Thursday, 29 December 2011

Bispo de Inhambane, Dom Adriano Langa, denuncia tráfico de seres humanos em Moçambique


(Em plena noite de Natal, Adriano Langa, fala da alegria que é e deve ser o Natal)

Numa reflexão consistente e profunda, o bispo de Inhambane apontou casos dramáticos de sofrimento, e abordou uma das mais graves situações que ensombram a justiça e paz em Moçambique. Sem rodeios nem ambiguidades, denunciou o tráfico de seres humanos e de órgãos, que apelidou de crimes hediondos, que rebaixam o homem à mais indigna condição enquanto explorado e predador.
Desenvolvendo uma verdadeira acção pedagógica na sua intervenção, Adriano Langa apelou, em primeiro lugar, à prevenção de cada um e invocou um especial cuidado com as crianças.
“Essa tarefa pertence, em primeiro lugar, aos pais e às escolas. Sendo mais vulneráveis, as crianças devem ser instruídas e consciencializadas desse perigo real. Nas escolas, o esforço deve levar à adopção de medidas de segurança e protecção”, disse Dom Adriano Langa.
Segundo o prelado, os jovens são também um grupo vulnerável, facilmente aliciado e consequentemente mais exposto aos riscos do tráfico. Perante o perigo real e a vulnerabilidade, a palavra de ordem lançada a todos é “denunciar”, mesmo que nem sempre essa tarefa seja fácil ou eficaz.
Nesta interpelação geral, o bispo de Inhambane apelou também às autoridades para velarem pela integridade física e moral das pessoas, sublinhando que “compete ao governo criar condições para assistir e ajudar as pessoas que, directa ou indirectamente, já foram vítimas do tráfico”.
Denunciando este flagelo social tão real em Moçambique, o bispo desafiou todos os presentes a descobrirem o seu próprio papel na solução desta tão grave ameaça à integridade e à dignidade humana. Sugeriu uma reflexão com uma pergunta dirigida ao íntimo de cada um: “Eu sou alívio ou sou fonte de dores e sofrimento para os outros?”.
Terminou: “Se o Natal é festa e se festa significa a alegria e paz, então só haverá Natal para todos quando não houver mais seres humanos submetidos a situações desumanas, por vontade de outros homens”.

RM

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