Tuesday, 21 November 2017

Mugabe renuncia





Festa nas ruas depois de resignação de Robert Mugabe


Líder de 93 anos enviou carta ao Parlamento e colocou fim a um mandato de 37 anos.

O Presidente do Zimbábue renunciou ao cargo no fim da tarde desta terça-feira, 21, numa carta enviada ao Presidente do Parlamento no momento em que os deputados discutiam um processo de impugnação contra Robert Mugabe.
A carta foi lida pelo presidente da Assembleia Nacional Jacob Mudenda.
"Eu, Robert Gabriel Mugabe, entrego formalmente minha renúncia como presidente do Zimbábue com efeito imediato. Eu renunciei para fazer uma transferência de poder tranquila", escreveu o Presidente de 93 anos na carta.
Após a leitura da carta, os deputados festejaram, enquanto as ruas foram invadidas por cidadãos a celebrar o fim de um mandato de 37 anos.
No Domingo à noite, Robert Mugabe, numa mensagem à nação, reiterou que não deixaria o poder por ser o "único legitimamente eleito".
Há uma semana, os militares assumiram os principais prédios oficiais em Harare e puseram Robert Mugabe e a família em prisão domiciliária, enquanto prendiam três ministros e outras colaboradores do Governo que consideraram "bandidos".


VOA

Renamo e MDM denunciam alegadas irregularidades do STAE na Beira

Renamo e MDM denunciam alegadas irregularidades do STAE na Beira
Os dois partidos alegam que o STAE está a criar novos postos sem observar a lei e os mesmos irão funcionar separados há menos de um km e próximos de unidades militares, policiais e das sedes do partido Frelimo, em detrimento dos que sempre existiram.
A Renamo e o MDM garantiram ainda que apesar de estarem representantes nos órgãos eleitorais na Beira, não foram consultados para os novos mapeamentos e exigem que se mantenham os postos já existentes e em caso de necessidade, que outros  sejam acrescentados com base do crescimento populacional e da lei.
O STAE em Sofala reagiu às acusações da Renamo e do MDM explicando que a criação  de novos postos é da competência exclusiva da Comissão Provincial de Eleições, sob proposta das Comissões Distritais de Eleições. Acrescenta ainda tratar-se apenas de propostas.
Na última sexta-feira, estava agendada uma sessão ao nível da Comissão de Eleições da cidade da Beira para a aprovação dos postos.


O Pais

Monday, 20 November 2017

Mugabe desafia tudo e todos e fica à mercê do impeachment


Mugabe, num discurso de vinte minutos, o Presidente do Zimbabwe recusou afastar-se. Está "surdo e cego", disse um veterano. Horas antes, o partido tinha votado a sua demissão.O guião parecia estar já escrito. De manhã, o partido governamental arrumava a casa, demitindo das suas funções Robert Mugabe e expulsando os elementos que espalharam a discórdia. À noite, o Presidente anunciava o seu afastamento da chefia do Estado, abrindo caminho a uma nova era no Zimbabwe. Mas ninguém parece ter avisado o ditador nonagenário que não podia continuar a portar-se como líder do país e do partido.No discurso transmitido em directo pela televisão pública, Mugabe começou por dizer que está "consciente das preocupações" que deram origem à crise política pela qual passa a antiga colónia britânica. Sentado ao lado dos militares que o mantêm detido desde terça-feira da seman apassada, o líder zimbabweano afirmou que irá presidir ao Congresso da União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Nacional (ZANU-PF), marcado para Dezembro. Desta forma, recusa-se a reconhecer legitimidade à reunião do Comité Central desta manhã, em que foi aprovada a sua demissão como primeiro secretário."Não podemos ser guiados pelo rancor nem pela vingança", declarou Mugabe, já na fase final do seu discurso. Na sala de onde falou, ouviram-se algumas palmas, mas os militares mantiveram-se impávidos, de semblante carregado.O partido, através da sua conta oficial no Twitter, não foi meigo na reacção. “Tudo o que o velhote precisava de ter feito era seguir o guião. Agora teremos de o afastar.” A insistência de Mugabe surpreendeu o país inteiro, que aguardava a demissão. Nas horas que antecederam o discurso, fontes próximas do processo de negociação entre o Presidente e os militares garantiam que era disso mesmo que se tratava.O discurso representava a derradeira janela de oportunidade concedida pelo Exército e pelo próprio partido ao homem que ajudou a fundar o ZANU para que evitasse a abertura de um processo de impeachment (destituição) pelo Parlamento. Poucos minutos depois do discurso, o líder da associação de veteranos, Chris Mutsvangwa, assegurou que os procedimentos para destituir Mugabe pela via parlamentar vão avançar e acusou o Presidente de ser “surdo e cego” face às exigências da população.O Parlamento, dominado pela ZANU-PF, deverá reunir já na terça-feira com a destituição de Mugabe a dominar a agenda. É necessária a uma maioria de dois terços dos deputados nas duas câmaras para que o processo seja iniciado, explicava a BBC.

