Thursday, 3 September 2015

“Constituí um esfaqueamento da constituição da república” Nenane

“É no mínimo ridículo, se não mesmo patético que a nossa justiça tenha dedicado o seu tempo a procurar pistas indícios, elementos e provas de que estes nossos colegas jornalistas possam ter cometido um crime publicando a opinião de um cidadão”.
MAPUTO-O discurso acima, é da pertença do jornalista, Armando Nenane da Associação Moçambicana de Jornalismo Judiciário (AMJJ), no qual deixa transparecer o seu repúdio pelo julgamento dos seus colegas de profissão, Fernando Veloso e Fernando Mbanze, sem esquecer o professor Carlos Nuno Castelo Branco, acusados de crime contra a Segurança do Estado.
Nenane, falava, hoje, durante a conferência de imprensa que teve lugar no Hotel Moçambicano, que tinha em vista informar a comunicação social e a sociedade em geral acerca da manifestação que as organizações da sociedade civil, de defesa e proteção dos direitos humanos e cidadania, esta a organizar para, a próxima segunda-feira, como forma de mostrar o seu descontentamento.
Na ocasião Nenane, disse se sentir violentado pelo sistema de justiça moçambicano, que segundo ele, provou mais uma vez com este processo, que “ se trata de uma justiça instrumentalizada pelo poder politico para promover a perseguição de jornalistas e de cidadãos jurados desse mesmo poder politico”.
Ainda no seu discurso o jornalista afirmou, que este não é um caso isolado dado que ao longo dos últimos 10 anos se instalou um clima de terror na imprensa moçambicana e na sociedade em geral que se caracteriza pela perseguição de todos os discursos que são críticos a governação.
“É asqueroso, desolador e a todos os títulos repugnante, que uma justiça possa considerar um crime contra a segurança do estado, uma opinião tão verdadeira, tão nua, tao crua como esta que foi emitida pelo professor, Carlos Nuno Castelo Branco. Para além de atentar com a liberdade de imprensa e de expressão. Este processo enfadonho, disparatado e de pendor fascista, atenta flagrantemente contra a nossa dignidade colectiva”.
Para Nenane, a prossecução desse processo constituí, “um esfaqueamento da constituição da república, é um aniquilamento do estado de direito e democrático”. 
Para o jornalista da AMJJ resta apenas esperar que “alguma luz se acenda na cabeça do juiz que vai julgar este processo”, a fim de que possa em nome da justiça e da liberdade absolver os jornalistas que estão no banco dos réus.
Em jeito de fecho o jornalista pediu que seja feita a justiça e que os acusados sejam ilibados.
Os três homens no banco de réus são acusados de crime contra a Segurança do Estado por, um deles, o professor Carlos Castelo Branco, ter publicado uma carta de opinião critica sobre o então Presidente da República na sua página pessoal da rede social Facebook e os dois jornalistas Fernando Mbanze e Fernando Veloso terem publicado a mesma nos órgãos que trabalham.



Folha de Maputo

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