Thursday 5 May 2011

Fugindo da reforma agrária no seu país: Farmeiros sul-africanos abrem oportunidades em Moçambique

A comunidade de farmeiros sul-africanos anunciou, terça-feira, a sua intenção de se expandir para vários países em África, com desataque para Moçambique, onde diz esperar receber terras aráveis, face a incerteza de reformas agrárias na África do Sul.
Theo de Jager, vice-presidente do “ Sindicato de Farmeiros Sul-Africanos “ Agri South Africa”, afirmou que Moçambique reúne condições favoráveis para a produção de cereais, açúcar e bio-combustíveis, bem como para a criação de animais.
Em entrevista concedida à “Agência Britânica de Notícias” (Reuters), de Jager revelou que 800 farmeiros sul-africanos já se encontram em Moçambique e outros 600 esperam receber terras na província de Gaza, no sul do país.
Acrescentou que, até Maio do próximo ano, mais farmeiros deverão começar as suas actividades em várias regiões de Moçambique, no quadro de um programa cuja cerimónia será celebrada nas próximas semanas na cidade de Pretória, a capital sul-africana.
Ele revelou que fazendeiros sul-africanos também foram prometidos terras em 22 países africanos, entre os quais Congo-Brazzaville, que vai oferecer o grosso da terra em todo o continente.
Ao abrigo de um acordo com aquele país, os farmeiros sul-africanos pretendem melhorar a segurança alimentar por um período de 105 anos.
O investimento na área agrícola na vizinha África do Sul tem vindo a reduzir drasticamente dada a incerteza causada pela reforma da terra, que até 2014 pelo menos 30 por cento da terra deverá ser entregue aos negros.
O programa tem causado certa preocupação à comunidade de farmeiros comerciais sul-africanos que, nos últimos tempos, têm optado em reduzir a aplicação de novos capitais.
Até 2010, o governo sul-africano conseguiu transferir apenas seis por cento da terra aos negros e pretende flexibilizar o processo nos próximos tempos.
Outros países africanos onde os farmeiros sul-africanos pretendem aplicar os seus investimentos são Camarões, Zâmbia, Líbia, Egipto e Gabão.

(RM/AIM)

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