O peso dos veteranos

Desde que foi detido pelo Exército na sua mansão presidencial, conhecida como “Telhado Azul”, Mugabe viu cair, um a um, os pilares que sustentaram o seu poder durante as últimas décadas. Os militares apresentaram-se unidos e não deram margem à polícia – que sempre foi uma espécie de “braço armado” do Presidente – para ensaiar qualquer resposta.A influente associação que congrega os veteranos da “guerra da libertação” pediu quase de imediato a saída de Mugabe, também ele um veterano do conflito contra a minoria branca que governava a Rodésia. Na verdade, a acção contra o Presidente teve como objectivo precisamente de defender o legado dos veteranos e assegurar que é a facção dos ex-combatentes que continua a exercer o poder no Zimbabwe.As ruas de Harare, expectantes e tensas durante os primeiros dias da detenção, perderam o medo e lançaram os gritos contidos durante os últimos 37 anos. Muitos falavam do “renascimento” do país e até de uma nova independência.Mas nenhum golpe terá sido tão profundo como aquele que lhe foi aplicado este domingo. Coube à ZANU-PF, o partido único que controlou as esferas do poder desde a independência, a machadada final na era de Mugabe. Os 200 delegados do Comité Central não hesitaram em afastar o seu líder histórico do cargo de primeiro secretário, expulsando pelo meio a primeira-dama Grace Mugabe (que era líder da estrutura feminina do partido) e outros dirigentes que lhe eram próximos, acusados de conspiração e de espalhar “discurso de ódio”.Ao anúncio da demissão de Mugabe seguiram-se festejos, cânticos e danças. O título de “Presidente” foi substituído pelo de “camarada”. A humilhação ficou completa com a fixação de um ultimato para que Mugabe apresentasse a sua demissão da presidência, de forma a evitar a abertura de um processo de destituição pelo Parlamento - deram-lhe até ao meio-dia de segunda-feira.
Mnangagwa à espera
À espera continua Edward Mnangagwa, o homem no centro do furacão, que foi designado como sucessor de Mugabe na liderança da ZANU-PF e deverá assumir o cargo de Presidente interino. Foi a sua exoneração, no início do mês, que desencadeou a crise política. A demissão de Mnangagwa foi vista como produto da ambição de Grace, que há muito tentava arregimentar apoios no seio do partido tendo como objectivo suceder ao marido. Mas a ascensão da primeira-dama, muito impopular junto da população, nunca foi vista com bons olhos pelos veteranos”, que preferem Mnangagwa.Conhecido como “crocodilo”, Mnangagwa passou a vida na sombra do Presidente, numa relação vem dos tempos da luta pela independência. Exerceu vários cargos-chave nas últimas décadas, sobretudo na área da segurança interna, e teve um papel decisivo durante o massacre de Matabeleland, no início dos anos 1980, onde o movimento de libertação rival da ZANU foi esmagado à custa de milhares de mortos.Mais do que uma genuína mudança política, o processo que levou ao fim da era de Mugabe mais não é do que o produto de uma luta interna pelo poder, escreve o editor para a África do Guardian, Jason Burke. “A ZANU-PF e os seus aliados no Exército lançaram a sua tomada do poder para afastar uma facção ambiciosa que ameaçava a sua posição, não porque desejam promover reformas estruturais que ponham em causa os seus esquemas lucrativos de enriquecimento”, nota o jornalista.


