Uma maior inclusão e cultura de paz são factores chaves para evitar o regresso do conflito em Moçambique registado em 2014, afirmou hoje Carlos Simão Matsinhe, bispo da Igreja Anglicana no Lebombo, Sul do país.
No seminário "Reconciliação e Reconstrução em Moçambique: o papel da igreja anglicana", organizado pelo Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House) em Londres, o sacerdote identificou a questão da falta de inclusão como uma das ameaças à paz.
"Temos o acordo de paz, e graças a Deus que durou tanto tempo, mas há uma crescente insatisfação. As eleições democráticas que foram descritas como justas, mas há vozes da oposição a dizer que não foram", comentou.
Matsinhe refere que, em democracia, as pessoas esperam que a certa altura vão conseguir chegar ao poder, mas em Moçambique o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), venceu as quatro últimas eleições.
"As pessoas começaram a questionar o tipo de democracia que temos", admitiu.
Porém, vincou não existir outro caminho e manifestou confiança que as negociações entre a Frelimo e o movimento histórico da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), cheguem a um acordo.
O bispo disse que a Igreja Anglicana continua empenhada no processo de paz, promovendo programas de educação para incutir uma "cultura de paz" nos moçambicanos, trabalhando com outras organizações religiosas e através da mediação de conflitos, quando é requisitada.
"Quando construirmos uma cultura de paz e estabilidade, os líderes não terão espaço para seguir outras ideias que tenham", vincou.
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