Wednesday, 9 August 2017

“Fiscalização rodoviária não deve perturbar turistas”


Ministro do Interior defende que actuação da Polícia não deve perturbar fluxo normal de turistas

Uma semana depois da suspensão de todo efectivo de agentes que trabalhava na zona turística da Ponta d´Ouro por suspeitas de extorsão a turistas estrangeiros, o ministro do Interior defendeu ontem que a actuação da Polícia não deve perturbar o normal fluxo de turistas.
Basílio Monteiro não mencionou o caso da Ponta d´Ouro, mas disse que o Ministério tem registado muitas reclamações de turistas estrangeiros, que se queixam de excessivas interpelações ao longo das estradas, maus tratos e extorsão de dinheiro. São práticas que, em algumas ocasiões, são filmadas pelas vítimas e difundidas nas redes sociais, colocando uma mancha não só na actuação da Polícia como também no próprio sector do turismo.
Aliás, o ministro do Interior fez questão de lembrar aos oficiais da Polícia que o Governo elegeu o turismo como uma das áreas prioritárias para o desenvolvimento do país. “Neste sentido, cabe-vos a missão de pôr cobro a estas acções repugnantes, repensando estratégias de policiamento e fiscalização rodoviária que não perturbem o normal fluxo do turismo, sem, contudo, negligenciar a segurança que pretendemos nas vias públicas”, defendeu Basílio Monteiro, após conferir posse a novos quadros do Comando-Geral e dos comandos provinciais da Polícia, bem como da Migração.
O ministro do Interior chamou atenção aos funcionários da Migração no sentido de melhorarem o atendimento nas fronteiras, sublinhando que os “visitantes merecem ser tratados com respeito, no quadro das políticas e leis migratórias em vigor”.
E porque a cerimónia teve lugar numa altura em que decorre o quarto recenseamento geral da população e habitação, Basílio Monteiro aproveitou a ocasião para apelar à Polícia no sentido de garantir a segurança necessária. O ministro apelou, igualmente, à corporação a preparar estratégias para que as quintas eleições autárquicas de 2018 decorram dentro da normalidade. Aliás, Monteiro não tem dúvidas de que a escolha livre dos cidadãos só pode ocorrer se a Polícia for capaz de garantir a ordem e segurança pública como pressupostos para o exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Aos quadros empossados em várias funções, o ministro do Interior disse que espera ver reforçados os mecanismos de planificação operativa e de gestão de forças e meios, incluindo o reforço da comunicação com as comunidades. O governante alertou os empossados que, nas novas funções, não faltarão dificuldades, mas fez notar que a sua experiência poderá ajudar a superar obstáculos. “É neste quadro que devem centrar a vossa acção de acompanhamento e monitoria dos planos traçados, combatendo de forma vigorosa a improvisação, o absentismo, o uso indevido dos meios de trabalho. No mesmo sentido, esperamos de vós um controlo cerrado da conduta dos membros, exercendo tolerância zero à indisciplina e à corrupção, males que põem em causa a imagem da corporação, do Ministério e do Estado”.
Basílio Monteiro reiterou que a má actuação de alguns agentes não mancha apenas a imagem da Polícia, mas também do Ministério e do todo o país e que os turistas estrangeiros devem ser tratados com todo o respeito.

Empossados novos dirigentes

O ministro do Interior falava, ontem, na cerimónia de empossamento de novos quadros da Polícia, nomeadamente os comandantes provinciais da Polícia de Maputo, Júlio Amaral Bonicela; de Gaza, Feliciano Chongo; e do Niassa, Aquilasse Manda. Tomaram ainda posse o comandante da Unidade de Protecção de Altas Individualidades, Benigno Jonasse; o comandante adjunto da Polícia de Fronteiras, Raul Ossufo Omar; e o comandante adjunto da Polícia de Ordem e Segurança Públicas, Zito José Maconha. O ministro empossou ainda dois quadros que não fazem parte da corporação, nomeadamente, Simião Pedro Macave, director de Informação Interna no Serviço Nacional da Migração; e Maria das Dores Francisco, chefe do Departamento Central de Prestações Sociais. O Pais

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