O líder da Renamo revelou, hoje, ao jornal O País, que os mediadores internacionais para o diálogo político poderão chegar dia 11 deste mês. Afonso Dhlakama voltou a atirar as culpas ao Governo pelos ataques que têm estado a intensificar na zona Centro do país.Afonso Dhlakama falou por telefone, em exclusivo à STV e ao jornal O País, e revelou as razões que ditaram o aumento do número de membros das equipas negociais do Governo e da Renamo.“Quando conversei com o meu irmão mais novo, Nyusi, salvo erro há duas semanas, chegamos à conclusão de que já que os primeiros seis que discutiram (três do lado do Governo e outros três do lado da Renamo) conseguiram constituir a agenda, porquê não lhes manteríamos para fazer parte das negociações? Então, pensamos que poderíamos acrescentar mais três de cada lado para passarem a ser grupos de diálogo. Por isso já submetemos mais nomes e o Governo já os recebeu. Por sua vez, o Governo também já nos enviou os nomes da sua parte. Isto significa que os grupos de diálogo já estão constituídos e prontos. Agora esperamos a chegada dos mediadores para iniciarmos o diálogo”, explicou DhlakamaQuanto à tensão político-militar, o líder da Renamo contou que tendem a intensificar por culpa do Governo, comentando as últimas declarações do Presidente da República, em Nampula.“Sinto pena dele. Deve estar a fazer aquilo para tapar a vista das pessoas. Ele é membro da Frelimo desde jovem e sabe o que aconteceu em Roma. Os confrontos são de ambos os lados. Então temos que saber de onde vem cada ataque. Quem anda mil e quinhentos quilómetros, com blindados e canhões para vir bombardear aqui no Centro são homens da Frelimo, orientados pela mesma pessoa que parece ter pena das vítimas dos ataques. Portanto, é ele que está a perpetuar os ataques. Agora, o que devemos fazer é conversar para podermos chegar ao consenso, o qual pode nos permitir entender porquê há ataques”, disse Dhlakama, acrescentando, “Há um lado que não quer a democracia e que nos ataca. A Renamo é vítima dos ataques, e não pode cruzar os braços porque também tem direito à vida e à segurança. Mas repito, é fácil acabarmos com tudo isto para sempre, desde que haja vontade”O líder da Renamo acusou ainda o Governo de o querer matar para depois negociar, não estando muito interessado em levar as discussões em curso a bom-porto.
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