais Alto Magistrado da Nação moçambicana e como contraparte nas presentes negociacoes que visam alcancar a paz definitiva e duradoira, verdadeira reconciliação nacional e consolidacao da democracia. Esta atitude contraria o discurso oficial do mesmo Presidente da Republica que a luz do dia apela aos mocambicanos a viverem como irmaos.
Caros compatriotas
O processo de votação foi um verdadeiro fiasco na medida em que verificaram-se situações em que os Presidentes das mesas entregavam dois ou mais bolentins de voto a um eleitor previamente identificado como membro do Partido Frelimo, facto constatado um pouco por todos municípios mas com maior incidência, nos município de Massinga , na provincia de Inhambane, Dondo, na provincia de Sofala e Maganja da Costa, na provincia da Zambézia, Ilha de Moçambique, Ribawe e Angoche, na Província de Nampula com a cumplicidade e apadrinhamento da Polícia que prendia todos aqueles que tentassem denunciar tais actos ilicitos e nalguns casos chegava mesmo a disparar balas reais e lancar gas lacrimogenio contra populacoes indefesas que pretendiam protestar.
No Distrito de Marromeu com trinta e nove mesas, quando a Frelimo se apercebeu que a Renamo levava vantagens nas 29 mesas, com 7406 votos contra 4457, a mando do Partido Frelimo, o chefe de operações do STAE, acompanhado pelos membros da PRM foram retirar o material de votação correspondente as dez mesas cujos editais não tinham sido entregues aos Delegados de Candidatura, com o objectivo de falsificar o resultado a favor do Partido Frelimo.

Por isso, exigimos que no Município de Marromeu o apuramento seja feito com base nas vinte e nove mesas cujas cópias de editais e actas, estão nas mãos dos Partidos Políticos.
No Município de Alto Molocue, na EPC Sede, mesa número 6 com o código 04044 e Pista Velha, mesa número 4 com o código 04049 numa acção coordenada com a Polícia, Leovildo Duarte Alberto e Elísio Gaspar, Presidentes de mesa das escolas Epc Sede e Pista velha, respectivamente, roubaram as actas e editais de apuramento parcial durante os disparos protagonizados pela própria Policia . Ainda em Alto Molocue, ontem, 12 de Outubro, o apuramento intermédio, foi realizado por baixo de um clima de tensão e com exclusão dos técnicos da RENAMO no STAE. O pior é que detiveram o Director- Adjunto pela Renamo que exigia a nao contabilizacao dos resultados de dois editais para efeitos de apuramento intermédio, uma vez que os delegados de Candidaturas não tiveram acesso à eles no acto de apuramento parcial e só foi solto depois da falsificação dos resultados.
Assim sendo, exigimos igualmente que os resultados destes dois editais não sejam contabilizados, por terem sido viciados a favor do Partido Frelimo.
A mesma tentantiva de falsificação de resultados, verificou-se no Município de Monapo, onde foram adulterados dois editais da Assembleia de Macone, consistindo no seguinte:
Na mesa 03154-04 a Renamo obteve 100 votos contrs 60 votos da Frelimo e na mesa 03154- 05 a Renamo obteve 85 votos contra 30 votos da Frelimo. Depois da falsificação, os resultados passaram a ser os seguintes: na mesa 03154-04 a Frelimo obteve 510 votos contra 279 votos da RENAMO e na mesa 03154-5 a Frelimo ficou com 339 votos contra 100 votos da RENAMO. Felizmente, a RENAMO tem todos os editais de Monapo que podem ser consultados a todo o momento.
Preocupa-nos bastante a demora da divulgação de resultados de apuramento intermédio nos Municípos onde o Partido RENAMO obteve a maioria, tal é o caso de Cuamba, Matola, Alto Molocue e Moatize.
Perante este ambiente de violacao do principio da livre escolha dos representates do Povo (Sufragio Universal) e do Estado de Direito Democratico fica claro que a Frelimo quer empurrar a Renamo para um novo ciclo de conflito, o que nao é o nosso proposito porque estamos comprometidos com a paz e o bem estar do nosso povo.
Não queremos guerra mas tambem não admitimos nem aceitamos qualquer tentativa de por em causa a vontadade popular. Se este voto popular não for respeitado, a RENAMO vai romper com as negociações e as consequeências que daí advirem serão da inteira responsabilidade do Presidente da Repúb;ica e do Partido Frelimo.
Finalmente, a Renamo saúda e agradece a todos os munícipes que aderiaram as urnas e sobretudo votaram massivamente na Resistência Nacional Mocambicana.
A Vitória é Certa!

Gorongosa, 13 de Outubro de 2018

O Coordenador da Comissão Política Nacional (General Ossufo Momade)

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