A seriedade de um pais vê-se em pequenas coisas, sobretudo na capacidade do Governo dar respostas aos problemas pontuais da sua população, tais como o acesso à saúde, educação, entre outros serviços básicos. Mas o que se assiste no nosso país é uma situação verdadeiramente clamorosa e preocupante. Não se justifica que, em 42 anos de independência nacional, os moçambicanos continuem a viver como indigentes e morrerem por falta de assistência médica e medicamentosa.
Aproximadamente 50 porcento da população moçambicana continua a consumir água imprópria e a situação é mais crítica nas zonas rurais. A população tem recorrido aos rios e riachos para beber, apesar de a construção de uma fonte de água não ultrapassar um milhão de meticais. Aliado a isso, está o problema relacionado com a falta de saneamento do meio. Todos os anos, centenas de moçambicanos morrem por causa de doenças hídricas, situação essa que se pode evitar, mas o Governo prefere investir em viaturas para este e aquele ministro ou deputado.
Diante essa dura realidade, o Governo pouco ou quase nada faz para reverter essa preocupante situação que coloca o país num dos piores países para se viver. Pelo contrário, continua hipotecar o futuro do povo, colocando- o numa situação de indigência.
Como se isso não bastasse, Moçambique é também um dos piores países para as pessoas de terceira idade viverem. É vergonhoso para um país que se diz sério, quando situações dessa natureza acontecem. Esses factos revelam claramente que, nos últimos 42 anos, o Governo da Frelimo não se preocupou em dar dignidade a vida dos moçambicanos. Têm sido 42 anos de pseudo-políticas que empurram o país para um situação insustentável, através de endividamentos ocultos e as suas actividades sem impacto visível na vida dos moçambicanos. Não obstante o país dispor de inúmeros recursos naturais, a condição de vida dos moçambicanos tende a deteriorar-se a cada dia que passa, devido ao Governo da Frelimo que se tem mostrado incompetente, apático e insensível relativamente ao sofrimento de milhões de moçambicanos.
Um dos revoltantes e bizarros exemplos da falta de compaixão e respeito para com o povo é a realidade que se vive no distrito de Moma, na província de Nampula. Nessa parcela do país, o hospital rural não possui meios circulantes, com destaque de ambulância para a transferência de pacientes, e, como consequência disso, pelo menos uma pessoa já perdeu a vida.
Não se pode esperar o desenvolvimento do país e melhoria na qualidade de vida quando, todos os dias, moçambicanos morrem por falta de serviços básicos que o Governo tem a obrigação de prover.
Editorial, A Verdade
Editorial, A Verdade
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