Maputo, 29 set (Lusa) - O tabuleiro central da maior ponte suspensa de África, em construção sobre a baía de Maputo, começa hoje a ser instalado, naquela que é a fase final da obra, anunciou a empresa construtora.
"Dentro de 30 a 45 dias, no máximo, teremos completada a ligação dos módulos do vão central", seguindo-se a fase de acabamentos, referiu Silva Magaia, presidente da Maputo Sul, empresa pública que dirige o projeto da ponte e acessos, incluindo a circular à capital moçambicana.
Aquele responsável falava hoje aos jornalistas durante uma visita às obras.
"A indicação que temos é que esta será a maior ponte suspensa de África e a 53.ª a nível mundial", referiu.
A ponte, cujo nome ainda está para ser anunciado, vai ter uma extensão de três quilómetros e a construção começou em 2014.
A parte em betão armado pré-esforçado corresponde a 1,1 quilómetros sobre a margem norte e outros 1,2 sobre a margem sul, cabendo 680 metros ao vão central.
O projeto da ponte e cerca de 200 quilómetros de acessos (incluindo outras cinco pontes mais pequenas) entre Maputo e a Ponta do Ouro, custa 785 milhões de dólares, financiado com um empréstimo da China que o entrega em modo "chave na mão" - ou seja, trata de tudo e entrega a obra feita.
O tabuleiro que vai ligar a capital ao sul do país é como se fosse um jogo de peças de encaixe: 57 blocos gigantes de aço foram fabricados na China e transportados num cargueiro pelo mar Índico até à capital moçambicana.
O barco chegou esta semana e hoje começa o trabalho de preparar cada uma destas peças para serem içadas para os pendurais, os cabos que as vão segurar, encaixadas umas nas outras, desde a torre norte (Maputo) até à torre sul (Katembe).
"Foi como seccionar o vão central em fatias, tal como se estivéssemos a cortar um bolo em pedaços", só que neste caso, cada fatia tem até três metros de espessura, uma largura de 12 metros e um comprimento de 26, para abraçar as quatro faixas de rodagem da travessia.
Mesmo sendo oco, cada bloco pesa 130 toneladas e será içado do cargueiro que os transportou por uma grua especial que os colocará em posição, encaixados uns nos outros.
A operação "é como um 'videogame'", referiu Silva Magaia, para ilustrar o trabalho do controlador que comanda a operação a partir de uma sala com equipamento que garante maior precisão e segurança no trabalho, referiu.
"Pode ser que no final possamos ter também um número recorde ao nível da segurança", acrescentou, referindo que o número de ferimentos durante a obra permanece baixo.
As fundações das duas torres principais da ponte chegam aos 100 metros de profundidade e a altura do tabuleiro vai permitir a navegação de barcos para o porto de Maputo até uma altura de 60 metros - suficiente para cobrir eventuais aumentos de dimensão das embarcações, referiu Silva Magaia.
Após o asfaltamento e outros trabalhos finais, como pinturas e sinalização, não é certo que se possa começar logo a circular na ponte, dado ainda haver linhas de transporte de energia por recolocar e comerciantes por transferir na zona onde estão a ser construídos os acessos norte.
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