Monday, 24 July 2017

Onze pessoas traficadas dentro de Moçambique este ano, receia-se um “recorde” dos 19 casos registados em 2016

 Pelo menos 11 pessoas foram traficadas no primeiro semestre do ano em curso, em Moçambique, mais três em relação a igual período de 2016, em que foram registados oito casos, informou, na semana finda, a Procuradoria-Geral da República (PGR), destacando que as causas deste mal continuam as mesma de sempre: trabalho forçado, exploração sexual, prostituição forçada e extracção de órgãos humanos.
As vítimas foram registadas nas províncias de Maputo, Gaza, Manica, Tete e Zambézia, disse Amabélia Chuquela, procuradora-geral da República adjunta, no lançamento da semana alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra o Tráfico de Pessoas.
As mulheres e crianças são as principais vítimas do tráfico de pessoas por causa da pobreza, disse a magistrada, sublinhando que as crianças são tidas como fonte de subsistência pelas famílias. Por conseguinte, são forçadas a deslocar-se das suas zonas de origem para outras distantes, facto que lhes expõe ao tráfico.
Segundo o informe anual da PGR, apresentando em Abril passado, ao Parlamento, 2016 houve registo de 19 casos de tráfico de pessoas. A instituição guardiã da legalidade mostrou-se preocupada com os 11 casos do primeiro semestre deste ano, na medida em que já superam, em três ocorrências, os registos de 2016, períodos em que houve oito. E receia-se um aumento assustador.
Amabélia Chuquela clarificou que se tratou de tráfico interno, ou seja, dentro do Moçambique. Não houve nenhum caso para fora do país, pese embora este continue a ser considerado trânsito de vítimas para os vizinhos África do Sul e Zimbabwe.
Como medidas preventivas deste mal, “temos estado a reforçar a cooperação com a África do sul, mas não só, há também acções de coordenação fronteiriça com o Zimbábue, Zâmbia e Tanzânia com a perspectiva de combate a este fenómeno regional”.

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