Cerca do equivalente a oito milhões de dólares norte-americanos é o rombo sofrido pelo Instituto Nacional de Segurança Social, INSS, desde 2002 a 2007, concluíu uma comissão de inquérito especialmente nomeada para averiguar casos de corrupção e outras irregularidades que se vinham registando na instituição.
De acordo com a revelação feita ontem em Maputo pelo director nacional de Planificação e Estatísticas do Ministério do Trabalho, o presumível principal responsável da falcatrua é o director do Património, sobre quem recaíram processoscrime e disciplinar, estando também envolvidos outros quadros séniores do INSS.
Supostamente, o desvio do montante em causa teria sido facilitado através da adjudicação de obras e projectos a uma empresa ilegal registada fraudulentamente, uma vez que não foi sujeita a qualquer concurso, o que leva a crer que o dinheiro cobrado beneficiava também os facilitadores da operação.
O processo discipliar contra o diricetor do Património foi levantado pela entidade de tutela, o Ministério do Trabalho, enquanto o relativo ao crime corre os seus trâmites na Procuradoria Geral da República.
Na sua edição de 30 de Maio de 2008, o Semanário Indepentente Savana publicou um artigo em que fazia alusão a uma «insatisfação generalizada no Instituto Nacional de Segurança Social», alegadamente devido à assunção pela ministra do Trabalho, Helena Taipo, de uma preponderância fora do comum na instituição, à margem dos órgãos de Direcção. A interferência da ministra, segundo o jornal, estava a conduzir «a uma ausência de transparência na utilização dos fundos da organização, sendo essa uma das das razões para o actual ambiente de tensão que se vive dentro da instituição». Coincidentemente ou não, a decisão do Instituto Nacional de Segurança Social surge poucos dias depois de o Savana ter publicado o artigo em causa, o que à partida levanta a suspeita de haver intenção, por parte da visada, de limpar a sua imagem, o que se pode depreender a partir da justificação do director nacional de Estatísticas, de que as reformas radicais no INSS, e, consequentemente, a intervenção da ministra, têm em vista «estancar os males».
Popularidade
A popularidade de Helena Taipo alargou-se quando há algum tempo lançou a primeira ofensiva, após a sua nomeação para o cargo de ministra do Trabalho, ao próprio INSS, onde procedeu a uma profunda revolução no seio desta instituição, tendo mesmo chegado a mandar encerrar algumas das várias contas da mesma, depois de questionar as razões que teriam levado a tal fenómeno.
Tida em alguns círculos de opinião pública como “dama de ferro”, Taipo notabilizou-se pela sua directa e agressiva intervenção em determinadas questões envolvendo empresas, quando aparentemente se trate de atropelos à Lei Laboral moçambicana.É dos poucos membros do Executivo de Armando Guebuza que determinadas vozes consideram intocável!
( Humberto Mandlate, em “ Matinal “ de 03/06/08 , retirado com a devida vénia )
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