Publico

Sunday, 19 November 2017

Partido no poder exonerou Robert Mugabe da liderança do Zimbabué


















O partido no poder no Zimbabué destituiu hoje Robert Mugabe como líder da União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF), noticiou a cadeia de televisão britânica BBC.

Segundo a BBC, o Comité Central da ZANU-PF, que se reuniu hoje de urgência para analisar a crise político-militar zimbabueana, decidiu também nomear como novo líder o antigo vice-Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, do cargo há duas semanas por Robert Mugabe. O afastamento de Mnangagwa desencadeou um conjunto de reações em cadeia, culminando com a intervenção militar do exército que tomou o controlo do poder e impediu Mugabe, 93 anos, de continuar a manobrar politicamente para que a sua mulher, Grace, o substituísse na Presidência do país. Grace Mugabe, aliás, foi também expulsa, “para sempre”, do mesmo partido, bem como dois dos ministros mais próximos de Robert Mugabe, os da Educação Superior, Jonathan Moyo, e o das Finanças, Ignatius Chombo. Na reunião do Comité Central, órgão encarregado de tomar as decisões no seio da ZANU-PF, oito dos dez Comités Coordenadores Provinciais do partido manifestaram-se a favor da destituição de Robert Mugabe devido à “incapacidade” provocada pela idade avançada (93 anos) e lamentaram que toda esta situação tenha criado várias fações internas. Na abertura da sessão, realizada na sede da ZANU-PF, em Harare, o ministro do Interior, Obert Mpofu, defendeu que, apesar de Robert Mugabe ter desempenhado um papel valioso no Zimbabué, a mulher e os mais próximos têm estado a “aproveitar-se” desse facto para se posicionarem na sucessão. Após a intervenção do exército, centenas de milhar de zimbabueanos saíram desde então às ruas para protestar contra a decisão e contra a manutenção de Mugabe no poder, ações que culminaram no sábado com uma das maiores manifestações de sempre em Harare. Entretanto, os comandos militares que levaram a cabo a iniciativa vão receber ainda hoje Mugabe na presidência zimbabueana, onde estão instalados. A decisão tomada na reunião de urgência do Comité Central da ZANU-PF abre, assim, caminho a reintegração de Mnangagwa, que, por sua vez, deverá assumir a liderança de um novo Governo até às eleições gerais de 2018. Confirmado este cenário, a destituição de Mugabe é o passo seguinte, que terá de ser confirmada pelo Parlamento, medida que o líder parlamentar do maior partido da oposição, o Movimento para as Mudanças Democráticas (MDC), Innocent Gonese, já avançou na casa parlamentar zimbabueana após discutir a questão com a ZANU-PF. “As conversações de Mugabe com o seu ex-comandante do exército Constantino Chiwenga estão na segunda ronda e as Forças Armadas tudo estão a fazer para evitar uma acusação internacional de golpe de Estado, algo que a União Africana (UA) já veio a público defender que não aceitará. Fontes oficiais de ambas as partes não têm revelado pormenores sobre as negociações, mas os militares parecem querer defender uma resignação voluntária de Mugabe para manter a legalidade na transição política que, inevitavelmente, se seguirá. A intransigência de Mugabe em deixar o poder tem sido, referem analistas locais e internacionais, uma forma de o Presidente zimbabueano contar com o apoio da UA e da comunidade internacional para preservar o seu legado como um dos líderes da libertação de África, bem como para proteger-se, tal como a família, de possíveis processos judiciais.

