O Governo de Moçambique só deverá autorizar a divulgação total do relatório da Kroll no final do congresso da FRELIMO, defendeu a publicação Economist Intelligence Unit.
A publicação especializada em análise económica considera que a divulgação detalhada do relatório sobre as dívidas ocultas de Moçambique, “revelando quem beneficiou dos empréstimos, teria implicações políticas abrangentes, uma vez que membros de topo do partido no poder (FRELIMO), arriscam-se a ser implicados em irregularidades” e nesses nomes pode inclusive estar o nome do Presidente Filipe Nyusi.
Por seu lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que esteve em visita de trabalho em Moçambique durante o mês de Julho, diz que "persistem lacunas de informação essencial que carecem ser resolvidas, no que concerne ao uso dos proveitos dos empréstimos", tendo solicitado a divulgação do relatório da Kroll na íntegra.
Contudo, os analistas da revista britânica Economist não acreditam que o Governo aceite o pedido do FMI antes do congresso da FRELIMO, pois poderia colocar em risco o papel de Nyusi
Para a Economist, o FMI está a adoptar uma “linha dura com Moçambique”, no que toca à divulgação de um sumário do relatório da auditoria da Kroll feita à dívida contraída por duas empresas públicas, no valor de 1,4 mil milhões de dólares, sem que ninguém tivesse sido informado nem o valor contabilizado nas contas públicas.
Depois de suspender a ajuda financeira em Abril do ano passado, o FMI obrigou à realização de uma auditoria forense independente e internacional sobre os empréstimos, mas os auditores queixaram-se de falta de informação e o FMI concluiu que "continua a haver falta de informação".
VOA
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