Saturday, 18 November 2017

Zimbabwe: Milhares de pessoas protestam contra Mugabe

Harare - Milhares de pessoas tomaram as ruas das principais cidades do Zimbabwe este sábado para exigir a renúncia do presidente, Robert Mugabe, que pode estar a viver seus últimos dias no cargo após 37 anos no poder depois que os militares tomaram o controlo do país, informou a Agência EFE.

Tanto na capital do país, Harare, como na segunda maior cidade, Bulawayo, os bairros centrais se encheram de cidadãos com bandeiras zimbabueanas e cartazes com mensagens como "Mugabe, saia agora" e "O Zimbabwe não é uma empresa privada, Mugabe deve renunciar".As manifestações foram convocadas por mais de uma centena de organizações civis, a união sindical e a influente associação de veteranos de guerra, e contam com o apoio das forças armadas, que controlam o país de fato desde a última terça-feira.As chamadas "marchas da solidariedade" expressam seu apoio à intervenção militar contra o governo de Mugabe, e nelas é possível ver cartazes com a imagem do chefe do exército, Constantine Chiwenga, junto com a inscrição "a voz do povo".Além disso, os manifestantes criticam a primeira-dama, Grace Mugabe, apontada como a responsável pela crise por ter forçado a destituição do vice-presidente Emmerson Mnangagwa um veterano de guerra com uma longa experiência governamental para poder suceder seu marido no poder.Alguns cartazes mostram o rosto de Grace Mugabe e ironizam: "A liderança não se transmite sexualmente".Os zimbabueanos da diáspora também estão convocados a demonstrar seu desacordo com a continuidade de Mugabe, seja em frente às embaixadas e consulados do seu país ou nas ruas, como na Cidade do Cabo, onde também pedem ao presidente sul-africano, Jacob Zuma, que "tire suas mãos de cima" do Zimbabwe.O apoio popular à derrocada de Mugabe se depara com o obstáculo de organismos internacionais como a União Africana (UA) e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que não vêem com bons olhos a possibilidade de um golpe de Estado, razão pela qual os militares negociam com o presidente, que, por enquanto, se mostra reticente a renunciar.No entanto, hoje pode ser o último dia de Mugabe como presidente, já que se espera que segunda-feira o Comité Central do seu partido, a União Nacional Africana de Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF), se reúna para analisar sua possível destituição.Por enquanto, os comités provinciais da legenda, que tinham manifestado anteriormente seu apoio à candidatura de Mugabe para as eleições de 2018, decidiram sexta-feira pedir sua renúncia, por considerar que o líder, de 93 anos, é velho demais e está incapacitado para seguir à frente do partido e do governo. 


Angop

Thursday, 16 November 2017

The crocodile snaps back

Along with the early morning mist, a mood of quiet elation enveloped Harare as news spread that President Mugabe was under house arrest


During the night of 14-15 November Zimbabwe Defence Forces soldiers were posted to strategic points in the capital, such as the police headquarters, the Central Intelligence Organisation, the Zimbabwe Broadcasting Corporation and The Herald newspaper. The lead authors of the military action – sacked Vice-President Emmerson Mnangagwa and General Constantino Chiwenga – had prepared the ground for the operation and troops encountered little resistance at the barracks of the Presidential Guard and its commander Brigadier-General Anselem Sanyatwe. Neutralising them was the first part of the military action, we understand.
Although the action was triggered by the sacking of Mnangagwa on 6 November (see chronology, Zimbabwe's week of upheaval), it had been planned several weeks earlier, with senior officers consulting South African and Chinese officials. Within Zimbabwe, security was tighter still amid concerns that the CIO had been monitoring the movements of Chiwenga and other top officers.
In South Africa, Mnangagwa, Chiwenga and Chris Mutsvangwa, the 'war veterans' leader and former ambassador to China, talked to local security officials about the implications of their military action in Harare. We understand they were given assurances of non-intervention by South Africa so long as the action didn't spill over the borders and remained 'broadly constitutional'. Chiwenga and Mnangagwa promised to find a way to avoid the action being stigmatised as a military coup by the African Union or the Southern African Development Community.
For that reason, Zimbabwe's top officers kept emphasising that it was 'not a military takeover' and that it was not aimed at President Robert Mugabe, 'only targeting criminals around him', despite all the evidence to the contrary, including reports of arrangements for Mugabe to leave the country. 
As Chiwenga and Mnangagwa try to consolidate power, they may seek to use the forthcoming congress of the ruling party Zimbabwe African National Union-Patriotic Front next month to win an imprimatur for the transition, and Mnangagwa's role as leader. The action could hardly have come at a worse time for the opposition, which is fractious and on the back foot.
There are signs that veteran Movement for Democratic Change leader Morgan Tsvangirai has been offered a role in a transitional government along with Joice Mujuru, who was sacked as Vice-President three years ago. Such a move could buy the new order some time and perhaps trigger an inflow of new money into the sinking economy.
Most Zimbabweans were treating the military action as an internal ZANU-PF affair. Opposition activists were struggling to produce a coherent response to the military takeover: alternately glad to see the demise of the Mugabe regime, but with grave concerns about the chances of a democratic transition. 
Military movements in the capital were disciplined and professional, as if the soldiers were acting according to a rehearsed plan.


Africa Confidential

“O meu pai morreu a tentar consertar um país que não tem conserto”


Rosimele-Cistac

O desabafo da filha de Gilles Cistac no dia do aniversário do pai

Rosimele Cistac, a filha de Gilles Cistac, constitucionalista franco-moçambicano, escreveu uma mensagem com uma alguma carga emocional no dia em que, se o pai fosse vivo, completaria 56 anos. A trajectória de vida de Gilles Cistac foi interrompida numa manhã, em frente ao Restaurante “ABFC”, na Av. Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, por indivíduos até agora desconhecidos. No sábado, dia 11 de Novembro, Rosimele Cistac recorreu à rede social Instagram para lembrar o seu pai. No seu texto publicado naquela rede social, Rosimele Cistac diz que o pai foi assassinado porque dizia o que muitos não têm coragem de dizer. Diz que o pai foi assassinado por tentar consertar um país que não tem conserto. “Hoje é o aniversário do meu pai. Hoje meu coração dói, porque a única pessoa na minha vida que nunca me rejeitou, julgou, ou me tratou mal, foi morto”, escreveu Rosimele Cistac na sua conta na rede social Instagram. “Ele foi baleado”, continua a filha de Gilles Cistac e, a seguir, pergunta: “Porquê?” “Porque ele tentou dizer ao mundo o que muitas pessoas tinham medo de dizer”, prossegue Rosimele Cistac e acrescenta: “Ele tentou consertar um país que não pode ser consertado.” No texto de Rosimele publicado no Instagram pode ler-se ainda: “Hoje estou chorando sozinha, porque não consigo ver esse sorriso e ouvir sua voz encorajadora… eu posso gritar o quanto eu o amo, mas não consigo ficar com os olhos dele hoje”. Termina o seu texto dizendo: “Eu sinto vontade de morrer. Porque a única pessoa por quem vale a pena viver, morreu nos meus braços”. Gilles Cistac perdeu a vida no Hospital Central de Maputo, a escassos metros do local onde foi baleado. Na altura, o director clínico do HCM, João Fumana, informou: “As balas apanharam o tórax e a parede abdominal”. Gilles Cistac morreu durante a intervenção cirúrgica que estava a ser realizada. Antes do assassinato, Gilles Cistac foi vítima de uma campanha de diabolização e de assassinato de carácter executada por indivíduos ligados ao famigerado G40. Uma semana antes do assassinato, Gilles Cistac disse que ia processar um inidivíduo que, através do Facebook e com o pseudónimo “Calado Kalashnikov”, o acusou de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta. Gilles Cistac denunciou que estava a receber ameaças de pessoas que se diziam do partido Frelimo e que o acusavam de ser assessor jurídico da Renamo. Em resposta, Gilles Cistac apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da República, por considerar que estava a ser vítima de intolerância política. Até hoje, nada se sabe sobre os autores morais e materiais do assassinato de Gilles Cistac. A Polícia, como sempre, “continua a trabalhar”. (André Mulungo)

CANALMOZ – 14.11.2017, no Moçambique para todos

Friday, 10 November 2017

Maputo completa 130 anos com muita criminalidade e falta de transporte


A cidade de Maputo completa, hoje, 130 anos de existência. Baptizada Lourenço Marques à nascença, passou a designar-se Maputo como um ato de libertação das Amarras do colonialismo, mas não conseguiu libertar-se de outros tantos males que a apoquentam.

Porque viver na cidade é um direito de todos os cidadãos, Maputo acolhe gente de todos os pontos do país, ora fugidos dos horrores da guerra ou na justa procura pela melhoria das suas condições de vida.
Pressionada por esta imigração, Maputo cresceu, esticou-se e invadiu Marracuene e Matola à procura de espaços para habitações lixeiras ou cemitérios. De direito no princípio, viver em Maputo passou a ser um privilégio de quem pode. Mas nem por isso livre dos problemas de uma cidade que cresceu, diga-se, até ao limite.

A demanda pelo transporte também aumentou e passou a ser garantida pelo vulgo chapa 100. Ilegais e odiados no princípio e idolatrados na actualidade, os chapas 100 são considerados os pais da corrupção nas estradas da capital. Afinal eles é que foram pioneiros em oferecer refrescos aos agentes da polícia de trânsito, quando mandar cantar canções fúnebres aos passageiros fingindo transportar famílias enlutadas já não fazia sentido.

Hoje os cidadãos e o Estado pedem encarecidamente para que os chapeiros nunca faltem nas estradas. Mas recebem em troca os vulgos my love, carinhas de caixa aberta que deviam transportar mercadorias e actualmente transportam pessoas, por inoperância dos serviços de transporte público e privado.
Mas nem tudo está mal em Maputo. A cidade ganhou novos e renovou velhos espaços para lazer, negócios e diversão. Lugares sinistros deram lugar a novos terminais de autocarros, praças e monumentos histórico-culturais. Até o velhinho Jardim Tunduro ganhou uma nova cara e trouxe de volta os nubentes para, como era no passado, registar o momento ímpar.

Moderníssimos edifícios públicos e privados foram construídos na cidade; estradas outrora incómodas como a Avenida Marginal foram renovadas e ganharam novas iniciativas de atraccão turística que voltaram a transformar a zona nobre da cidade num verdadeiro cartão de visitas de Maputo.
O saneamento melhorou nalguns bairros da capital, mas outros há, para os quais, a próxima chuva significa, próxima desgraça. A terciarização do serviço da recolha do lixo parece ser outro motivo de orgulho para a cidade, apesar de os desafios persistirem.
Mas porque há sempre um mas, a criminalidade continua a atormentar os munícipes de Maputo. Diversas ideias foram ensaiadas para o seu combate. Desde os conselhos de policiamento comunitário nos bairros periféricos, a brigada motorizada anti-crime que desapareceu meses depois, e até a famigerada brigada Mambas de investigação criminal, que porém, não impediram que os assaltos nos bairros continuassem, que os assassinatos e sequestros demonstrassem que o crime organizado já estava entre nós, e nem que o crime de colarinho branco criasse novos-ricos.

O País

Cidade de Maputo aos 130 anos: Uma centenária com novos desafios



A cidade de Maputo celebra hoje 130 anos da sua elevação a esta categoria. A efeméride acontece numa altura em que ocorrem diversas mudanças do ponto de vista de estrutura física e arquitectónica, com as já tradicionais características a que nos habituou: diversos lugares histórico-culturais.

Na zona de cimento realçam-se as transformações em curso como o crescimento do parque imobiliário, a conclusão das obras de construção da Estrada Circular e a requalificação da Av. da Marginal e áreas adjacentes, o que empresta um outro ar a esta parte turística da capital.
Os novos edifícios concluídos recentemente, com destaque para estâncias turísticas, supermercados e outras infra-estruturas nas avenidas Julius Nyerere, Marginal e 25 de Setembro, cuja beleza arquitectónica é inquestionável, são exemplos do desenvolvimento da capital do país.
Alguns lugares outrora em estado de aparente abandono ou em ruínas deram lugar a novas construções como prédios, casas de pasto, instituições bancárias e construção do imponente projecto da ponte Maputo-KaTembe conferem uma nova face àquela que em tempo foi designada de cidade das acácias.
A construção da “Circular”, a reabilitação e terraplenagem de algumas vias de acesso no interior dos bairros são outros exemplos dos esforços que o município está a fazer para melhorar a circulação e mitigar o congestionamento rodoviário nas principais rodovias.
Um dos marcos da transformação da capital é, sem dúvidas, o bairro da Polana-Caniço “A”, onde de caniço somente sobra a designação, pois, este deu lugar a moradias luxuosas que despertam a atenção de qualquer um.
Há também a registar as primeiras acções do plano de requalificação de alguns bairros da capital como KaLhamankulo e KaMaxakeni, o que dentro de alguns anos poderá dar outra imagem à urbe.
Entre estes e outros avanços, o desafio, segundo o presidente do município de Maputo, David Simango, é complementar os esforços dos munícipes, colocando infra-estruturas à altura, com enfoque para vias de acesso, sistemas de saneamento, drenagem e consolidar o abastecimento de água.

(RM /Notícias)

Saturday, 4 November 2017

Pastéis de nata e galinha com piri-piri na lista das 50 melhores comidas da CNN









A culinária associada a Portugal surge por duas vezes na lista do canal norte-americano


Os pastéis de nata e a galinha com piri-piri surgem, respetivamente, na 16ª e na 12ª posição na lista da CNN das 50 melhores comidas do mundo.
Para além dos populares pastéis portugueses, também a galinha com piri-piri surge associada ao nosso país. A CNN refere que se trata de uma iguaria moçambicana-portuguesa, popularizada em diversos pontos do mundo como a “Galinha à Zambeziana” pela cadeia Nando’s. 
A cadeia de take away, que tem como símbolo o galo de Barcelos, foi criada em 1987 na África do Sul pelo emigrante português Fernando Duarte e entretanto expandiu-se para de 30 países, contando com um total de cerca de um milhar de estabelecimentos,.
No primeiro lugar lista da CNN surge o prato tailandês “Massaman curry”



Expresso

Thursday, 2 November 2017

Nyusi endereça condolências a Dhlakama pela morte da filha

O Presidente da República, Filipe Nyusi, endereçou, hoje, condolências ao presidente do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, pela morte da filha, Isabel Dhlakama.

A filha de Dhlakama faleceu ontem, vítima de doença.

“Foi com muita mágoa e profunda consternação que tomamos conhecimento da notícia do falecimento, por motivo de doença, da Senhora Isabel Afonso Dhlakama, filha do Senhor Afonso Dhlakama, presidente do partido Renamo, ocorrido na noite do dia 01 de Novembro de 2017. O falecimento da senhora Isabel Dhlakama deixa um enorme vazio no seio da família e constitui o interromper do sonho de uma jovem que perante as vicissitudes da vida procurava contribuir para o desenvolvimento e bem-estar familiar e geral”, diz o comunicado da Presidência da República, que refere que “neste momento de profunda tristeza, quero, em nome do Governo de Moçambique, de todo o Povo Moçambicano e no meu próprio, transmitir a nossa solidariedade e os mais sentidos pêsames ao Presidente da Renamo e à toda a família Dhlakama”. O Pais